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Baldur’s Gate 3 – Análise – Vale a Pena – Review

Baldur’s Gate 3, desenvolvido pela Larian Studios e lançado após 3 longos anos de Early Access, talvez seja um dos melhores lançamentos dos últimos tempos e tem como principal atrativo, ser baseado no sistema da 5ª edição Dungeons & Dragons – que faz total sentido, já que você provavelmente vai se trancar no calabouço da sua casa até terminar toda a história que o jogo tem para oferecer.

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Apesar de ser uma sequência direta de Baldur’s Gate 1 e 2, você não precisa ter jogador os jogos anteriores para começar sua aventura em Baldur’s Gate 3. Na verdade, podemos até aproveitar a deixa para explicar ao nobre amigo leitor, como Baldur’s Gate 3 é praticamente a mesma coisa, só que totalmente diferente dos jogos produzidos pela BioWare no início dos anos 2000.

Pra início de conversa, a produtora de Baldur’s Gate 3 é a Larian Studios – que por coincidência já produzia sua própria franquia de jogos desde a época em que a BioWare se aventurava no universo de Forgotten Realms. Recentemente, a Larian ganhou mais destaque em 2014, quando lançou Divinity: Original Sin e uma tremenda visibilidade a partir de 2017, quando lançou o maravilhoso Divinity: Original Sin 2.

Baldur's Gate 3 - Análise - Vale a Pena - Review
Reprodução: Baldur’s Gate 3

O sucesso da Larian foi tanto, que não foi surpresa quando a produtora conseguiu abocanhar os direitos de Baldur’s Gate 3. Também não foi surpresa constatar que a Larian conseguiu adaptar o estilo de Baldur’s Gate para um sistema de combate baseado em turnos, ao invés do combate em “tempo real” tradicional. Como já mencionei, não foi surpresa alguma – mas o resultado foi surpreendente.

Em termos de história, Baldur’s Gate 3 se passa cerca de um século após o fim do segundo jogo. Existem alguns pequenos Easter Egg’s para os fãs mais assíduos da franquia, que ligam este terceiro jogo aos seus antecessores, mas nada que seja extremamente importante para o desenvolvimento do enredo, ou que de fato vá impactar a experiência do jogador desavisado.

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Baldur's Gate 3 - Análise - Vale a Pena - Review
Reprodução: Baldur’s Gate 3

A jornada começa logo após seu personagem ter sido capturado por uma nave Illithid – seres malignos que parecem ter saído diretamente de um romance lovecraftiano. Você descobre que além de ter sido capturado, também está sendo usado em um ritual grotesco de transformação, onde uma larva controladora de mentes é inserida no seu crânio e se não retirada logo, te transformará em um Mind Flayer.

Por falar em personagem, outra novidade trazida pela Larian à série Baldur’s Gate é a possibilidade de assumir a história de um personagem pronto, ao invés de criar seu próprio personagem customizado. Em termos práticos, assumir uma história “pronta”, lhe dá mais uma quest principal a ser seguida. Caso você prefira continue com seu próprio personagem, deverá lidar com a jornadas individuais destes personagens durante o jogo, já que estes assumirão papel de seus companheiros.

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Reprodução: Baldur’s Gate 3

A criação de personagem também é um dos pontos altos de Baldur’s Gate 3. Apesar do sistema de criação não ser tão robusto como em outros jogos do tipo, a quantidade de itens oferecidos pelo jogo é suficiente para que o jogador consiga encontrar seu personagem perfeito, sem ter que compreender sistemas complexos que alteram a altura da sua bochecha e a largura do seu septo nasal. Simples e direta, a criação de personagens é divertida e objetiva.

Os primeiros minutos de jogo também são muito elucidativos, já que mostram o básico do jogo de forma simples e descomplicada. Ao escapar da nave Illithid, o jogador aprende os conceitos básicos de movimentação, combate e exploração, ao mesmo tempo em que fica ciente de que estes sistemas, apesar de simples, levam certo tempo para se dominar.

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Reprodução: Baldur’s Gate 3

Caso você me pergunte como definir a jogabilidade de Baldur’s Gate 3, eu diria que ele é uma espécie de XCOM de mundo aberto. Você pode explorar o mapa a vontade (desde que consiga passar por todos os buracos estreitos e portas fechadas a sua frente), e, quando encontrar seres que desafiem o seu direito de existir, o jogo automaticamente passa a um modo por turnos, onde você controla cada personagem individualmente, tal qual em uma partida de RPG de mesa.

Os personagens com maiores iniciativas são aqueles que agem primeiro. A movimentação é vinculada aos seus pontos de ação, que determinam a distância que o jogador pode andar em um único turno. Além da movimentação, você também tem direito a uma ação por turno – que pode ser utilizada para atacar, defender, curar ou até mesmo expandir seu movimento durante aquele turno. As possibilidades são limitadas apenas pelas habilidades dos seus personagens, já que cada um conta com características especificas que podem mudar completamente a forma de jogo.

