Atelier Ryza 3: Alchemist of the End & the Secret Key vale a pena? Análise – Review

Atelier Ryza 3 chega prometendo encerrar com chave de ouro a nova trilogia da franquia, mas será que realmente vale a pena? É o que descobriremos na análise de hoje.

A franquia Atelier é um JRPG bastante popular dentro do Japão, mas infelizmente não fez muito sucesso aqui no ocidente, e a nova trilogia “Atelier Ryza” tenta trazer um pouco desse sucesso para fora do Japão.

Com isso em mente, é bom começar o review dizendo que nunca encostei em qualquer outro jogo da franquia e é uma experiência totalmente nova para mim, algo que irá ditar o tom do review aqui pra frente. Muito provavelmente a maioria dos brasileiros também não jogaram a franquia Atelier, e esse review vai ajudar bastante as pessoas que estão em dúvida se vale a pena começar a partir deste aqui.

Já na tela de menu temos uma surpresa agradável, já que logo abaixo de começar um novo jogo existe a opção de ver um resumo dos dois jogos anteriores, algo que vem muito bem a calhar e insere jogadores novatos adequadamente dentro do mundo de Atelier Ryza. Assim, jogadores novatos como eu podem facilmente começar o jogo entendo o básico da história e não ficar totalmente perdido.

E como o jogo funciona?

O jogo começa com a protagonista Ryza em uma praia enfrentando diversos monstros enquanto seus velhos amigos chegam para ajudar, o jogo não perde tempo e já te coloca direto no tutorial de batalha, onde você vai aprender o básico sobre como funciona os encontros com monstros.

O combate do jogo pode parecer estranho no começo, mas logo é fácil de se acostumar, o sistema de luta é um RTT (combate tático em tempo real) mas que lembra um pouco combate de turnos com o seu sistema de “Ordens de Ação”. Quando o combate começa nós podemos fazer ataques básicos e combinar eles com magias que consomem pontos, também existe um cooldown quando você ataca que acaba simulando um combate por turnos, sendo necessário esperar e tentar se defender do seu inimigo enquanto suas habilidades recarregam.

O jogador também pode controlar qualquer membro da equipe individualmente, enquanto os outros que não estão sendo controlados atacam automaticamente. Também é possível usar itens criados através de alquimia e combar com outros personagens da sua equipe ao mesmo tempo. No inicio o combate pode até assustar, mas confesso que achei bem divertido depois de me familiarizar com o sistema. Lembrando que isso foi apenas um pequeno resumo do que você é capaz de fazer nas primeiras horas de jogo, e conforme o jogo avança, você poderá fazer ainda mais coisas no meio do combate, como usar as chaves que fazem parte da história para causar toneladas de dano, e muito mais coisas!

Após o tutorial inicial, a história faz questão de reapresentar todos os personagens dos jogos anteriores, e aqui o jogo começa a ficar bem maçante. São muitas cutscenes e pouca ação e exploração nesse inicio de jogo, sendo necessário ler muitas e muitas linhas de diálogo até você finalmente estar livre para explorar por aí.

Ryza é uma alquimista talentosa que já salvou a sua terra natal várias vezes, e agora uma nova ilha apareceu absolutamente do nada que está ameaçando a paz do local, uma voz começa a falar na sua cabeça e acaba mostrando para ela uma espécie de chave, que Ryza decide replicar usando alquimia, e a partir daí os mistérios começam a se desenrolar e mostrar o verdadeiro significado por trás de ventos tão estranhos.

A história do jogo é bem simples e de certa forma até infantil, mas ainda assim é extremamente cativante e o jogo toma todo o tempo do mundo para desenvolver cada personagem principal e fazer você se importar com cada membro da equipe. Atelier Ryza passa uma clara mensagem sobre valorizar a vida cotidiana e fazer o possível para defendermos o que temos, e isso não é apenas contado diretamente ao jogador, como também é transcrito na própria gameplay. Os amigos de Ryza que compõem a equipe dela durante o jogo são fantásticos e é simplesmente relaxante se desviar da missão principal e ir coletar diversos recursos e fazer missões secundárias simples e cativantes para os seus amigos, reforçando toda a mensagem que o jogo passa sobre valorizar a vida cotidiana.

