No final da década de 70 os fãs de ficção científica foram presenteados com uma das melhores produções de horror de todos os tempos, e também foram apresentados a criatura mais temida da galaxia até hoje, o Xenomorph, a raça dos temidos alienígenas vistos em Alien: O Oitavo Passageiro.
Como de fato é, a cultura nerd sempre andou junto com os games, então nada mais obvio que “gamezar” este ícone, e desde a decada de 80 jogos e jogos são lançados mas até hoje nós sabemos que uma homenagem ao nível nunca foi feita. De uns poucos “acertos” até imensas tragédias como Alien: Colonial Marines, eis que na escuridão surge um nome que, reza a lenda limparia o nome “Alien” no mundo dos games – Alien: Isolation. Será que ele conseguiu a proeza?
Despontado em TODAS as listas possíveis como jogo mais esperado do ano e também melhor jogo do ano, Alien: Isolation explora toda a tensão vivida no primeiro filme da serie dirigida por Ridley Scott. No jogo você vive a pele de Amanda Ripley, ninguém mais ninguém menos que a filha da personagem principal de todos os filmes da serie, tenente Ellen Ripley.Formada em engenharia (qual, não ficou especifico), após 15 anos do desaparecimento da mãe foi contratada pela Weyland-Yutani para ir até a estação espacial Sevastopol (palco do jogo) para conseguir informações da caixa preta da nave de sua mãe, a Nostromo recuperada de alguma forma.
Chegando ao destino, após uma sucessão de desastres acabamos sozinhos dentro da estação espacial e sabemos de sua atual condição: destruição total, caos e morte, além de um alienígena mortífero que aterroriza a instalação inteira.
De cara o obvio já fica claro para os grandes fãs da franquia: o jogo foi construído completamente fiel aos cenários originais do primeiro filme. Cada botão, corredor e luminária foi projetado para inserir o jogador no ambiente futurista imaginado na época do filme, com computadores rodando apenas com prompts, botões grandes com muita luz e imensos corredores escuros e claustrofóbicos. Diversos ambientes do filme também estão presentes em réplicas na estação, como o cérebro de operações da nave, o “MU-TH-UR”. Outros cenários que pertencem ao filme também estão presentes, como o planeta que a nave Nostromo acha a grande nave alienigena com centenas de ovos. Está tudo lá como é no filme, e isso honestamente é imensamente satisfatório para cada fã do filme, mas não se preocupe, se você nunca viu o filme ou nem ao menos ouviu falar da aterrorizante criatura, este é um jogo de terror convidativo a todos os fãs do gênero.
Absolutamente nenhum momento neste jogo é um passeio no parque, simplesmente não há como ficar tranquilo. Cada encontro com o que quer que seja necessita uma aproximação cuidadosa, portanto cuidado, se você prefere jogos mais rápidos já aviso, este não é o seu jogo. O ritmo do jogo é lento, MUITO LENTO. Praticamente do começo ao fim do jogo o principal esquema de sobrevivencia é esgueirar-se na escuridão evitando tudo e todos. Não há como dizer que há momentos de emocionante ação, porque não há.
Durante o jogo a engenheira tem acesso a esquemas para construir aparelhos que auxiliam no processo do jogo, como flashbangs, granadas atordoantes, PEM’s para androides e criadores de ruídos. Também há a presença de armas durante o gameplay, porém estas são completamente desnecessárias, sendo que nosso principal inimigo é imortal a qualquer tipo de munição. Com exceção de um lança chamas conseguido lá pra depois da metade do jogo (e também a única coisa que pode afugentar a criatura alienígena), o resto se tornou completamente desnecessário e também uma perda de tempo. Se o objetivo foi tentar criar um minimo de ação e um tipo de avanço menos estratégico dos jogadores (avanço via bala e porrada), este falhou completamente, afinal, de longe não há munição suficiente para sequer um capítulo do jogo.

Outra parte que merece muita atenção são os savepoints. Com exceção de poucas partes, o progresso do jogo deve ser salvo manualmente e não existe um mínimo padrão para estes pontos. Assim como as vezes há um savepoint muito próximo do outro, as vezes o seguinte vai aparecer depois de 30 minutos de jogo, se você não morrer durante esse trajeto. Isto significa um jogo de indas e vindas, afinal (e aqui vai outro detalhe importante) a inteligência artificial da criatura e humanos é totalmente imprevisível (TOTALMENTE).
