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Battleborn – Review

2016 parece ser o ano dos jogos de tiro em arena, e a Gearbox aproveitou para entrar com tudo nessa nova tendência com Battleborn, um jogo que promete trazer a tradição da companhia nos jogos de tiro, além do humor característico dos jogos dela e adicionar isso a modos de combate que nos remetam aos mobas, além de um modo single player também, afinal de contas, esse é um dos fortes da companhia. Será que isso é o suficiente para chacoalhar o mercado? É o que vamos descobrir em breve.

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Em Battleborn, a maioria dos planetas do universo foi destruído por uma catástrofe, e boa parte das espécies do cosmos fugiu para uma estrela chamada Solus. Após esse êxodo em massa, diferentes facções se formaram, e agora elas devem batalhar pela supremacia desse novo lar. Tudo isso é contado numa cutscene inicial em desenho animado que nos faz lembrar de Borderlands nas primeiras falas. Todo mundo é hiperativo e engraçadinho, mesmo nos momentos sérios dessa breve narrativa, esse é, mais ou menos, o tom que Battleborn ganha, um jogo descontraído sobre destruição e morte.

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https://www.youtube.com/watch?v=UkjssDddth8

Após essa introdução, Battleborn te força a jogar o prólogo do jogo, que te ensina um pouco sobre como o game funciona, como dar level up, como desbloquear suas habilidades (são 3 ao todo, que vão melhorando ou ganhando características novas conforme você ganha experiência) e assim por diante. O prólogo é bastante linear, e nele você joga sozinho. Terminado esse curso inicial, o jogo te a opção de você jogar mais da campanha, ou ir para os modos multiplayer do jogo, e é aí que o game começa de verdade.

Caso você goste de campanhas, Battleborn não é um jogo para você. A campanha do game é extremamente linear e pouco inspirada. Os mapas são basicamente uma repetição de “vá até x, espere o NPC fazer alguma coisa, atire nos inimigos, repita”. A ideia da campanha é que você aprenda a jogar com diferentes personagens, e desbloqueie mais conteúdo dentro do jogo. Além de você, outros jogadores também estarão aqui, ou bots, caso você seja um cara solitário. Apesar de ser nada inspirada, é inegável as semelhanças que essa campanha tem com Borderlands. É como se estivéssemos vendo Borderlands 3 com poupa inspiração, infelizmente.

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Outro problema da campanha é que o seu time tem um número limitado de vidas em todas as fases. Se você morre e dá respawn, uma dessas vidas desaparece do time todo, o que significa que o trabalho em equipe não é recomendado, é fundamental para que você sobreviva. O problema é que o seu time tem basicamente um respawn por personagem, e caso vocês morram, bye bye, de volta pro último ponto de controle. Isso seria tranquilo, se o jogo não oferecesse alguns picos malucos na dificuldade, com monstros que levam mais da metade da sua vida em questão de duas porradas. Como o jogo tem cenários apertados, fica difícil de sair correndo de alguns inimigos, então prepare-se para se irritar jogando o modo campanha e morrendo mortes um tanto estúpidas.

Mas enfim, o modo single player do jogo é só um acessório, afinal de contas, o principal mesmo é ser um jogo de tiro de arena, certo? Bom, infelizmente Battleborn também decepciona nisso. O jogo tem basicamente três modos, sendo o primeiro deles basicamente o que vemos nos MOBAs do mercado, mas em primeira pessoa e dando tiros. Você e o time adversário devem enfrentar-se num cenário derrubando torres, protegendo minions e assim por diante. Quem já jogou pelo menos uma partida de League of Legends, Dota, Smite ou qualquer outro jogo desse mercado, sabe como funciona.

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A diferença aqui é que você provavelmente vai morrer bastante. É impressionante como os personagens de Battleborn são frágeis, e mais impressionante ainda como os jogadores de Battleborn não parecem ter entendido como o modo funcionava. Você morre facilmente enfrentando minions, e mais facilmente ainda enfrentando outros jogadores, e eles também morrem facilmente assim. Eu não sei muito bem o que deu na cabeça da Gearbox de maximizar o dano e diminuir a defesa dos personagens do jogo, mas o resultado foi que as partidas simplesmente não avançam. Não foram uma, nem duas partidas que acabaram por causa do fim do tempo, e não por causa da pontuação. No fim das contas, o modo “MOBA” de Battleborn acaba sendo o modo mais chato do jogo, sendo mais chato até do que a pouca inspirada campanha dele.

O segundo modo é uma espécie de Domination ou Capture the Flag, onde você deve manter os territórios do cenário por um certo tempo até vencer a partida. Esse é, de longe, o modo mais divertido do jogo, simplesmente porque ele funciona com quase nenhum elemento de MOBA, e sim como um jogo de tiro. É meio irônico que o único modo não MOBA desse Arena Shooter seja o mais divertido dele, não é mesmo? Então, mesmo sendo divertido, ele está longe de ser tão bom que mereça que você ignore os outros problemas do jogo e compre o game.

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O terceiro modo volta ao mundo dos MOBAs com uma ideia um pouco diferente. Você deve escoltar seus minions até a base do inimigo. Chegando lá, eles são “comidos” na base adversária. Quem tiver mais minions comidos vence. O modo acaba tendo partidas bem mais fluídas do que o modo MOBA do game, e até que é divertida, porém também está longe de ser algo que seja imperdível.

Todos esses três modos usam os mesmos personagens de Battleborn, que são bem variados. Você tem tanks, atacantes, personagens com armas, personagens com arco e flecha, personagens melee. Há para todos os gostos, e cada um realmente se parece diferente do outro, seja na sua forma normal de atacar, seja nas habilidades especiais. Como você só tem 3 habilidades, e só pode melhorar duas delas (você escolhe qual melhoria vai ganhar naquele nível e abre mão da outra pra sempre), as builds do jogo são bastante simplistas.

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Ao final de cada partida, você ganha dinheiro e experiência. O dinheiro é usado para comprar roupas novas para o seu personagem, e a experiência é para desbloquear conteúdo novo dentro do jogo. Ao todo, Battleborn tem uma penca de personagens e de conteúdo para ser desbloqueado, mas é uma pena que todos esses personagens pareçam ser sub-aproveitados, com tão poucos modos de combate e com um desbalanço grande dentro do modo que deveria ser o principal ponto de venda do jogo.

Graficamente, Battleborn é muito bonito, além de vibrante e cheio de ação acontecendo a todo momento. Outro destaque visual vai para a animação do começo do jogo, que vocês conferiram aí em cima. A trilha sonora do game também é boa, e felizmente ele veio localizado em português brasileiro, como a 2K Games já havia prometido.

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Review elaborado com uma cópia de Battleborn para PS4 fornecida pela 2K Games.

Resumo para os preguiçosos

Battleborn é um jogo com vários problemas em seu principal modo, o que acaba transformando as partidas, que deveriam ser divertidas, num tédio só. Pode ser que a Gearbox venha a consertar esses problemas no futuro, mas, no momento, os pontos fracos do jogo acabam me convencendo bem mais a ficar longe dele do que joga-lo, já que os modos divertidos do game não são tão espetaculares assim que me façam ignorar os problemas que o jogo tem.

Nota final

55
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • O modo de dominação é divertido
  • Belos gráficos
  • Bem humorado
  • Bom sistema de combate
  • Vários conteúdos para se desbloquear

Contras

  • O modo “MOBA” do jogo é um tédio só, as partidas simplesmente não avançam
  • Campanha pouco inspirada
  • O jogo sub-aproveita os personagens e o próprio potencial dele
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.