Se você gosta de fazer uma espécie de “roleplay” e mergulhar de cabeça na vida dos personagens e do mundo de fantasia, esse jogo é um prato cheio e vai agradar bastante, mas caso você queira um jogo mais direto ao ponto, não é isso que você vai encontrar aqui. Atelier Ryza toma bastante tempo explicando absolutamente tudo e fazendo voltas na história para desenvolver cada vez mais os personagens, o que pode ser extremamente massante para algumas pessoas.

Exploração e sistema de alquimia

Uma das features mais chamativas da franquia Atelier Ryza é o sistema de alquimia, Ryza é uma alquimista muito experiente e pode fazer praticamente qualquer coisa, desde que ela tenha os ingredientes certos em mãos.

A alquimia é muito importante para o jogo inteiro e principalmente para o combate, é vital que você explore e consiga recursos para fazer armas e armaduras melhores tanto para Ryza como para os membros da equipe, isso pode ser a diferença entre atropelar completamente um encontro com inimigos ou ficar passando mal com a dificuldade elevada.

Diferente do combate que parece complexo mas é simples, a tela de alquimia é cheia de informações e é realmente muito complexa, demorei muito tempo lendo e tentando entender o que cada caldeirão ali faz e como conectar as coisas para maximizar o produto final. Diferentes ingredientes tem qualidades distintas e é essencial saber misturar bem as coisas, caso contrário o equipamento ou consumível que você criou não será de muita utilidade, portanto leia bem os tutoriais de como fazer alquimia para aprender bem essa mecânica essencial do jogo.

Ao explorar para encontrar novos materiais alquímicos, muitas áreas estarão infestadas de monstros e a variedade é bastante alta, ajudando o jogador a não cair na mesmice toda vez que precisa sair para coletar ingredientes, encontros e missões aleatórias também acontecem enquanto se explora e ajuda muito a trazer um pouco de dinâmica pro jogo, uma feature que ao meu ver é especialmente importante nesse jogo, que sabe ser extremamente massante em diversas partes da história.

Gráficos, bugs e legendas

Graficamente é onde o jogo deixa muito a desejar, o estilo de arte puxado pro “anime” é bem feito e tem uns cenários muito bem trabalhados no jogo, mas os gráficos e a textura em si são simplesmente terríveis, com várias texturas quadradas e sem renderizar aparecendo a todo momento, e a necessidade imensa de ter um anti-serrilhado que preste no jogo.

Joguei Atelier Ryza 3 no PC com os gráficos no mais alto possível, e ainda assim era desconfortável olhar muitas cenas completamente cheias de serrilhado para todo lugar, impossível olhar para uma escada nesse jogo sem ficar incomodados com aquelas linhas flickando na tela o tempo inteiro.

Também presenciei diversos bugs, como a imagem começar a travar absolutamente do nada, as cutscenes simplesmente ficarem sem som e só resolver depois de reiniciar o jogo, vi até mesmo um videozinho do tutorial não conseguindo rodar adequadamente. São bugs que no geral não impedem a progressão do jogo, mas acontecem com tanta frequência que chega a incomodar.

Atelier Ryza 3 também  não tem nem legendas nem dublagem em português, o que é uma pena, pois dificilmente a franquia vai emplacar aqui no Brasil desse jeito. Até mesmo a dublagem em inglês está ausente no jogo, sendo possível jogar somente com áudio em Japonês e legendas em Inglês. Pelo menos a trilha sonora do jogo é muito boa e te ajuda a ficar ainda mais imerso dentro das aventuras de Ryza

Mas e aí, Atelier Ryza 3 vale a pena?

Atelier Ryza 3 é um jogo de nicho, para pessoas que gostam de um combate tático, devagar e que gostam de longas histórias que levam o tempo que for necessário para desenvolver todos os personagens, sendo essa a conclusão épica da história de Ryza. Mas caso você tenha esse perfil, Atelier Ryza 3 entrega tudo o que promete e vai te divertir bastante. Caso você não seja fã de combate tático ou até mesmo não tenha jogado muitos JRPGs na vida, esse definitivamente não é um jogo que vai te agradar.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela publisher. Jogo disponível para PC, PS4, PS5 e Switch.