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Assassin’s Creed Syndicate – Review

A franquia Assassin’s Creed caminha cada vez mais em direção à modernidade e sempre tem que responder uma grande pergunta: como adaptar toda a mitologia e equipamentos dos Assassinos para períodos cada vez mais próximos dos atuais, onde a tecnologia é muito mais avançada. Com a chegada da Revolução Industrial em Assassin’s Creed Syndicate, esse desafio se mostra maior ainda, mas este é apenas uma das muitas expectativas que Syndicate deve responder, e felizmente o jogo passa pela maioria dos testes com excelência.

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Em Assassin’s Creed Syndicate, você tem não um, mas dois protagonistas, os gêmeos Jacob e Evie Frye. Ambos são Assassinos filhos de Ethan Frye, um grande assassino da Inglaterra que morreu de causas naturais antes do começo do jogo. Nossos dois protagonistas são personagens bem interessantes, e com personalidades próprias, e cada um tem um certo estilo de jogo. Jacob, por ser robusto, é o brigão da dupla, ou seja, você pode esperar muita pancadaria nas missões dele. Já Evie, é mais sutil e frágil, exigindo que você seja furtivo nas missões em que controla a personagem. Essa diferença entre eles, entretanto, é pouco notada no começo do jogo. Os dois são praticamente um só, e apenas conforme você começa a evoluir seu personagem e desenrolar a história, é que eles realmente ficam mais diferentes.

Assassin’s Creed Syndicate se passa em Londres, uma cidade completamente tomada pelos Templários e que vive o auge da revolução industrial e do Capitalismo Selvagem. Para quem dormiu nas aulas de história, vamos a uma rápida recapitulação. A Revolução Industrial causou o êxodo rural, e o trabalhador do campo acabou migrando para a cidade. Como não havia nenhum tipo de lei trabalhista na época, as condições de trabalho eram terríveis. Os salários eram baixíssimos, as jornadas de trabalho imensas e crianças de cinco, seis anos já trabalhavam em fábricas. É exatamente esse o tipo de mundo que você vai encontrar, além das tradicionais gangues de rua, que dominam toda a cidade.

Um dos pontos mais fortes do jogo é a história dele. Eu não sei se era só eu que sentia um pouco de saudades disso, mas eu queria ver mais histórias dentro da própria ordem dos assassinos, e é isso o que encontramos em Syndicate. Não é apenas mais uma história de vingança, como a maioria esmagadora dos últimos jogos, e sim uma história bem pensada e com personagens carismáticos, além das figuras históricas tradicionais, como Charles Darwin.

Como Londres foi tomada pelos templários, uma das primeiras atividades a que somos introduzidos é a retomada da cidade para o lado assassino. Para isso, você deve cumprir uma série de atividades dentro dos bairros, como matar capitães templários, prender foras-da-lei e salvar crianças da exploração do trabalho infantil. As atividades não chegam a variar muito de bairro para bairro, sendo a grande variação o número de atividades por bairro e a dificuldade dessas atividades. Dependendo do bairro em que você está, o nível de dificuldade é maior. Em média, leva mais ou menos de 40 minutos a uma hora para liberar cada bairro, e há vários deles e Londres. Prepare-se para muito trabalho.

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Conforme você vai liberando bairros e fazendo novas missões, a dificuldade delas começa a aumentar, e você acaba sendo forçado a fazer algumas das atividades opcionais para conseguir avançar no jogo sem empacar em alguma atividade com um nível de dificuldade muito maior que o seu. Isso aconteceu comigo uma vez durante uma missão de Evie Frye onde os inimigos eram dois níveis a mais do que eu e estavam em grande número na tela. Para quem estava curioso para saber como a história continuava, isso foi um balde de água fria, já que eu tive que parar a missão, voltar pra cidade e sair por aí torturando as gangues dos templários para dar level up.

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Por falar em gangues, o jogo conta com um sistema de gangues meio raso. Você controla a gangue dos Rooks, e os templários têm os Blighters. Como você está liberando Londres, a sua gangue vai aumentando a presença na cidade, e isso acaba significando basicamente uma coisa, você tem mais capangas para executar missões. Fora isso, as gangues influenciam bem pouco no jogo, a menos que você queira transformar quase toda missão numa pancadaria generalizada.

