Batman: Arkham Origins é o primeiro jogo da série Arkham que deixou de ser produzido pela Rocksteady e sim pela Splash Damage, algo que deixou muita gente pronta para o pior. Outro ponto que levantou suspeitas foi a decisão de alterar os dubladores do Batman e do Joker para dubladores que dessem a impressão de personagens mais jovens, já que o jogo se passa 5 anos antes dos eventos de Arkham Asylum. Será que a Warner conseguiu acertar nas suas escolhas? Bom, já adiantando um pedaço do review, ela acertou algo como metade do que foi mudado, mas dependendo do tipo de fã que você for, isso não vai importar muito.
Por se tratar de um prequel, ou seja, um jogo que se passa antes do primeiro capítulo da franquia, Batman ainda não conhece diversos dos inimigos que encontramos em Arkham Asylum e Arkham City, como por exemplo Joker e Bane. A história do jogo se passa cinco anos antes de Arkham Asylum, mais especificamente na noite do natal, quando Black Mask (antagonista do jogo) desafia Batman colocando a cabeça do homem morcego a prêmio com um recompensa de 50 milhões de dólares para o primeiro que levá-la a ele.
- Nome: Batman: Arkham Origins
- Plataforma: Xbox 360, PC, PS3 e Wii U
- Desenvolvedor/Publisher: Splash Damage/Warner Bros. Games
- Lançamento: 25 de Outubro de 2013
Para complicar as coisas, como esse jogo teoricamente se passa no ano 1 de Batman, a polícia ainda é corrupta, já que Gordon não é o comissário (e sim Loeb) e ainda não sabe se Batman é um aliado ou mais um louco a habitar as ruas de Gotham.
Para cumprir tal tarefa, assassinos perigosos como Bane e Deadshot (além de outros oito ou nove) são escalados e cabe a você pegar todos eles, além de Black Mask, antes que eles peguem você, afinal de contas, caçar criminosos parece muito mais interessante do que ficar em casa comendo chester e abrindo os presentes do Papai Noel, como Alfred sugere no começo do jogo.
Bom, eu vou ser bem franco, a história realmente não é o ponto forte do jogo. Os escritores encarregados do enredo na Splash Damage fizeram uma história bem genérica e forçaram uma série de pontos que pretendiam “contar as origens” do mundo de Batman e meteram quase todas bolas fora. Ok, você conhece o Coringa pela primeira vez nesse jogo e é bem legal a forma como ele e o homem morcego se encontram, mas encontrar o supervilão, Bane (e não ter a coluna quebrada por ele) e uma porrada de outros inimigos pela primeira vez em menos de 24 horas é completamente ridículo. Tudo isso, claro, para não usar alguns personagens já repetidos e batidos, como Mr Freeze e Poison Ivy.
Outro ponto completamente inexplicável da história é como diabos Gotham está completamente tomada de criminosos. A Splash Damage reaproveitou boa parte do mapa de Arkham City e recriou Gotham nele, só que em Arkham City era bem simples explicar porque você quebrava a cara de dezenas de bandidos a todo instante, mas o que diabos eles estão fazendo em tudo que é canto de Gotham? Por pior que a situação da cidade já esteve nos quadrinhos de Batman, a situação nunca chegou ao ridículo de você bater em praticamente 500 criminosos nas primeiras duas ou três horas de jogo, tudo, claro, para dar o ar de sandbox ao jogo que nos faz lembrar bastante de Arkham City.
Por falar em Arkham City, o jogo, na verdade, se fosse para ser definido com uma frase, seria “É tipo Arkham City, só que pior”. Caso você não tenha jogado esse capítulo de Batman, jogue-o antes de Origins, pois você realmente não está perdendo nada, aliás, está economizando dinheiro, comprando um jogo melhor em todos os aspectos.
Mas como um jogo que reaproveitou boa parte de Arkham City pode ser pior do que ele? Bom, eu não faço ideia, mas a Spash Damage conseguiu estragar uma boa quantidade de coisas durante o processo de desenvolvimento desse jogo. O combate dele é um pouco mais trabalhoso do que nos outros jogos da série por um simples motivo: ele está bugado pra caramba. Usar o ataque de Takedown (quando você pressiona o botão de se agaixar e Y ou Triângulo) é um inferno, pois na maioria das vezes Batman não consegue localizar o inimigo e erra o ataque, fazendo você perder o multiplicador do combo e, pelo menos no meu caso, me forçando a simplesmente desistir desse recurso e partindo pra força bruta para derrotar os inimigos.