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Reprodução: Baldur’s Gate 3

Como falei acima, é um sistema simples de entender, mas difícil de dominar. É preciso um pouco de prática até entender qual a melhor distância possível para que seu Clérigo consiga buffar seus companheiros sem se tornar o alvo principal da trupe inimiga. Também é preciso se acostumar com a disposição dos personagens na sua party, já que não consegui encontrar uma forma de mudar a formação a fim de melhorar o desempenho no início do combate.

Além disso, o céu é o limite! Pessoalmente, sempre acreditei que estava velho demais para jogar jogos como Baldur’s Gate 3. Apesar de ter gostado muito de Divinity: Original Sin 2, a quantidade de texto e de conversas sempre acabava me desanimando e acabando com a minha vontade de continuar – uma vez que conversas são o ponto alto desse tipo de jogo.

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Reprodução: Baldur’s Gate 3

Baldur’s Gate 3 contorna isso de maneira muito eficiente: metendo cutscene em todas as conversas. Até alguns anos atrás isso seria considerado impossível, mas até mesmo o mais desimportante dos personagens vai lhe proporcionar uma curta animação de conversa quando você interagir com ele.

Não dá para imaginar a quantidade de tempo e trabalho que algo assim exigiu do time de desenvolvimento de Baldur’s Gate 3. Contudo, o resultado é impressionante, já que o simples fato de poder encarar o diálogo de maneira mais “humana” torna o consumo de texto e conversas muito mais palatável. E antes que me esqueça, todo jogo é legendado em PT-BR!

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Baldur's Gate 3 - Análise - Vale a Pena - Review

Os momentos mais decisivos do jogo também acontecem de maneira um tanto diferente em Baldur’s Gate 3. Agora, quando o jogador for fazer algum teste, os dados aparecem na tela e a rolagem é mostrada na hora, considerando seus pontos positivos e negativos naquele momento. Por exemplo: se seu personagem for tentar manipular alguém em um diálogo, mas possui pouco carisma, um dado irá aparecer na tela com a dificuldade necessária, e as penalidades por sua falta de habilidade também constarão ali. Outro ponto importante é que o jogador poderá recorrer a buffs nos momentos mais importantes, a fim de ganhar alguns pontos de bônus nas rolagens de dados.

Talvez o ponto mais alto de Baldur’s Gate 3 seja que ele literalmente se transformou no simulador perfeito de RPG de mesa! Apesar da história ser roteirizada, a sensação que ele passa é de que as possibilidade são infinitas (e de fato, são quase!). Repetir momentos importantes com personagens diferentes causam desfechos completamente diferentes, já que o sucesso em convencer alguém de algo pode mudar eventos que você ainda nem sabe que vão acontecer.

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Baldur's Gate 3 - Análise - Vale a Pena - Review

Em suma, Baldur’s Gate 3 é uma pérola do jogos modernos, que passa a sensação de ter sido construído com atenção plena ao mínimos detalhes. Durante todas as minhas horas de jogo, não conseguir perceber uma falha sequer. É como se tivesse acesso à um mondo extremamente realista, onde nenhuma palha esta fora do lugar (ou pelo menos, não está fora do lugar sem uma boa justificativa).

Não dá pra saber quanto tempo vai levar até que tenhamos um jogo com a qualidade de Baldur’s Gate 3 sendo lançado novamente. Não dá pra saber sequer se outros estúdios ou produtoras são capazes de criar algo da estirpe de Baldur’s Gate 3, sem que o desenvolvimento exija anos ou recursos imensos.

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Baldur's Gate 3 - Análise - Vale a Pena - Review
Reprodução: Baldur’s Gate 3

Baldur’s Gate 3 é um marco na indústria e um dos jogos mais bem feitos que já tive o prazer de jogar. Algo que não para de te surpreender mesmo após horas de jogo – seja com uma situação inusitada, ou com uma cena grotesca que você com certeza não deveria presenciar dentro de um celeiro.

Se você, assim como eu, não sabe se aguenta um RPG do porte de Baldur’s Gate 3, tudo que tenho para dizer é: dê uma chance. Você não vai se arrepender.

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Resumo para os preguiçosos

Baldur’s Gate 3, desenvolvido pela Larian Studios, é uma sequência dos jogos anteriores da série, mas com uma abordagem totalmente nova. Baseado no sistema da 5ª edição de Dungeons & Dragons, o jogo oferece uma experiência rica em narrativa e jogabilidade, com destaque para a classe Arcanista, cutscenes em todas as conversas e uma mecânica de rolagem de dados que simula perfeitamente um RPG de mesa. A atenção aos detalhes e a qualidade do jogo o tornam um marco na indústria dos games.

Nota final

99
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Visual lindo e de tirar o fôlego
  • Cutscenes em todas as conversas, tornando os diálogos mais envolventes.
  • Mecânica de rolagem de dados que simula um RPG de mesa.
  • Diversos desfechos possíveis com base nas escolhas do jogador.
  • Criação de personagem simples, divertida e objetiva.
  • Legendado em PT-BR.

Contras

Nada

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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.