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A Ascensão do Ronin – Análise – Vale a Pena – Review

A Ascensão do Ronin é um dos grandes lançamentos do inicio deste ano no Playstation 5, mas será que corresponde as expectativas? É o que vamos descobrir na análise de hoje.

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Confira nossa análise de A Ascensão do Ronin

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O período Bakumatsu no Japão foi completamente caótico, marcado pela transição do velho para o novo e o embate entre a modernização e a tradição. O jogo se passa nesse período onde os Japoneses estão indecisos se devem ou não abrir o país para o exterior e uma guerra está prestes a começar por causa disso.

A história do jogo

A Ascensão do Ronin - Análise – Vale a Pena – Review
Reprodução: Playstation / Team Ninja

No meio disso tudo, nós temos o nosso protagonista, no qual é possível personalizar completamente em uma tela de criação de personagem muito bem feita, em que você facilmente perderá horas deixando o seu personagem o mais legal possível.

Após o tutorial de A Ascensão do Ronin, nós somos jogados no mundo aberto como um Ronin, um samurai sem clã, sem um objetivo muito claro e que está apenas vagando por aí. Mas você tem o desejo de descobrir o que diabos aconteceu com sua lâmina gêmea, um personagem que acompanha você o tutorial inteiro, que era muito importante na sua vida e acaba desaparecido.

Descobrir o que aconteceu com a sua amada lâmina gêmea é o ponta pé inicial dessa história, que vai te levar a conhecer facções que estão brigando pelo poder, logo você dará de cara com os rebeldes do anti-xogunato, que vão te mostrar o lado podre do Xogunato que está no poder atualmente, mas não demora para você também conhecer as pessoas que estão no governo e estão tentando melhorar o Japão. No fim, seu personagem é apenas um samurai ronin habilidoso que acabou parando no meio dessa guerra sem querer.

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A história de A Ascensão do Ronin tenta de mostrar que nem tudo é como parece, não existe um lado completamente vilão e outro bonzinho, o mundo não é preto e branco e sim um grandioso cinza, com a facção anti-xogunato e a do Xogunato tendo seus podres que eles obviamente não contaram a você na primeira vez que se conheceram.

Cabe a você decidir o lado que vai apoiar, e essa não é uma tarefa fácil. O jogo te conecta muito bem com bons personagens em ambos os lados e muitas vezes você vai ficar dividido sobre qual é a melhor escolha a ser feita.

A Ascensão do Ronin - Análise – Vale a Pena – Review
Reprodução: Playstation / Team Ninja
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As escolhas influenciam o final do jogo e decidem quais personagens vão viver ou morrer no fim, e vários personagens podem ter um destino trágico se você não cuidar deles.

A forma como A Ascensão do Ronin conduz a narrativa é interessante e poucos jogos tem coragem e inverter os papeis de vilões e mocinhos como A Ascensão do Ronin faz várias vezes ao decorrer da história.

Mas infelizmente, essa história tinha tudo para ter um final épico e impactante, porém acabou ficando extremamente confusa no terço final do jogo.

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A narrativa estava se desenrolando bem até o final do jogo, mas quando tudo chega no clímax parece que o roteirista não sabia mais o que fazer e as coisas pararam de fazer sentido. Em uma missão você está ajudando o Xogum a acabar com os rebeldes e na missão seguinte você se infiltra no exército do Xogunato a mando dos próprios rebeldes, e absolutamente ninguém dentro do exército do Xogum te reconhece, apesar de você ter feito parte dele na missão anterior.

A falta de coerência começa a ficar clara e parece que o roteirista não teve tempo para pensar em como iria finalizar a história e começou a escrever tudo nas coxas, deixando uma sensação amarga e triste, pois essa história tinha tudo para ser excelente do inicio ao fim.

A motivação do ‘vilão’ principal também não convence, a história dele estava interessante conforme você ia descobrindo aos poucos porque o vilão estava fazendo tudo isso. O jogo faz um bom papel construindo o clímax pra grande revelação, que nunca chega. No fim, o vilão não se justifica como deveria e faz o enredo perder muita força.

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Existe uma mecânica de laços entre os NPCs  que é muito interessante e vai definir o rumo de certos personagens durante a história. Conversar com personagens, aceitar suas missões secundárias ou simplesmente presentear eles pode ser a diferença entre ele morrer ou viver no fim do jogo.

Essa parte faz até parecer que você está jogando um Persona, tentando criar o máximo de laços possíveis para tudo acabar da melhor maneira possível, e funciona muito bem, os personagens são bem escritos e fazem você se importar com eles.

