Xbox acredita que exclusividade de jogos é coisa do passado

A presidente da Xbox, Sarah Bond, afirmou em uma recente entrevista ao Mashable que os tempos de jogos exclusivos estão chegando ao fim. Segundo ela, a indústria está evoluindo e os jogadores desejam cada vez mais jogar juntos, independentemente da plataforma que utilizam.

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“Estamos vendo as pessoas evoluírem muito além disso”, disse Bond. “Os maiores jogos do mundo estão disponíveis em todos os lugares. Olhe para Call of Duty, Minecraft, Fortnite e Roblox. É isso que realmente impulsiona a comunidade nos games. A ideia de prender uma experiência a uma única plataforma é algo antiquado.”

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As declarações de Bond reforçam a mudança de rumo da Microsoft, que há anos vem deixando de lado a política de exclusividade. Durante boa parte da era Xbox 360, a empresa investiu pesado em títulos exclusivos, inclusive com acordos caros com desenvolvedores japoneses para jogos como Ninja Gaiden, Lost Odyssey, Blue Dragon e Ace Combat 6.

No entanto, essa estratégia começou a perder força com o Xbox One, que teve poucos exclusivos de destaque. Em 2016, a Microsoft iniciou um movimento para lançar todos os seus títulos também no PC, começando por Quantum Break, da Remedy. Foi o primeiro passo para transformar o Xbox em um ecossistema multiplataforma.

Em 2023, a própria Microsoft admitiu que havia perdido a chamada “guerra dos consoles” para a Sony e a Nintendo. A partir daí, a empresa começou a expandir ainda mais a presença de seus jogos em outras plataformas.

Em fevereiro de 2024, foi anunciado oficialmente que títulos de estúdios da Xbox, como Grounded e Pentiment (Obsidian), Sea of Thieves (Rare) e Hi-Fi Rush (Tango Gameworks), seriam lançados para PlayStation e Nintendo Switch. Desde então, jogos como Gears of War: Reloaded, Forza Horizon 5, Age of Empires II: Definitive Edition, Senua’s Saga: Hellblade II, Indiana Jones and the Great Circle e DOOM: The Dark Ages também seguiram o mesmo caminho.

Bond defende que abrir os jogos para várias plataformas fortalece a comunidade. Segundo ela, “os jogadores querem se conectar com amigos em qualquer dispositivo, seja no console, no PC ou na nuvem”. A nova estratégia também beneficia os jogos com foco em serviços ao vivo, como Minecraft e Call of Duty, que dependem de grandes bases de jogadores ativos.

Mesmo com essa abordagem, a Sony e principalmente a Nintendo ainda apostam em títulos exclusivos para impulsionar as vendas de hardware. Jogos como The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom e Spider-Man 2 mostraram o quanto os exclusivos ainda podem mover o mercado.

A fala de Sarah Bond deixa claro que a Microsoft pretende continuar investindo em uma experiência mais aberta e acessível. Com o avanço da Xbox Cloud Gaming e o foco em serviços como o Game Pass, a empresa parece estar menos interessada em vencer a guerra de consoles e mais preocupada em estar presente em todas as telas possíveis.

Se a estratégia vai redefinir o mercado ou apenas criar um novo tipo de competição, ainda é cedo para dizer. O certo é que, para a Xbox, exclusividade já é uma ideia do passado — e o futuro pertence à conectividade entre todos os jogadores.

Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.