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A Plague Tale: Requiem vale a pena? Análise – Review

A Plague Tale: Requiem, da Asobo Studio, tem todas as características de um jogo bomba, daqueles que pode frustrar o jogador de várias maneiras diferentes. Entretanto, o conjunto da obra torna este segundo jogo da série em um dos títulos mais impressionantes, polidos e produzidos já lançados.

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Eu sei, foi um parágrafo intenso demais para começar essa análise. Mas até o fim deste texto pretendo te mostrar todos os pontos altos e acertos de A Plague Tale: Requiem e mostrar à você, amigo leitor, os motivos pelos quais esta pequena maravilha não deve ser ignorada.

O primeiro jogo da série, A Plague Tale: Innocence, lançado em 2019, foi uma grata surpresa, mesmo tendo escorregado em alguns aspectos de jogabilidade e narrativa. Seu principal desacerto talvez tenha sido abrir mudar a forma como lida com os protagonistas a partir da segunda metade da história, dando menos foco nos irmãos Amicia e Hugo e inchando um pouco a história até chegarmos à luta final que pode ser considerada, no mínimo, única.

Já A Plague Tale: Requiem apresenta uma proposta totalmente diferente e focada em Amicia e Hugo. Os dois irmãos acabam funcionando muitas vezes como se fossem uma coisa só do ponto de vista das mecânicas do jogo – algo que pode parecer estranho, mas que faz todo sentido pela proposta.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

Em uma época onde todo novo jogo parece se esforçar para reaproveitar conceitos populares, ter um lançamento que aposta em mecânicas diferentes e adaptadas ao enredo é quase um alívio. Talvez você torça o nariz ao ficar sabendo que durante boa parte do tempo, deverá esgueirar-se pelo mapa controlando Amicia e seu irmão Hugo, de cinco anos, uma vez que nem todo jogo consegue acertar na inteligência artificial dos companions – ainda mais quando estamos falando de uma criança! Contudo, A Plague Tale: Requiem acerta em cheio ao transformar a interação entre os dois irmãos em algo tão funcional, que soa totalmente natural.

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Hugo não fica te atrapalhando enquanto você precisa ser furtivo, nem aparecendo na frente dos NPC’s – algo que convenhamos, quebra totalmente o clima. Os dois irmãos funcionam de maneira sinérgica, compartilhando suas habilidades de tal maneira que quando separados, fazem com que o jogador sinta falta um do outro.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

Enquanto Amicia é a irmã mais velha e dispõe de um pequeno arsenal para lutar contra seus inimigos, Hugo continua sendo o portador da habilidade de controlar os ratos, que aqui simbolizam a doença e a corrupção do mundo onde o jogo se passa. Os ratos, aliás, também possuem um papel de protagonistas dentro de A Plague Tale: Requiem, já que podem tanto representar uma ameaça quanto uma arma em situações específicas.

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Todo clima de desolação continua presente em A Plague Tale: Requiem. O tempo todo o jogo parece deixar o jogador apreensivo e pensando qual será o próximo grande desafio que os irmãos precisarão enfrentar para continuar vivos. Mesmo após o fim do primeiro jogo, as coisas parecem não terem melhorado para Amícia e Hugo, que decidem procurar ajuda de antigos amigos de sua família, na tentativa e encontrar uma espécie de cura para a habilidade de Hugo.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

A jornada proposta para os irmãos De Rune, sozinha, já empolga. Afinal, ela tem tudo que um livro épico de aventura precisa para chamar a atenção de qualquer leitor ansioso por uma boa estória. Mas o que A Plague Tale: Requiem tem de melhor é sua ambientação e visual, que são tão impressionantes que vão com certeza deixarão os jogadores pasmos pela sua beleza.

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Não a toa, a equipe da Asobo Studios decidiu construir o mundo de A Plague Tale: Requiem com ajuda de profissionais especializados na arquitetura romana daquela época. Dessa forma, a jornada dos irmãos De Rune acabam tendo como atrativo a exploração do mapa, que recompensa não só permitindo que você se sinta imerso em um cenário medieval dos anos 1300, como também oferece uma série de informações e itens específicos escondidos por ai. Literalmente, o jogo te convida a explorar o máximo possível e torna esta atividade atraente e recompensadora.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

Além da exploração, A Plague Tale: Requiem também recompensa em seus momentos onde a liberdade do jogador é bem mais restrita. Geralmente isso acontece quando Amicia e Hugo deparam-se com inimigos ou precisam resolver puzzles e enfrentar hordas de ratos para conseguirem avançar na sua busca.