Se esse fosse o único bug que o jogo tem, eu não reclamaria tanto, mas infelizmente há uma série de bugs imperdoáveis em Arkham Origins, como travadas, lentidão injustificada e, pior de tudo, certas estruturas que ficam presas no cenário ou não cumprem a função devida delas.
Para vocês terem uma ideia, eu tive que reiniciar o jogo três vezes e desligar a aceleração física de hardware para poder passar do arco da história do Mad Hatter, pois uma pétala de flor que deveria boiar na água e ser usada como meio de navegação pelo Batman, simplesmente ficou presa no cenário.
Outro exemplo desse descuido com o jogo foi numa das torres de comunicação do Enigma (que devem ser destravadas para você liberar a viagem rápida entre vários pontos de Gotham). Depois de resolver o puzzle, uma porta fecha e você aparentemente deve subir por um dos dutos para poder fugir dela. O problema é que o tal duto não consegue ser escalado pelo Batman, forçando você a recarregar seu save fora da torre e desistindo dela até liberar um upgrade no Cryptographic Sequencer que permita você fazer isso à distância, e assim não ser afetado pelo fechamento da porta.
A página de suporte do jogo na Steam está cheia desses bugs, e de algumas gambiarras (como a que eu exemplifiquei acima) que os jogadores estão tendo que fazer para poder evitar esse tipo de problema. Pelo que eu li em outros reviews, as versões do jogo para Xbox 360 e PlayStation 3 também estão cheias de bugs, e até agora nenhuma atualização corrigindo os problemas foi lançada.
Mas então quais as novidades do jogo? Afinal, ele é um jogo novo, e não um reskin de Arkham City, certo? Mais ou menos isso. O jogo apresenta novidades, claro, como um modo multiplayer, que não funciona nada bem e acaba sendo bem chato, e algumas novidades, como o fato de você poder viajar rapidamente a diversos pontos do mapa, e ignorar aquela maldita ponte no meio dele, mas, no geral, esse jogo tem uma grande cara de “já te joguei em algum lugar”.
Outra novidade que o jogo apresenta é a batalha contra os supervilões contratados para derrotar você. Diferente dos outros jogos da série, aqui a jogabilidade é nova, já que cada adversário tem uma barra de energia semelhante à sua e uma maneira diferente de enfrentá-lo, como na luta contra Deathstroke, que tem uma batalha bastante “cinematográfica” (apesar dela não funcionar tão bem assim). No geral, as batalhas são boas, apesar de uma ou duas terem intenções boas e pecarem na execução, como a supracitada.
Bom, mas vale a pena jogar então se o jogo tem todos esses problemas? Olha, se você não se importar com a história do jogo e não jogar o modo online, algo que eu duvido que alguém realmente vá fazer por muito tempo com outros títulos com multiplayer muito mais tradicionais já lançados ou em vias de serem lançados, vale sim. Batman: Arkham Origins é basicamente Arkham City com outra história.
Aliás, o jogo não introduz muitos inimigos novos, mas faz um bom serviço em variar bastante o nível de ameaça que os bandidos podem te oferecer. Eles pegaram todos os tipos de bandidos dos jogos anteriores e misturaram as habilidades deles, gerando resultados bem desafiadores, como um Super Thug com uma faca, ou um Armored Thug de metralhadora. Não foi uma vez que eu levei uma surra gigantesca dos inimigos.
Você ainda vai andar pelo mapa resolvendo diversas tarefas, atender a chamados policiais, sentar o cacete em diversos vilões e tudo mais. Isso é bem divertido, claro que seria mais ainda se o jogo tivesse uma boa história e não tivesse todos esses bugs, mas eu gostei bastante do jogo, o problema é compará-lo com as outras edições da franquia, já que ele é inferior a ambas e infelizmente é mais um caça niqueis a fãs da série do que realmente um novo jogo.
Resumo para os preguiçosos
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Prós
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Contras
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