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Baldur’s Gate II: Enhanced Edition – Review

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Vou ser sincero e admitir de uma vez que eu to muito atrasado com esse review. O nosso glorioso Eric me presenteou com essa maravilha de RPG ainda no ano passado, mas por ironia do destino eu acabei ingrupindo esse e demais presentes que me foram dados e não fiz nada do que me pediu. Mas, depois que encontrei a luz, decidi que vou terminar todas as análises pendentes até 2014, para que em 2015 eu possa botar tudo em dia e ter o apreço do chefe novamente.

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De qualquer forma, é realmente um pecado que um site tão prestigiado quando o Critical Hits não tenha no seu acervo de reviews, um texto sobre esse clássico da Bioware. Mas não se engane caro leitor, não falarei aqui do jogo original que foi lançado em meados de 2000, mas sim da sua versão melhorada e incrementada que está disponível hoje em dia através da Steam: Baldur’s Gate II: Enhanced Edition.

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Uma viagem no tempo

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Se você não sabe, a série Baldur’s Gate foi um dos principais marcos da industria dos games de todos os tempos no início da década passada. Seu sistema invodador, aliado a uma história impecável e mecânicas muito interessantes, conquistou uma legião de fãs que até hoje, guardam em seu coração os melhores momentos que passaram nessa aventura. Por ser um jogo tão antigo, era difícil botar tudo funcionando nos computadores mais novo até que a Beamdog finalmente resolveu nos agraciar com uma versão remasterizada e adaptada para rodar em qualquer PC atual.

Mas de onde diabos surgiu essa tal de Beamdog? Então, essa publisher não muito conhecida foi fundada por ninguém mais, ninguém menos que Trent Oster, co-fundador da Bioware e veterano quando o assunto é Baldurs Gate. Então, não tinha como as versões incrementadas não ficarem ótimas, certo?

Corretíssimo! Baldur’s Gate: Enhanced Edition foi lançado em 2012 e conseguiu um bom número de vendas. Um ano mais tarde, em 2013, Baldur’s Gate II também foi adaptado e lançado novamente via steam, mostrando que os caras aprenderam muito com a remasterização do primeiro título, melhorando a experiência muito mais do que se imaginava.

Sempre é difícil fazer uma análise de um jogo que já foi lançado há anos e recebeu uma versão remasterizada, por isso, vou fazer uma mescla do novo e do velho durante o desenvolvimento do texto, já que é praticamente impossível analisar cada parte individualmente. Mas deu de falar de trâmites administrativos, vamos partir para o que interessa!

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História

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A versão Enhanced não altera em nada o lore do jogo, portanto, o segundo capítulo de Baldur’s Gate segue o mesmo enredo do primeiro e continua com a história dos filhos de Bhaal e aquela coisa toda de Deus do assassinato, traição, e tudo mais. A diferença, é que dessa vez o seu personagem já é um pouco mais experiente do que no início do primeiro jogo e ele acaba partido da premissa que você já conhece um pouco de como tudo funciona.

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Você começa preso em uma cela, num lugar estranho e mal sabe o que esta acontecendo. Mas como o jogo precisa de algo a mais pra dar certo, é óbvio que alguem aparece pra te salvar e a partir dai a sua aventura recomeça.

Falar sobre a história do jogo é sacanagem, pois qualquer passo em falso significa spoiler na cara do leitor, então serei bem sucinto nesse assunto e vou resumir os meus relatos somente ao prólogo do game e nada mais. Faço isso não por preguiça ou coisa parecida, mas sim por que o desenrolar dos eventos é algo extremamente importante para que o jogador desenvolva apreço pelo jogo.

Quando eu fiz o review do primeiro jogo, no ano passado, eu não tinha finalizado uma pequena parte dele e achei melhor ler como tudo acabava para poder escrever melhor sobre esse quesito, sem cometer gafes ou enganos. Acredite, foi a pior coisa que fiz, pois ao saber de alguns detalhes do final eu simplesmente perdi o interesse em continuar, mesmo gostando tanto do jogo. O principal motivo a qual eu atribuo essa perca de vontade momentânea de jogar é a quantidade de plot-twist’s que o jogador se depara e que acabam mudando totalmente a forma como você encara a aventura, então se você realmente não quer se decepcionar com o game antes mesmo de começar a jogar, siga meu conselho e não busque informações sobre o enredo antes do tempo. Vai valer a pena, você só precisa saber disso.

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Talvez o uníco aviso que eu deva dar aos futuros jogadores é que o final das última expansão desse segundo título deixa um pouco a desejar para quem realmente entrou no clima do enredo. Infelizmente, em 2003 a Bioware perdeu os direito relacionados ao sistema D&D, e por isso teve de lançar uma espécie de DLC as pressas para fechar as lacunas que ainda estavam em aberto e amarrar todas as pontas soltas. O resultado foi sim satisfatório, mas pela pressa com que o essa expansão foi concebida, muita coisa não ficou a altura do gosto dos fãs e por isso talvez, a franquia tenha morrido e nunca mais tenhamos visto sequer um projeto de sequência, mesmo depois de tantos anos.