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Como eu havia dito anteriormente, estamos no auge da revolução industrial e do capitalismo selvagem em Syndicate. Isso se reflete numa Londres que mistura o moderno e o antigo, e é bem interessante ver esse contraste nas ruas. A cidade é cheia das chaminés das fábricas, juntamente com casas coladas umas às outras, além das construções imponentes. Uma das grandes novidades desse novo período são as carroças, que são basicamente carros controlados por cavalos. Elas não têm tanta mobilidade quanto um carro, mas cumprem o trabalho. Além de servirem como meio de locomoção, o jogo também tem combate de carroças em algumas missões, que funciona basicamente como o combate de carros em Mad Max, ou seja, você pode bater na carroça do adversário, ou atirar no inimigo com a sua pistola (ou no cavalo, se você for desumano).

Por falar em combate, o novo sistema de combate de Assassin’s Creed Syndicate é… o mesmo sistema de antigamente, mas com animações novas. Não há grandes novidades em relação a Unity, a única novidade mesmo é que ele está mais difícil. Em Unity, sempre que eu encontrava guardas difíceis demais, tudo o que eu precisava fazer era soltar uma bomba de fumaça e matar todo mundo com mortes furtivas. Em Syndicate isso não é possível, e o jogo fica um pouco mais desafiador nesse quesito. Apesar de ser o mesmo sistema de combate de Unity, isso não chega a ser ruim porque o combate é divertido, e as novas animações de batalha são bem feitas e brutais pra caramba. Além disso, você finalmente tem um revolver, ou seja, mais balas para matar inimigos!

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Além do combate na base da porrada, o jogo também tem o tradicional stealth. Felizmente há algumas mudanças em relação a jogos anteriores. Em Syndicate, não há tantas missões que forcem você a ser furtivo ou a missão está acabada. A sutileza ainda é recomendada em algumas missões (principalmente quando você está usando Evie Frye) e em certos desafios, mas algo que dá pra notar de cara é que a inteligência artificial é burra demais. Na maioria dos casos, tudo o que você tem que fazer é esconder-se em algum lugar e assoviar, e o seu inimigo vem pra morte bem feliz. Daí é só esconder o corpo e repetir quantas vezes for necessário para dar cabo dos inimigos.

Para completar as novidades, temos o lançador de cordas. A ideia do lançador é exatamente a mesma do gancho do Batman, e ambos funcionam da mesma maneira. Ao adicionar o lançador, a Ubisoft dá uma nova alternativa de executar mortes e de navegar pela cidade, já que é possível subir em alguns lugares de maneira bem rápida. Apesar disso, o deslocamento pela cidade ainda não é tão rápido assim, já que o lançador de cortas não gurda em tudo o que você vê pela frente. A adição é interessante, porém você ainda vai continuar fazendo parkour na maior parte do tempo, ao invés de tornar-se o Batman.

Graficamente, Assassin’s Creed Syndicate está muito bom. O jogo é belo tanto nos modelos dos personagens quanto na própria Londres, que é uma cidade viva e que funciona independente do que está acontecendo na ação do jogo. Felizmente, a Ubisoft Quebec aprendeu com os erros da Ubisoft Montreal e lançou um jogo que funciona. Nós utilizamos a versão de Xbox One para fazer o review desse jogo, que teoricamente seria a mais fraca das duas e mesmo no Xbox One quase não há problemas de performance, nem os bugs horríveis que corroeram a imagem de Unity. O jogo simplesmente funciona como deveria. Syndicate não está isento de um bug ou outro acontecendo do nada, mas está longe de ser a festa de bizarrices que Unity era, e, o melhor de tudo, funciona como deveria.

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A trilha sonora do jogo é interessante e conta com músicas da época, além de uma dublagem que funciona muito bem. Outro ponto positivo de Syndicate é a opção de escolher entre a dublagem e as legendas de maneria independente, dando para jogar com o jogo dublado em português e legendas em português, ou dublado em inglês com legendas em português (ou alguma das outras opções disponíveis).

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One, fornecida pela Ubisoft do Brasil

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Resumo para os preguiçosos

Assassin’s Creed Syndicate é um dos melhores capítulos da franquia, combinando história sólida com personagens interessantes a uma cidade viva e cheia de atividades. As principais novidades do jogo (gangue, lançador de cordas e carroças) não chegam a fazer tanta diferença assim no jogo, e o game continua com toda cara de Assassin’s Creed. Outro ponto muito importante a ressaltar é que a performance do jogo está muito melhor do que a de Unity. Se você é fã da franquia e estava receoso quanto a esse episódio, não fique, ele vale a pena.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belos gráficos e quase nenhum slowdown
  • A história do jogo finalmente retorna pro mundo dos assassinos
  • Londres é uma cidade muito bem construída
  • Cheio de atividades

Contras

  • Algumas vezes o jogo te força a parar a campanha para dar level up no seu personagem
  • O combate não é tão novo assim quanto anunciado
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.