Vampire Hunters é um jogo de um estúdio brasileiro que foi inspirado pelo sucesso de Vampire Survivors, prometendo a mesma dose de dopamina, só que em um FPS 3D frenético e cheio de ação. Mas será que o jogo realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
Logo de cara você percebe que a Gamecraft Studios conseguiu captar bem a essência do gênero e o jogo segue uma proposta bem similar a de Vampire Survivors, com o personagem começando fraquinho e desbloqueando os upgrades aos poucos até que eventualmente você está tão forte que consegue matar os milhares de monstros que aparecem na sua tela.
Gameplay viciante
Apesar das comparações com o jogo que o inspirou, que são impossíveis de não serem feitas, Vampire Hunters consegue ter sua própria identidade e aproveita muito bem o fato do jogo ser 3D. Como por exemplo, existem inimigos com escudos gigantescos na frente e você só consegue acertar tiros em suas costas, ao mesmo tempo que o fato de você não ver o que está atrás do personagem te força a ficar sempre em movimento e faz o jogo ser bem mais estratégico.
A diversidade de armas, monstros e chefes também impressiona, o personagem consegue equipar diversas armas ao mesmo tempo e tem tanta coisa para você pegar que as possibilidades de builds parecem ser virtualmente infinitas.
O loop de gameplay é simples, mas divertido: monte a build do seu personagem, entre na run e tente sobrevier aos 30 minutos infernais de bullet hell e uma quantidade colossal de inimigos e chefes na sua frente. Como é de se esperar do gênero, o jogo é bem difícil no começo, mas aos poucos as coisas vão ficando mais fácil conforme desbloqueia as melhorias, até que eventualmente você quebra a progressão, que é a parte mais divertida desse tipo de jogo.
A simplicidade da gameplay e a forma como as runs são feitas vicia completamente, você se pega querendo fazer “só mais uma run” pra testar uma build diferente, e quando percebe já se passou horas. É aquele tipo de jogo perfeito para matar o tempo e o estúdio conseguiu captar perfeitamente a essência da gameplay, que te faz ter uma descarga de dopamina quando você quebra o jogo.
Os gráficos também são tão simples quanto possível, o que é de se esperar desse tipo de jogo, já que temos tanta coisa na tela que fica praticamente impossível fazer algo mais modelado e que consiga rodar bem em plataformas atuais. O jogo abraça o estilo mais pixelizado e consegue entregar um bom visual e uma excelente variedade de inimigos e chefes, temos até mesmo o Saci Pererê como um dos chefes do jogo e quando vi isso abri um sorriso de orelha a orelha.
Nem tudo são flores
Apesar de tudo que envolve a essência da gameplay estar genuinamente muito bom, alguns outros problemas me incomodaram, principalmente o HUD e a apresentação geral do game para o jogador. A análise foi feita no Playstation 5 e os menus do jogo são bem confusos, além de não serem nada apropriados para um controle. A todo momento eu me via perdido com os menus e não sabia onde eu estava clicando, além dos botões e interface como um todo estar bem inacabada.
Entendo bem os motivos das coisas estarem assim, HUD e Menus de forma geral são as últimas coisas a serem desenvolvidas em um jogo, mas sinto que faltou um pouco mais de tempo de desenvolvimento para ao menos capricharem um pouco mais nisso na versão de console, já que genuinamente incomoda e pode afastar muitos jogadores antes mesmo deles darem uma chance.
Outro ponto preocupante é a performance do jogo no PS5, todas as vezes que eu conseguia chegar nos 20 a 30 minutos de run, tinha tanto caos na tela que o FPS caía drasticamente. Teve certas runs que utilizei armas que ricocheteiam e era tanta bala espalhando pela área junto com a enxurrada de inimigos que o jogo praticamente travou no fim da run, ficando quase injogável.
Apesar dos problemas acima,eu genuinamente consegui me divertir muito com o jogo, o loop de gameplay é legal e não podemos esquecer que Vampire Hunters é um indie brasileiro, que certamente não teve um orçamento muito bom. E honestamente, quando um jogo não tem dinheiro e tempo infinito para ser desenvolvido, eu prefiro bem mais a abordagem do Gamecraft Studios de focar os esforços no que realmente importa, que no caso do gênero bullet hell, é o loop de gameplay.
Mas e aí, Vampire Hunters vale a pena?
Vampire Hunters surpreende com sua gameplay viciante e divertida, conseguindo captar bem a essência do que faz um bom Bullet Hell ser viciante e sem dúvidas é uma recomendação instantânea para fãs do gênero.
Espero que o estúdio consiga resolver o problema de performance e deixar a HUD mais amigável após o lançamento do game, mas não deixe de experimentar esse joia indie brasileira que está com um preço bem acessível na Steam.
Esta análise de #vampirehunters foi feita com uma chave cedida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
“Vampire Hunters” foi claramente inspirado por “Vampire Survivors”, mas consegue se destacar com sua jogabilidade viciante e estratégica. O game oferece um loop simples, mas divertido: montar a build do personagem e sobreviver ao caos de monstros por 30 minutos. A variedade de armas, inimigos e chefes, como o Saci Pererê, adiciona profundidade ao gameplay. Embora os gráficos sejam simples, o foco está em manter a ação frenética e garantir que o jogo rode bem em plataformas atuais, proporcionando aquela dose de dopamina que prende o jogador.
No entanto, o jogo apresenta problemas em relação à interface e performance, especialmente no PS5. O HUD confuso e os menus mal adaptados para controle podem afastar alguns jogadores, além de quedas de FPS nas partes mais avançadas. Apesar disso, o título consegue entregar uma experiência envolvente para fãs do gênero bullet hell. Se os problemas de performance forem resolvidos, “Vampire Hunters” tem potencial para ser uma joia no mercado indie.
Prós
- Variedade de armas
- Gameplay viciante
- Variedade de builds
Contras
- HUD e Menus precários
- Performance
- Travadinhas ao subir de nível