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Batman Arkham Knight – Review

Atenção: Spoilers sobre o final de Batman Arkham City, um jogo que saiu há tempo pra cacete e que você já deveria ter terminado.

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A trilogia de Batman (sim, preferimos ignorar o fato de que Arkham Origins existiu) finalmente chega ao final e a primeira dúvida que fica é: esse é o capítulo definitivo de Batman? Ela terminou como deveria? O Batmóvel é uma boa adição ao jogo? É o que vamos descobrir em breve.

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Batman Arkham Knight se passa apenas um ano após a conclusão de Arkham City, que terminou, como vocês devem lembrar, com o Coringa morrendo. O jogo é aberto com a cena de cremação do vilão, e tudo ficou bem pelos próximos 12 meses. A criminalidade diminuiu em Gotham e as pessoas finalmente começaram a se sentir seguras. Apesar disso, Batman continuou apenas esperando pela volta do crime, que ele tinha certeza que ia acontecer. E aconteceu.

Logo no começo do jogo, você é apresentado ao vilão chave desse game, o Espantalho, que inventou uma nova toxina que deixa as pessoas completamente loucas e assassinas. O Espantalho ameaçou explodir uma bomba com essa toxina em Gotham e a cidade foi evacuada, restando apenas criminosos, policiais (em bem menor número que os criminosos) e o Homem Morcego.

Aliás, se Batman Arkham Knight tem um ponto positivo, é que o jogo realmente não enrola para apresentar as novidades que ele se propõe, na primeira hora de jogo você já conhece o plano do Espantalho, já dá de cara com o Arkham Knight (mais sobre isso em breve) e entra no Batmóvel para tocar o terror por Gotham, e é sobre isso o que vamos falar agora.

O Batmóvel é a principal novidade desse jogo, e acaba sendo praticamente o protagonista do jogo. Se a Rocksteady não tivesse que colocar Arkham no nome do jogo, esse game poderia se chamar Batmobile: The Game, porque você praticamente usa o carro tanto tempo quanto o Batman. Os fãs da franquia sempre pediram pelo carro nos jogos, mas talvez a Rocksteady tenha exagerado um pouco na dose, já que é possível perguntar-se com o Batman conseguia fazer qualquer coisa nos outros jogos sem o carro dele, já que ele parece precisar do carro a todo momento.

E como é controlar o carro? O Batmovel se divide em dois modos, o modo de combate e o modo carro. No modo carro, você controla o Batmóvel para perseguir adversários, basicamente, e ele funciona como um carro de um jogo normal, exceto por três detalhes: ele anda muito rápido e tem uma aderência forte pra cacete (é realmente fácil fazer curvas em alta velocidade com ele) e a Rocksteady tirou o maldito botão de freio do carro. Ao invés do gatilho esquerdo do joystick ser o botão de frear, esse botão coloca o Batmóvel em modo de combate. Eu não sei quem teve essa ideia, mas o resultado disso é você errando curvas a todo momento por ter sido condicionado ano após ano a frear com esse botão.

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Por falar em modo de batalha, esse é o principal uso do Batmóvel durante o jogo. Nele, pode mover-se em todas as direções, como se fosse um barco flutuando no mar ou algo do tipo, e essa mobilidade é realmente interessante para enfrentar os drones (tanques de guerra não tripulados) que o Arkham Knight coloca nas ruas de Gotham para enfrenta-lo. Esse modo de combate é amplamente usado no jogo e há até chefes que devem ser enfrentados com o Batmóvel, além do obrigatório STEALTH DE CARROS. Sério, tem pelo menos umas 3 ou 4 vezes que você tem que esgueirar-se (se é que isso é possível) pelas ruas de Gotham usando um carro/tanque de guerra sem ninguém perceber. Eu não vou nem entrar em detalhes sobre o quão ridículo é isso, mas é um dos usos que a Rocksteady colocou em Arkham Knight.

E no fim das contas, a experiência do Batmóvel é positiva? Eu diria que em partes. O carro realmente é uma novidade no gameplay, mas eu acho que ele deveria ter sido usado como complemento, e não como um elemento de gameplay que parece querer roubar de você o fato de você ainda ser o Batman. É legal jogar com ele? É, mas é mais legal ainda ser o Batman, então, talvez se o jogo fosse 70% Batman, 30% Batmóvel, talvez eu gostasse mais dele, mas tem uma hora que você só quer voltar a ser o bom e velho Homem Morcego e deixar uns 10 ou 12 bandidos no chão com todos os ossos quebrados e hemorragia interna (sem mata-los, é claro) ao invés de usar um canhão de 60 milímetros pra atirar balas de borracha nesses criminosos ou destruir mais um drone.

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Lembram que a Warner Bros. fez propaganda do jogo como “Seja o Batman?”, tá mais para “Seja o Batmóvel”.

