O Xbox vendeu menos unidades em 2025 do que o Nintendo Switch original, lançado em 2017, evidenciando o momento desafiador enfrentado pela divisão de games da Microsoft. Mesmo com hardware mais recente, o Xbox Series S e Series X ficaram atrás de um console em fim de ciclo, em um ano marcado por retração geral na indústria e críticas crescentes à estratégia da marca.
No primeiro trimestre do ano fiscal de 2026, a receita da área de jogos da Microsoft caiu 2%, com queda de 29% nas vendas de hardware. Estimativas apontam que a família Xbox Series vendeu cerca de 1,7 milhão de unidades em 2025, contra 3,4 milhões do Switch. O desempenho fraco também se refletiu na Black Friday e em novembro, com uma queda de 70% nas vendas do Xbox, frente a 40% no PS5 e cerca de 10% no Switch e Switch 2.
Mesmo com o lançamento do Switch 2, que já superou os 10 milhões de unidades vendidas, e o PS5 com mais de 9 milhões só em 2025, o Xbox perdeu ainda mais espaço. Essa diferença reforçou críticas internas e externas à estratégia da Microsoft, que hoje aposta menos em exclusividades e mais em um ecossistema distribuído — com foco em streaming, mobile e parcerias com fabricantes de hardware.
Segundo Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming, a empresa não busca mais liderar em número de consoles, mas ampliar o acesso aos jogos via serviços como o Game Pass, que já soma 34 milhões de assinantes. A Microsoft também fortalece o Xbox Cloud Gaming, especialmente em mercados emergentes, mesmo com os altos custos limitando o lucro de curto prazo.
A nova abordagem vem acompanhada de cortes e reestruturações. Estúdios foram fechados, projetos cancelados e milhares de funcionários demitidos, num movimento voltado a metas de rentabilidade mais rígidas. Enquanto isso, novos rivais como o Steam Machine da Valve pressionam o Xbox a definir com mais clareza o futuro da sua plataforma.

