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Battlefield 1 – Review

Diz o ditado que a guerra, ela nunca muda, e se pararmos para observar o cenário recente de jogos de guerra, realmente, ela pouco tem mudado com jogos onde o pulo duplo, a mobilidade, o wallwalking e coisas do tipo têm sido o principal elemento de gameplay, e muitos jogadores começaram a mostrar o descontentamento com esse modernismo todo. Indo numa direção totalmente contrária desse futurismo, a Electronic Arts e a DICE anunciaram no ano passado Battlefield 1, um jogo que se passa na Primeira Guerra Mundial. Será que essa volta ao velho consegue trazer algo de novo ao gênero? É o que vamos descobrir.

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Battlefield 1 é um jogo que traz um contraste de uma das épocas onde a humanidade mais mudou. O nascimento do automóvel revolucionou a mobilidade urbana, e o tanque de guerra revolucionou a guerra. Infelizmente para milhões de franceses, ingleses e alemães, ele chegou no final da Primeira Guerra, que viveu diversas etapas de conflito, e clamou muitas mortes conforme ela avançou. Apesar de ser um jogo focado na Primeira Guerra Mundial, Battlefield 1 prefere pegar o estágio final da Guerra, próximo a 1918, quando o armamento de combate já havia avançado o suficiente para que lembrasse um pouco do que seria visto quase 30 anos depois, com tanques de guerra, aviões e armamentos do tipo, lembrando um pouco os jogos de Segunda Guerra Mundial que por muito tempo dominaram o cenário de jogos de tiro e também saturaram muita gente.

Como faz anos que não vemos um jogo do tipo, esse retorno ao antigo acaba trazendo uma série de novidades, assim como alguns armamentos característicos da Primeira Guerra, como as baionetas, as máscaras de gás, tanques menores, cavalos e sabres e outras “novidades velhas”. Todas essas adições acabam adicionando bastante ao gameplay de Battlefield 1, que realmente é um jogo interessante de ser jogado, seja no modo de um jogador, seja no modo multijogador.

Apesar de Battlefield sempre ter sido o principal concorrente de Call of Duty, se tem algo que todo mundo até então concordava era que as campanhas dos jogos da DICE nunca foram memoráveis. Quase todo mundo sabe quem é Soap MacTavish, por exemplo, mas quase ninguém consegue citar algum personagem que tenha marcado nas campanhas de Battlefield. Mesmo Battlefield Hardline, que era para ser um jogo mais focado na história, acabou fracassando nisso. Felizmente para quem adquiriu Battlefield 1, o jogo não decepciona, e apresenta uma das melhores campanhas que eu joguei recentemente em jogos de tiro.

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Na campanha de Battlefield 1, você joga com diferentes personagens, em diferentes histórias, com o objetivo de presenciar com os seus próprios olhos como foi a Primeira Guerra Mundial. O jogo não tem a ambição de recontar a história do conflito, mas sim se propõe a contar fragmentos da história dele, e mostrar ao jogador como era o dia-a-dia dos soldados, como eles se relacionavam com os superiores, como era ir ao campo de batalha, o que você, um reles engenheiro, deveria fazer para consertar o seu tanque de guerra, e assim por diante. Ao adotar essa abordagem para a campanha do jogo, a EA acaba dando um toque mais intimista na campanha do game, ao invés de se propor a recontar a história toda da guerra de maneira grandiosa e cheia de explosões.

Outro fato que ajuda a campanha do jogo é o fato de que as missões são variadas. Durante elas, você aprende a jogar com a maioria dos veículos do game, como tanques, carros, aviões, etc, e também aprende algumas técnicas que podem vir a ajudar durante o multiplayer do jogo, como nunca ir de cara contra uma metralhadora, e sempre procurar maneiras de flanquear o inimigo. Resumindo: que antes era algo ignorado pelos jogadores, agora acaba virando um ponto obrigatório para todo mundo que comprar Battlefield 1, a campanha do jogo está sensacional.

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Já o multiplayer de Battlefield 1 traz exatamente o que você esperaria que a DICE trouxesse para a franquia. Os modos de combate são variados e a ação é intensa com a porrada de jogadores que o jogo apresenta de cada lado. Caso você já tenha jogado os outros jogos da franquia, principalmente Battlefield 4, você sabe exatamente o que vai encontrar aqui, apesar de eu ter notado uma diferença básica entre o novo jogo e o capítulo antigo da franquia: em Battlefield 1, os cenários são muito mais horizontalizados do que em Battlefield 4, onde você podia subir em prédios e tudo mais. Isso pouco acontece no jogo mais novo da franquia.

Um pequeno detalhe que eu não gostei tanto assim no multiplayer do jogo é que, por ter muitos jogadores, as partidas acabam demorando um pouco demais para serem concluídas às vezes. Não existe “jogar uma partidinha rápida” no multuplayer do jogo, as partidas sempre vão demorar entre 20 e 30 minutos, o que acaba exigindo que você tenha um tempo livre considerável para jogar dentro do game. Como em todo multiplayer, Battlefield 1 conta com um sistema de progressão onde você pode ir desbloqueando novas armas para as suas classes, e, felizmente, a DICE aprendeu com o erro cometido em Star Wars Battlefront, onde as armas iniciais eram bem piores do que as que você ia adquirindo conforme subia de nível. Aqui, tudo é mais ou menos equilibrado, e as armas estão bem balanceadas.

Graficamente, o jogo é muito belo, seja na versão de Xbox One (onde eu aproveitei para jogar graças ao período de testes do EA Access), seja no PC. A ação se desenrola com muita fluidez e raramente há slowdowns em ambas as versões, e eu tenho certeza que vai ter gente morrendo durante as partidas só porque parou para observar a beleza do jogo por alguns instantes, principalmente durante a campanha do jogo, que acaba mostrando menos inimigos na tela e apresenta mais detalhes. Já a trilha sonora do game cumpre bem o papel de servir como plano de fundo.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela publisher e com o período de 10 horas de testes do EA Access no Xbox One.

Resumo para os preguiçosos

Battlefield 1 conseguiu algo que poucos jogos da franquia conseguiram: trazer uma excelente campanha e aliá-la ao ótimo multiplayer que a DICE entrega lançamento após lançamento. O jogo pode até não ter mostrado o melhor capítulo do mundo em Hardline, mas voltou com tudo em Battlefield 1. Recomendado.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Ótima campanha
  • Boa representação da Primeira Guerra
  • Multiplayer divertido e muito bem executado
  • Belíssimos gráficos

Contras

  • Algumas partidas do multiplayer acabam durando tempo demais
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.