A confirmação da quarta temporada de Yellowjackets finalmente foi anunciada pelos executivos da Paramount+, encerrando meses de silêncio que alimentaram a ansiedade e as teorias da base fiel de fãs. O anúncio veio após a terceira temporada bater recordes de audiência, especialmente com o episódio final, que se tornou o mais assistido da história da série, alcançando 3 milhões de visualizações em múltiplas plataformas na primeira semana.
No entanto, nem os números impressionantes foram suficientes para dissipar as críticas. Embora a temporada tenha revelado segredos aguardados há tempos, como a identidade da Rainha da Galhada e o destino de algumas personagens desaparecidas, muitos mistérios ainda permanecem sem resposta. E agora, com uma nova leva de episódios confirmada, a série terá que lidar com as lacunas deixadas no enredo.
Quem é Walter, afinal, e qual é o seu verdadeiro objetivo?
Walter Tattersall surgiu inicialmente como um alívio cômico na complexa trama de Yellowjackets, assumindo o papel de parceiro excêntrico de Misty e apresentando-se como um “detetive cidadão” interessado em crimes reais. No entanto, conforme a história avançou, suas atitudes começaram a levantar suspeitas. Sua obsessão com os sobreviventes do desastre, somada à sua constante vigilância e ao aparente acesso ilimitado a recursos financeiros, levantam questões sérias sobre suas reais intenções.
A metáfora usada por Walter ao se comparar com Moriarty, o arqui-inimigo de Sherlock Holmes, passou a parecer menos piada e mais pista. A cena final da terceira temporada, com ele observando Tai e Misty de dentro de um carro, apenas reforçou o caráter dúbio do personagem. A quarta temporada precisa esclarecer qual é o seu papel na trama: aliado, antagonista ou algo entre os dois?
O incêndio na cabana ainda é um mistério mal resolvido
Desde o final da segunda temporada, o incêndio que destruiu o abrigo do grupo no meio do nada permanece como uma das questões mais enigmáticas da série. Apesar da confissão de Ben, o ex-treinador do time de futebol, o contexto torna claro que ele não poderia ter causado o incidente naquele momento. Ainda assim, os roteiristas evitaram explorar o assunto a fundo durante toda a terceira temporada.
Faltam pistas sobre quem de fato incendiou a cabana, o que torna a omissão ainda mais frustrante. Foi uma sabotagem? Um ato de desespero? Um rito proposto pela entidade sobrenatural que ronda o grupo? O silêncio prolongado sobre esse evento sugere que os criadores estão postergando respostas que já deveriam ter sido dadas. A nova temporada terá que abordar essa questão diretamente, sob o risco de transformar um momento-chave em um mero artifício narrativo.
Personagens desaparecidos enfraquecem a narrativa
Um dos problemas recorrentes de Yellowjackets é a tendência de abandonar personagens sem explicação. Akilah é o exemplo mais recente dessa prática. Após uma trajetória significativa na terceira temporada, ela simplesmente desaparece da narrativa sem qualquer resolução, mesmo estando envolvida em momentos cruciais, como o confronto com Lottie.
Além disso, rumores de bastidores indicavam que uma atriz adulta teria sido escalada para viver a versão presente da personagem, o que nunca se concretizou em tela. Outros personagens, como Crystal, que caiu de um penhasco na segunda temporada, ou o misterioso “protetor” de Javi, também foram esquecidos pela trama, mesmo com seu potencial de impactar diretamente a história.
A série precisa parar de acumular personagens como peças descartáveis e dar fechamento às suas trajetórias. O público que acompanha fielmente cada detalhe espera mais consistência e comprometimento com os arcos abertos.
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