A história de A Ascensão do Ronin tem uma premissa fascinante, uma mecânica de construção de laços que faz as missões secundárias se entrelaçarem com a trama principal, mas o jogo não consegue manter essa qualidade até o fim. Assim como muitos dos defeitos que A Ascensão de Ronin tem (como vou falar mais pra frente no review), esse parece que não existiria se o jogo tivesse um pouquinho mais de tempo para ser finalizado e ajeitado esses detalhes que acabou estragando a história no fim.

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Gameplay e combate

A Ascensão do Ronin - Análise – Vale a Pena – Review
Reprodução: Playstation / Team Ninja

Pulando para o tópico de combate e gameplay, essa é a parte mais importante do jogo e é onde a Team Ninja costuma brilhar, e eu fico feliz em dizer que quase tudo que um fã de jogos da Team Ninja espera da gameplay de seus jogos, está aqui.

Muitos estavam na dúvida se perguntando se seria um Souls-like ou um jogo mais puxado pro lado do combate de Ghost of Tsushima, e a reposta é as duas coisas.

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A Team Ninja conseguiu criar o seu próprio estilo de gameplay ‘ninja-like’ que começou copiando o estilo da From Software, mas foi se distanciando cada vez mais e acabou virando uma variação de um Souls-like que se misturou com um Hack and slash tradicional.

Quem gosta de jogar Souls-like, vai gostar de A Ascensão de Ronin, e quem gosto de Ghost of Tsushima também vai sentir as familiaridades e tem grandes chances de gostar do que o jogo tem a oferecer no combate.

A parte de lutar contra um inimigo diretamente é muito bem feita em A Ascensão do Ronin, você realmente sente o feeling de um combate pesado entre samurais com katanas e armas de fogo, mas infelizmente as outras coisas que giram entorno da gameplay não são tão boas assim.

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Um dos pontos que rapidamente se nota é que a IA dos inimigos é completamente burra, basta você usar o terreno a seu favor e o cérebro deles vai derreter completamente. Inimigos são completamente cegos ao ponto de incomodar, eles são incapazes de ver que você está assassinando o parceiro dele que está literalmente do lado e se deixa ser morto também.

Outro ponto que incomodou bastante e eu não pude perceber durante o preview do jogo é que os chefes são extremamente sem graça e nada memoráveis. Teve um ou outro chefe que teve uma presença minimamente marcante durante as 35 horas que demorei para zerar o jogo, mas no geral faltou capricho nessa parte, e isso é decepcionante, já que a Team Ninja historicamente sabe fazer batalhas épicas de chefes.

A Ascensão do Ronin - Análise – Vale a Pena – Review
Reprodução: Playstation / Team Ninja
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Além disso, o clássico problema do posicionamento de câmera durante a batalha persiste, por muitos momentos fiquei sem saber onde estava o inimigo porque eu não conseguia enxergar e acabava morrendo sem entender como.

Falando desse jeito, pode até parecer que achei o combate de A Ascensão do Ronin, e apesar desses defeitos gritantes, no geral é a melhor parte do jogo e é extremamente divertido bater sua espada com a do inimigo.

O parry nesse jogo se chama contrafulgor e é uma mecânica excelente de alto risco e alta recompensa. Uma vez que eu entendi o tempo certo de tentar um contrafulgor, o combate clicou pra mim e comecei a gostar ainda mais da dinâmica da batalha.

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Além disso, existem diversas posturas diferentes que você pode usar, algo bem parecido com o que Ghost of Tsushima faz, onde certos inimigos serão mais fracos ou mais resistentes contra um tipo de postura. Existe um indicador visual na barra de postura que te avisa de forma rápida que você não está com a melhor postura pro momento, então não é muito trabalhoso tentar descobrir qual postura você deve usar e a coisa funciona muito bem e de forma dinâmica.

Exploração e mundo aberto de A Ascensão do Ronin

A Ascensão do Ronin - Análise – Vale a Pena – Review
Reprodução: Playstation / Team Ninja

Fazer um mundo aberto é algo completamente novo para a Team Ninja, e mesmo sem experiência nesse tipo de jogo, conseguiram entregar um mundo bem divertido e com diversas atividades para fazer por aí.

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A exploração é dinâmica e funciona muito bem em A Ascensão do Ronin, você tem seu cavalo para percorrer grandes distâncias, o planador para conseguir acessar lugares que você normalmente não conseguiria a cavalo e o gancho para alcançar certos lugares altos.