O sistema de jogo

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Por ser um jogo de RPG, Baldur’s Gate usa o sistema Forgotten Realm’s para ambientar-se e para criar todo o enredo que permeia o game. O único problema que os desenvolvedores encontraram no momento do desenvolvimento, foi adaptar um sistema de RPG de mesa baseado em Dungeons & Dragons para funcionar em tempo real, sem ter que depender de turnos como inicialmente o sistema requer.

Apesar de parecer um desafio e tanto -principalmente pra quem já jogou Dungeon & Dragons, a Bioware fez um trabalho muito bom nesse sentido, e a transição do sistema estático para o tempo real acontece de forma bem interessante apesar de parecer um tanto quanto estranho em alguns momentos.

Não confunda o sistema estático com a possibilidade de “pausar” o jogo no momento da batalha, caro leitor. Essa possibilidade serve principalmente para dar uma visão mais estratégica ao jogador, a fim de que ele possa decidir no meio das batalhas, quem atacará quem, quem vai curar e todos os aspectos táticos nesse momento tão importante e recorrente dos clássicos jogos da Bioware. Já o sistema por turnos conhecido por que é veterando dos RPG’s de mesa funciona mais ou menos como um jogo por turnos propriamente dito, onde cada personagem tem a sua vez de se movimentar e/ou atacar, mais ou menos como se vê no Xcom: Enemy Unknow.

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Outros detalhes menores mas extremamente importantes não foram esquecidos pela Beamdog no momento de atualizar o jogo para os computadores de hoje em dia. Imaginem vocês se o fato de a resolução daquela época ser basicamente desenvolvida a serem compatíveis aos monitores de tubo com resolução máxima de 640×400 ou 800×600, rodando hoje em monitores full HD, de LCD e tudo mais. Até da pra ter uma noção de como fica se você comprar as versões originais de Baldur’s Gate que são vendidas pela GoG.com, e que geralmente podem ter seus problemas resolvidos com modos de ajustes de tela e etc, mas qual seria o sentido de colocar “enhanced edition” o título do game se ela não fosse realmente incrementada? Pois é, saiba que alem da resolução ser mais adaptável nas versões atuais, agora é possível regular o zoom e ajustar a câmera a seu bel prazer.

Alem disso, novos personagens foram incluídos, novas armas, feitiços, calabouços, armaduras, itens em geral, retratos, texturas…olha, é tanta coisa que eu nem consigo escrever tudo nesse parágrafo, mas acreditem em mim quando eu digo que cada mínimo detalhe foi aperfeiçoado para oferecer aos jogadores um jogo antigo, ajustado em todos os quesitos para acompanhar a evolução do gênero, a fim de oferecer a melhor experiência possível quando se mistura o novo e o velho.

Criação de personagens

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Hoje em dia é muito fácil transportar os seus save de um jogo para outro. Isso é tão comum, que o fato de não poder realizar tão transição entre títulos já considerado motivo suficiente para dizer que o game não é bom o bastante. Imagine você então, como esse tipo de novidade era interessante no começo da década passada.

Você pode sim levar o seu personagem do primeiro para o segundo jogo, e o mais legal de tudo é que apesar de começar sem equipamento nenhum, você pode acabar encontrando alguns itens bacanas que coletou no primeiro jogo em baús espalhados pelo primeiro mapa. Lembro de ter lido um post no reddit há algum tempo atrás onde um jogadoras assíduo do primeiro Baldur’s Gate, já na versão enhanced, disse que dedicou horas e mais horas a fim de conseguir equipamentos lendários para sí, afetuando-se principalmente a uma espada bastarda que carinhosamente batizou de “sanguinhária”. Ele relata que foi uma grande satisfação poder encontrá-la intacta logo que começou o BGII, e que não esperava de fato que esse tipo de possibilidade existisse já que nem em jogos atuais isso é muito comum. Tá ai um belo exemplo de pequenos detalhes que melhoram exponencialmente a experiência in-game.

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Recepção

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Por ter sido relançado 13 anos após o jogo original, a quantidade de vendas não foi tão expressiva e acho que isso era até esperado pelo pessoal da Beamdog. Os compradores do jogo basicamente são pessoas que já tiveram contato com ele em algum momento ou que ouviram falar muito bem da franquia e decidiram conferir a versão nova. Entretanto, a verdade é que ele recebeu menos atenção do que deveria, infelizmente.

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 Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pelo desenvolvedor.

Resumo para os preguiçosos

Baldur’s Gate: Enhanced Edition é um jogo obrigatório pra quem aprecia um bom RPG e para quem admira o trabalho da Bioware. Pode ter certeza de que tudo que se vê hoje em Mass Effect e Dragon Age tem a sua semente fincada nas raízes dessa franquias épica e que marcou história, mas que infelizmente foi finalizada e provavelmente não nos agraciará com novos jogos desde mesmo estilo.

De qualquer forma, a experiência de jogar algo que foi responsável por criar uma nova forma de se jogar games no PC é realmente encantadora. Recomendo, do funco do meu coração.

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Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Sistema clássico melhorado
  • Grande quantidade de melhorias nos itens e personagens
  • Gráficos originais mantidos, com pequenas correções e adaptações
  • Trilha sonora original remasterizada
  • Expansões disponíveis desde o momento da compra

Contras

  • Final deixa a desejar
  • Vídeos originais foram removidos
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.