[Fala, galera, tudo bom com vocês? Como assim eu estou escrevendo um review de um jogo de 2010? Bom, eu terminei Alan Wake ontem e decidi que o site merecia um review do jogo, aliás, o site merece todos os reviews do mundo, então, quando eu acabar jogos antigos, analisarei-os por aqui, como eu já havia feito anteriormente]
A Microsoft colocou uma missão bastante difícil nas mãos da Remedy, algo que poucas companhias estariam à altura de conseguir: encarnar Stephen King no videogame, misturando o sobrenatural com a qualidade de um romance escrito por um autor renomado. O resultado poderia ou ser algo sensacional e muito bem feito, ou algo medíocre e dispensável. Felizmente, a Remedy provou-se ser a companhia certa para esse jogo.
Em Alan Wake, você controla Alan Wake, um renomado escritor de romances no melhor estilo Stephen King (que mistura o sobrenatural à realidade, criando histórias como Christine) que está enfrentando um bloqueio criativo há cerca de dois anos. Para não enlouquecer por causa do estresse que esse bloqueio gerou, Wake e sua esposa, Alice, decidem fazer uma viagem, para descansar um pouco e ver se as coisas melhoram quando eles voltassem a Nova Iorque, mas eles não imaginavam que o destino escolhido para essa viagem, Bright Falls, os colocaria dentro de uma história escrita pelo próprio Wake.
Nessa história, a esposa de Alan Wake foi raptada e você deve encontra-la, além de descobrir como diabos sobreviver a uma história criada por si mesmo. A história também envolve uma dualidade entre a luz e as sombras se confrontam praticamente durante todo o jogo. Você é um “cavaleiro da luz” e deve usa-la para afastar o mal e todas as ameaças que a escuridão traz consigo, como pessoas possuídas por ela (chamados de Taken no jogo) e objetos inanimados, como poltergeists, além de corvos, conhecidas criaturas da noite.
https://www.youtube.com/watch?v=auw3_z9EyRgPara acabar com a escuridão, você usa os mais diferentes objetos que projetam luz, como lanternas, lâmpadas e afins. Na maioria do tempo, você vai estar com uma lanterna apontando ela na cara de algum inimigo enquanto ele “perde” a energia de escuridão que tem em si. Após isso, é só sentar o chumbo no inimigo que ele morre. Outros usos pra lanterna também são contra os poltergeists, é só você apontar a lanterna contra eles por um bom tempo que eles desaparecem e param de voar na sua cabeça. Como no mundo real, entretanto, a pilha da sua lanterna pode acabar, então o manejo de recursos como munição e pilha acaba sendo essencial para a sobrevivência no jogo, apesar de não ser exatamente complicado de fazer isso na dificuldade normal do jogo.
Além da sobrevivência, você ainda tem uma série de colecionáveis e alguns puzzles para enfrentar no jogo, apesar desse último não ser bem o ênfase do game. A busca por colecionáveis ajuda a entender o que está acontecendo em Bright Falls durante os eventos de Alan Wake, e é muito legal como isso é contado, pois você vai descobrindo por programas de rádio, pelos manuscritos escritos por Wake e vendo como esse jogo poderia facilmente ser um Best Seller daqueles que todo mundo fala a respeito por algum tempo e que toda semana entram em promoção nas redes de varejo daqui.
Além disso, a Remedy criou uma série de terror chamada Night Springs, que está em exibição durante o jogo todo, com vários episódios diferentes. Eu não quero entrar em detalhes sobre essa série para não dar spoilers sobre o jogo, mas é mais um elemento que casa com a história e prova que o ponto principal de Alan Wake é a história, por mais que o sistema de combate seja bastante divertido.
Apesar de divertido, entretanto, o combate de Alan Wake apresenta alguns problemas. O jogo tem alguns bugs que às vezes fazem o personagem ficar trancado em alguns elementos do cenário (mais vezes do que você gostaria) e há um pequeno problema que é extremamente frustrante: quando Wake está usando algum objeto e é atingido por um inimigo, ele não vai soltar o objeto e enfrentar a ameaça, ele vai grudar no objeto e você vai morrer, porque não dá tempo de se soltar e reagir, já que os inimigos usam uma metralhadora de pancadas quando chegam perto de ti.
Fora esse problema que eu encontrei, o jogo costuma oferecer um desafio justo no combate, com uma boa quantidade de inimigos por etapa e poucas partes onde o jogo diz “ok, agora você vai morrer bastante porque sim”. Alan Wake ainda apresenta cerca de 10 a 14 horas de desafio, dividido em 6 capítulos principais da história e mais 2 capítulos que foram distribuídos via DLC. Na versão de PC, o jogo já vem com os DLC, uma vantagem em relação à versão de Xbox 360 do game.
Graficamente, Alan Wake envelheceu bem, mesmo sendo um jogo de 2010 ainda é possível apreciar os gráficos numa boa. Apesar de ser um game que envolve a dualidade entre luz e sombra, os efeitos de luz e de sombra no game não são lá tão avançados, mas, como eu disse para o geral, estão bem longe de desagradar. A trilha sonora de Alan Wake é bem feita e o jogo tem uma excelente dublagem, além de ter músicas compostas especialmente para o enredo.
Resumo para os preguiçosos
Alan Wake tem uma história que poderia estar em qualquer best seller do mercado. Isto está longe de desmerecer a ação do jogo, que é muito divertida e vai fazer você passar pelas 10~14 horas do game com poucos momentos de tédio ou achando que poderia estar jogando algo melhor. Apesar disso, o jogo apresenta alguns bugs meio estranhos que poderiam ter sido cuidados durante o desenvolvimento do game, mas nada que torna o jogo impraticável.
Prós
- História excelente
- Esquema de combate inovador e inteligente
- Dublagem muito boa
Contras
- Bugs estranhos que acabam prejudicando um pouco a experiência
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