Batman – The Telltale Series – Children of Arkham – Review

A Telltale teve um belo começo em Batman: The Telltale Series, contando o suficiente para satisfazer os jogadores e ainda esconder bastante para nos deixar ansiosos pelo lançamento do segundo capítulo, Children of Arkham. Será que esse capítulo atinge as expectativas? É o que vamos descobrir agora.

Observação: vamos comentar pontos chave do enredo, se você ainda não jogou o capítulo, não leia esse review pois ele contém spoilers.

Bruce Wayne começa o segundo capítulo de Batman: The Telltale Series tendo que acostumar-se com a grande novidade: o pai dele, Thomas Wayne e Carmine Falcone eram parceiros no crime, e toda a fortuna dele veio de atividades escusas. Para uma pessoa com tanta índole quanto Bruce, isso foi um verdadeiro choque, e o jogo já começa o capítulo fazendo você reviver o seminal assassinato de Thomas e Martha Wayne, para que Bruce tente lembrar-se mais sobre o ocorrido.

Boa parte do episódio revolve em torno dessa descoberta de Bruce, e sobre o passado cheio de lama do pai dele. Nesse quesito, o jogo faz um bom serviço em ir entregando cada vez mais surpresas sobre a parceria entre Carmine, Wayne e o prefeito Hill. Para agilizar um pouco a vida da Telltale, logo notamos que a vida em Gotham está para mudar, e que logo quem estava no poder não estará mais.

Esse enredo todo do filho descobrindo os pecados do pai é extremamente interessante do ponto de vista de Bruce Wayne, afinal de contas, muitas vezes acabamos vendo uma personalidade simplificada do alter-ego de Batman, e todo esse choque que ele está tendo por descobrir que o pai dele estava bem longe de ser um santo adiciona muito ao personagem dele.

Paralelo a isso, ainda temos o desenvolvimento das relações entre Bruce e Harvey Dent e a relação ambígua entre a Mulher Gato e Bruce/Batman. Por causa dos segredos descobertos sobre os Wayne, Harvey é aconselhado a afastar-se de Bruce, mas ele ainda assim pede que Wayne mantenha o financiamento da campanha dele, para o bem de Gotham, colocando você diante de uma escolha interessante: deixar que o político atire você embaixo do ônibus enquanto você financia a campanha dele para o bem maior ou deixar ele virar-se?

Essa é apenas uma das várias escolhas que Children of Arkham coloca diante de você. Na maioria dos casos, as escolhas são simples, mas há dois ou três momentos pivotais na história onde você deve decidir entre uma escolha ou outra, e, fora um deles, eu acabei ficando enquadrado na minoria das escolhas, só porque eu sou hipster. Essas escolhas são interessantes, mas, diferente do primeiro capítulo, quase nada realmente causa um verdadeiro “ohhh” no jogador, sendo este um daqueles capítulos de transição que acabam preparando o capítulo seguinte para algum grande desenvolvimento na história.

Fora os momentos de história, Children of Arkham conta com quase nada do lado detetive de Batman, mas tem alguns desenvolvimentos interessantes no combate, principalmente numa cena onde, ao invés de Batman, Bruce acaba quebrando as caras de alguns bandidos. No geral, entretanto, essas cenas de combate são inferiores às apresentadas durante o primeiro capítulo do game.

Vale ressaltar ainda que a versão de PlayStation 4 do jogo, usada para esse review, apresenta vários travamentos e slowdowns durante o capítulo. A Telltale tem feito um trabalho bem ruinzinho na hora de otimizar o jogo, seja na baixa resolução que o game apresenta nas versões de console (abaixo até dos 720p em alguns casos), seja na própria fluidez do jogo, principalmente quando você tem que movimentar os gatilhos para escolher algum ponto na tela.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PlayStation 4 fornecida pela Telltale.