Diversos acampamentos de inimigos estão espalhados pelo mapa, eles são tão simples como ir lá e matar todos para desbloquear uma viagem rápida a partir dali, mas graças ao combate ser bem divertido, você acaba querendo fazer todos esses pontos conforme vai passando perto deles.

Também existem diversas missões secundárias com NPCs únicos, os desenvolvedores deram bastante atenção para essa parte do jogo e isso faz com que a exploração não caia na mesmice de sempre. É interessante conversar com os NPCs e entender sua história, como também é importante fazer as secundárias de NPCs que estão relacionados a história principal, já que isso pode mudar o rumo de certos momentos futuros.

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Além de tudo isso que eu falei, o mundo aberto ainda está repleto de colecionáveis em forma de gatinhos que você pode coletar por aí para trocar por pontos de habilidade ou itens, com alguns gatos correndo de você quando te veem e outros apenas em lugares altos e de difícil acesso. A mecânica é extremamente simples e batida, mas jogaram sujo colocando gatinhos para serem resgatados, eu quis pegar todos eles apernas porque eram gatos.

Reprodução: Playstation / Team Ninja

Também é possível customizar seu alojamento, que serve como uma espécie de HUB para você fazer suas coisas básicas, como dar tarefas aos gatos que você resgatou, mandar cachorros peregrinos em viagens para coletar recursos e muito mais. A mecânica mais notável aqui é que você pode customizar a aparência de seu personagem a hora que quiser e também pode fazer com que ele use qualquer roupa, independente da armadura que você tem de fato equipada.

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Gráficos, dublagem e trilha sonora

O jogo está completamente dublado em português brasileiro, como é de costume com os jogos publicados pela Playstation, um cuidado especial que a Sony sempre teve com nós brasileiros e devemos sempre elogiar. A dublagem está boa e apenas algumas vozes ficaram esquisitas, mas no geral não tem muito o que reclamar dela e joguei do inicio ao fim completamente dublado, mas você pode mudar isso nas configurações, caso queira.

A trilha e efeitos sonoros estão maravilhosos, o som das katanas batendo durante o combate te deixa ainda mais imerso nele e a trilha sonora está dosada da maneira certa, te deixando sempre animado nos momentos de tensão do jogo.

Infelizmente, a parte técnica dos gráficos é um dos pontos mais pobres do jogo. A direção de arte está praticamente impecável com cenários bem feito, mas as texturas estão em uma resolução tão baixa que chega a incomodar e acaba segurando o real potencial dessa direção de arte tão linda.

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Mas e aí, A Ascensão do Ronin vale a pena?

A Ascensão do Ronin - Análise – Vale a Pena – Review
Reprodução: Playstation / Team Ninja

A impressão que fica é que faltou tempo para polirem o jogo, é o primeiro mundo aberto da Team Ninja e a falta de experiência certamente influenciou nesse resultado final. Não é fácil fazer um jogo de mundo aberto bem feito e bonito, mas eles poderiam ter conseguido se tivessem mais uns 6 meses para trabalharem essa parte.

É estranho que o jogo mais recente do estúdio esteja visualmente mais feio e mal acabado do que Wo Long, que saiu a 1 ano atrás.

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A impressão que fica ao fim do jogo é que ele tentou ser ambicioso demais com sua proposta. A Ascensão de Ronin diverte bastante e vale a pena para fãs de Souls e de Ghost of Tsushima, mas fica um gosto amargo na boca que poderia ter sido evitado com um orçamento um pouquinho maior ou com mais tempo para os polimentos finais.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

A Ascensão do Ronin é o primeiro mundo aberto da Team Ninja e eles fazem isso de forma competente, o combate é primoroso e fãs de Souls e fãs de Ghost of Tsushima certamente vão gostar do tempo que vão passar jogando.

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Infelizmente o jogo tem alguns problemas sérios, principalmente com os gráficos, IA dos inimigos, e chefes mal trabalhados, mas de forma geral ainda é uma experiência válida e um acerto da Team Ninja.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Mundo aberto empolgante
  • Combate
  • Boas missões secundárias
  • Dublagem
  • Trilha Sonora
  • Direção de arte impecável

Contras

  • Gráficos ruins
  • IA de inimigos
  • História desconexa no fim
  • Chefes nada memoráveis
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Valteci Junior
Valteci Juniorhttp://criticalhits.com.br
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.