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Mas e o resto do jogo, como é? É Batman, e um Batman melhorado. A Rocksteady aproveitou a vasta experiência que a companhia já tem com a franquia e adicionou novidades às partes de Predador (aquelas em que você está numa sala cheia de inimigos armados e tem que ir pegando eles um a um meticulosamente) que deixaram essas partes muito melhores. Há novos gadgets também para dar mais recursos ao Homem Morcego e o combate agora possui um modo tag, onde você e algum companheiro (Robin, Mulher Gato ou Asa Noturna) enchem o inimigo de porrada, com você podendo alternar entre os personagens durante a pancadaria.

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A história do jogo tem seus altos e baixos. A Rocksteady realmente podia ter explorado mais a relação do antagonista com o Homem Morcego, mas tudo o que ela faz é coloca-lo várias vezes falando que odeia o Batman, como se isso fosse algo que só ele sente e não 90% dos habitantes que estão em Gotham enquanto os eventos do jogo acontecem. O Espantalho também não é lá grandes coisas como um antagonista, mas há algumas missões bem interessantes na luta contra ele, como uma em que você deve distrair um inimigo com o Batman enquanto circula pelo cenário com o Robin e desarma bombas sem ele perceber.

Ainda há um detalhe na história que eu infelizmente não posso comentar por ser um spoiler grande do jogo, mas que é o centro do enredo do jogo, e que ficou muito legal. Logo no começo do jogo você vai saber do que eu estou falando, e a evolução disso durante o game é um dos pontos altos dele também.

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Aliás, eu diria que as missões da história principal de Arkham Knight em que você não usa o Batmóvel são as melhores de toda a franquia, pena que elas são poucas. Parece até que a Rocksteady usou o pico da criatividade deles para cria-las (e que não deixariam o jogo ser apenas mais um Batman, caso fossem apenas elas) e só depois foi lá preencher o jogo com o resto do conteúdo. Eu falo isso porque, infelizmente, o jogo é bem raso além da aventura principal. Você tem uma penca de missões adicionais, mas elas realmente não estão aos pés da importância e da complexidade da missão principal, sendo algumas, inclusive, curtas demais.

Essa parte do conteúdo do jogo, infelizmente, perde para Arkham City, mas eu realmente gostaria de comparar essa parte com The Witcher 3, onde as missões secundárias realmente importam e têm a ver com a história, ou até tem uma história toda dentro de si paralela aos eventos do jogo, algo totalmente inexistente em Arkham Knight. Quem terminar a história principal e partir pros extras depois vai entender o que eu estou falando.

Graficamente, o jogo é muito bonito na versão para consoles. Ele funciona travado a 30 FPS, apesar de haver alguns raros slowdowns nos consoles. Já a versão de PC é um verdadeiro desastre. Mesmo com computadores potentes, as quedas de framerate são constantes, e o jogo volta e meia funciona abaixo dos 30, o mínimo necessário para um bom aproveitamento do jogo. O fiasco foi tão grande que a Warner Bros. chegou a suspender por tempo indeterminado a venda de novas unidades do jogo até que ele volte a funcionar como deve, mas se fosse pra ter saído assim, melhor que tivessem atrasado pelo menos a versão de PC dele.

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A trilha sonora do jogo é composta por músicas que não são tão protagonistas assim, e estão ali mais para preencher o silêncio, mas o que realmente merece destaque aqui é a dublagem. Eu sou bem crítico quanto à dublagem brasileira em jogos, mas a dublagem de Arkham Knight é sensacional. Sério, ela está muito boa e em absolutamente nenhum momento eu senti vontade de mudar o idioma do jogo para o inglês por estar sofrendo um lento AVC enquanto jogo jogos em português, como eu geralmente me sinto. Ponto muito grande pra localização do jogo, ela está muito boa.

Review elaborado com uma versão do jogo para PC comprada pelo Critical Hits e uma de Xbox One fornecida pela Warner Bros. do Brasil

Resumo para os preguiçosos

Batman Arkham Knight é um jogo com partes grandiosas, seja no enredo, seja nas missões do Cavaleiro das Trevas, mas que também peca em alguns detalhes, como a performance terrível do jogo na versão de PC, as missões extras e o excesso de missões onde você usa o Batmóvel. Ainda assim, o jogo merece ser jogado nem que seja pela conclusão da trilogia Arkham, apesar de desapontar em vários aspectos. E não, essa não é a experiência definitiva do Homem Morcego.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Forte enredo, apesar de fracos antagonistas
  • O ápice das missões do Batman
  • O Batmóvel oferece uma variação interessante no gameplay, apesar do excesso de missões com ele
  • Excelente dublagem em português

Contras

  • O Batmóvel oferece uma variação interessante no gameplay, apesar do excesso de missões com ele (sim, isso também é um contra)
  • Performance terrível no PC
  • Missões secundárias abaixo do esperado
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.