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Inteligência artificial consegue vitória surpreendente contra humanos

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Para um competidor ganhar do outro no poker em alto nível, é preciso muita inteligência. Daniel Negreanu, um dos melhores do mundo nesse esporte, diz que o “poker é um jogo em que se vence com o cérebro”. Mesmo sem isso, a tecnologia tem avançado a um ponto em que o computador consegue derrotar os humanos nas cartas e em outros esportes mentais, notoriamente o xadrez.

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Isso aconteceu recentemente, quando a inteligência artificial Libratus foi capaz de superar quatro jogadores profissionais de poker — Jason Les, Dong Kyu Kim, Daniel McAulay e Jimmy Chou. Não foi uma vitória qualquer: ela veio através de uma maratona que não deixou dúvidas sobre a superioridade do computador em conseguir antecipar as jogadas e colocar o melhor movimento em cada mão.

Ao todo, foram 20 dias de jogos em 120 mil mãos. Em dinheiro fictício, a máquina foi capaz de conseguir mais de US$ 1 milhão em fichas. O supercomputador enfrentou os jogadores renomados em séries de Texas Hold’em, que é a modalidade mais popular e praticada desse esporte.

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O curioso é que a Libratus não foi desenvolvida para jogar poker e ganhar de adversários humanos. Essa inteligência artificial, criada por Sandholm e Noam Brown, foi feita para interpretar certas situações e encontrar as melhores alternativas através de milhares de estratégias possíveis.

“Acho que seria pior se nós tivéssemos o pensamento de que poderíamos ter feito mais, criando algum tipo de arrependimento. Mas esse não é o caso”, afirma Jason Les, jogador que ficou em quarto na competição contra a Libratus.

Polk-Claudico

Segundo Adrian Weller, do Centro de Inteligência da Universidade de Cambridge, a partida de Texas Hold’em é um jogo de informações incompletas em que a inteligência artificial interpreta as intenções dos humanos e age de maneira precisa para conseguir as melhores chances de vencer.

Por que esse “computador” é tão especial?

O que faz a Libratus especial é justamente ter a capacidade de ler o comportamento dos humanos, e assim conseguir ser precisa em seus movimentos. “Não seria possível vencer sem blefar”, diz Frank Pfenning, da universidade de Carnegie Mellon. “Inteligência artificial que consegue (blefar) é um grande passo, com muitas vantagens. Imagine um smartphone negociando o melhor preço de um carro para você”, completa.

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Para os desenvolvedores da Libratus, ainda há muito trabalho a ser feito. “Nosso objetivo é trabalhar nos próximos meses para aperfeiçoar essa inteligência artificial”, cita Sandholm.

A vitória da Libratus lembra o que aconteceu há exatas duas décadas, no xadrez. Em 1997, Garry Kasparov, considerado um dos melhores jogadores da história desse esporte, ainda estava na ativa (se aposentou oito anos mais tarde) e aceitou disputar uma série de partidas contra um computador especializado em jogar xadrez desenvolvido pela IBM. Na ocasião, a inteligência artificial também conseguiu a vitória.

O avanço da inteligência artificial é um passo importante que vem sendo citado por grandes cientistas, como é o caso do renomado físico Stephen Hawkings. Em 2014, ele apontou que a inteligência artificial poderia ser uma conquista extraordinária.

Primeiro xadrez, depois go e agora poker. A inteligência artificial caminha a passos largos para superar a capacidade humana de raciocinar nos diversos jogos de estratégia, e o que vem acontecendo nas últimas duas décadas é uma prova disso. Nem os melhores do mundo conseguem mais derrotar as máquinas potentes.

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.