Enquanto em praticamente todos os jogos nós aprendemos a lidar com os inimigo e avançar no gameplay se torna mais simples, em Alien: Isolation isso nunca acontece. Se você for morto pelo alien ou um humano em determinado ponto, ao passar por este local novamente nada acontecerá, porque a técnica de caça dos inimigos muda completamente. Mas espera aí, querido redator, você está reclamando disso? Absolutamente NÃO! Essa técnica é fantástica e torna o jogo extremamente realístico.
Em encontros com a criatura, você nunca sabe se ele vai te deixar em paz por 5 minutos, ou se vai entrar em uma ventilação e então voltar no próximo segundo ou se vai ficar farejando na sala em que você está escondido, fazendo esperar 3 minutos até que ele vá embora. Eu sempre achei, honestamente, que decorar os esquemas de inimigos para avançar no jogo é se aproveitar de uma I.A. fraca e explorar as fraquezas do jogo, o que não acontece por aqui, porém o fato dos save points não terem padrão algum (muitos passam até despercebidos se você não ouvir e observar atentamente) torna o desempenho do jogo fraco e enjoativo, afinal, muitas vezes preferi ir dormir do que tentar pela oitava vez o mesmo trajeto.
Os gráficos do jogo são um claro exemplo do que esta geração tem a oferecer. Os impressionantes esquemas de luz e sombras contribuem com a atmosfera terrorífica do jogo e na imersão no ambiente muitas vezes claustrofóbico. Cada elemento do jogo foi pensado para assustar. Cada sombra, fumaças, barulho tem uma razão para estar lá.

Quanto a trilha sonora ela é simples porém tem seu papel por lá. Na simples aproximação de um inimigo uma trilha de suspense crescente começa a tocar, e isso sim meu amigo, é de arrepiar.
Mas botando tudo isso acima em uma sacola só, ainda assim nada se aproxima do sensor de aproximação, extremamente fiel ao do filme com exceção de seu tamanho. Após obtê-lo sobreviver se torna um detalhe de atenção, e saber usar este é tão essencial quanto saber a hora de não usa-lo.
O trabalho de efeitos sonoros é algo digno de Oscar, e aqui vai o aviso – este jogo foi feito para se jogar com fones de ouvido de ótima qualidade, pois o trabalho de ambientação sonora 3D foi tão bem construída que você vai querer saber sempre de onde está vindo o barulho, e este vem da esquerda, direita, frente, atrás e também acima e abaixo. Trabalho espetacular, pessoal.
Aqui eu respondo pra vocês enfim, se este é o tributo que a franquia Alien merece, e infelizmente a resposta é não. Aliás, ele tinha tudo pra ser o melhor jogo de suspense de todos os tempos, mas falhou miseravelmente por alguns detalhes cruéis.
O jogo apesar de ser um vislumbre visual, ter uma impressionante resposta da I.A. pecou por um erro enorme: é extremamente longo. O jogo tem em média 18h para terminá-lo, o que o torna um dos jogos mais chatos de 2014. As primeiras 7 horas são uma bela experiência para o jogador, mas passando disso não existe absolutamente nada de jogo, ou seja, mais da metade do jogo é andar vagarosamente e se esconder, as vezes um tiro de lança chamas, E SÓ!
Não bastasse isso, o roteiro pesado e exagerado se entrelaça com os grandes exageros de repetição da equipe de criação, como por exemplo um momento que você deve ir até um gerador para restaurar a energia, e quando está na boca da caveira para seguir o percurso, a energia cai e te obriga a voltar tudo novamente e vagarosamente, e isso se repete várias vezes. Puta falta de sacanagem dos editores do jogo.
Outro detalhe é que o alienígena tem uma estranha obsessão pela nossa personagem, afinal, para onde quer que você vá, ele vai atrás de você. Além disso o jogo é vagaroso demais. Isso é algo habitual em um jogo de suspense, porém exagerou em Alien: Isolation, pois apesar do alien demorar a aparecer no jogo, após isso ele se torna extressante a um nível que te deixa nervoso, afinal após isso o jogo se resume em ouvir um ruído em seu sensor de movimentação, se esconder, esperar o inimigo passar e se esgueirar até o próximo armário, cama ou gabinete para se esconder e repetir o processo, então aqui eu repito, pra que armas? Além do mais, experimente atirar em um humano ou robo e dois segundos depois o alien estar cheirando seu cangote… frustrante, na verdade uma das experiências mais frustrantes dos últimos tempos.