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Os momentos onde o jogador deve ser mais furtivo geralmente oferecem diversas abordagens diferentes, onde o jogador deve escolher se terá comportamento mais furtivo – focando em abater inimigos isolados ou usando certos objetos sem chamar atenção, ou se prefere partir pra cima e utilizar as armas de Amicia e as habilidades de Hugo para derrubar todo mundo e tentar uma solução mais rápida. Não interessa qual a sua forma de jogo, A Plague Tale: Requiem parece saber privilegiar a criatividade e permitir que você avance como quiser. Contudo, se preferir a abordagem menos discreta, esteja preparado para o combate e tenha certeza de que da conta do recado.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

Os quebra-cabeças também são um atrativo a parte. Não é raro ver jogos de ação falhando ao perder a mão na hora de escolher o melhor momento para adicionar um puzzle em jogos de ação. Quando isso acontece, sentimos uma quebra na narrativa e é necessário um nível de desafio interessante e desafiador o suficiente para que não percamos a vontade de continuar.

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A Plague Tale: Requiem parece acertar precisamente neste aspecto, não só sabendo dosar os puzzles durante o gameplay, mas também por saber mesclá-los com o enredo do game fazendo com que estes desafios pareçam realmente necessários e não somente algo que foi colocado ali por acidente. Talvez a melhor característica de A Plague Tale: Requiem seja a sua capacidade de manter a imersão do jogador, mesmo nos momentos mais improváveis.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

A composição de cada capítulo de A Plague Tale: Requiem parece ser perfeitamente dosada para que o jogador mantenha-se entretido e interessado. Os momentos mais lineares são sensacionais e adicionam sempre aquela sensação de que você precisa continuar e descobrir o que vem a seguir.

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Quando se trabalha analisando jogos e escrevendo análises, chega uma hora em que é difícil se impressionar ou empolgar-se de verdade. Sinceramente, ainda estou deslumbrado em como A Plague Tale: Requiem conseguiu me prender tanto, me fazendo querer sacrificar preciosas horas de sono para continuar avançando na história.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

Tudo isso me fez sentir cada vez mais responsável pela jornada de Amicia e Hugo, como se eu fosse parte de tudo aquilo que acontecia. A jornada épica dos dois irmãos parecia minha, e chega a ser difícil elencar qual aspecto me chamou mais atenção: a qualidade do roteiro ou o visual incrível. Tudo simplesmente parecia contribuir para que eu pudesse sentir a emoção da trama dos irmãos De Rune, da maneira mais imersiva possível.

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Obviamente nem tudo é perfeito. O jogo conta com alguns glitches, principalmente na forma como os ratos se comportam. Não é nada demais, mas em algumas ocasiões algumas “ilhas” de ratos de comportam de maneira tão esquisita que os artefatos gerados simplesmente não combinam com os demais elementos visuais do ambiente.

Reprodução: A Plague Tale: Innocence

Como afirmei no começo do texto, esta sequência poderia ter todos os elementos para tornar o gameplay um verdadeiro fracasso! Mas a forma como Asobo Studio soube lidar com cada aspecto do jogo e formular uma experiência única, marcante e focada num enredo emocionante, podemos dizer que A Plague Tale: Requiem é uma das melhores surpresas desse ano!

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A Plague Tale: Requiem pode ser um dos melhores jogos que você já jogou na sua vida, principalmente se você gosta de explorar o mapa e entrar de cabeça nas experiências. Não a toa, um dos sentimentos mais agradáveis que senti ao experimentar esta jornada, foi a “desacelerada” no meu ritmo de jogo, tão acostumado a correr e tentar fazer todo o possível no menor tempo. Foi como voltar a aproveitar uma trama e enredo da maneira como se deve, e espero que você também aproveite esta incrível odisseia!

Resumo para os preguiçosos

A Plague Tale: Requiem pega tudo que o primeiro jogo tem de melhor e apresenta de uma maneira mais bonita, empolgante, emocionante e funcional. Todos os aspectos estão melhores na sequência, inclusive o enredo, que agora foca diretamente na relação e interação dos irmãos Amicia e Hugo.

Uma das jornadas mais épicas e bonitas já lançadas!

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Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Cenários ricamente construídos com auxílio de especialistas na arquitetura da época;
  • Jogabilidade refinada e focada na interação entre os dois irmãos;
  • Puzzles bem colocados;
  • Trama empolgante e interessante

Contras

  • Problemas de otimização
  • Bugs na forma como os ratos se misturam no cenário
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.