A Unreal Engine 5 rapidamente se consolidou como uma das engines mais utilizadas da indústria, mas não é segredo que muitos jogos desenvolvidos nela apresentam problemas de desempenho em consoles e PCs. As críticas se acumulam, principalmente sobre a dificuldade de rodar títulos em máquinas menos potentes.
O que Tim Sweeney disse sobre a Unreal Engine 5
Durante uma entrevista após sua apresentação na Unreal Fest, realizada na Coreia do Sul, Tim Sweeney afirmou que a raiz do problema não está apenas na engine, mas na forma como os estúdios abordam o desenvolvimento.
“A principal causa é a ordem de desenvolvimento. Muitos estúdios constroem primeiro para o hardware de ponta e deixam a otimização e os testes em máquinas mais fracas para o final. O ideal seria começar a otimizar antes mesmo da produção completa do conteúdo”, destacou o CEO da Epic Games.
Segundo Sweeney, a Epic está tomando duas medidas: reforçar o suporte da engine com ferramentas de otimização automatizadas e ampliar a educação dos desenvolvedores para que “otimizar cedo” se torne uma prática padrão.
Por que otimizar cedo é essencial
Sweeney também mencionou que a complexidade dos jogos atuais é muito maior do que há dez anos, o que torna impossível resolver todos os problemas apenas no nível da engine. Por isso, a colaboração entre estúdios e fabricantes de engine é fundamental.
Ele ainda revelou que a Epic está aplicando aprendizados adquiridos com Fortnite diretamente na Unreal Engine, o que pode melhorar o desempenho em PCs de baixo custo.
Apesar da explicação, parte da comunidade vê o discurso como uma forma de transferir a responsabilidade para os estúdios. Para equipes menores, o desafio é ainda maior, já que os recursos avançados da Unreal Engine 5 — como Lumen, Nanite e Virtual Shadow Maps — exigem conhecimento especializado e tempo adicional de desenvolvimento.
Com jogos de grande porte, como The Witcher 4, sendo produzidos na Unreal Engine 5, a pressão sobre a Epic aumenta. Caso as melhorias de automação e os programas de educação realmente sejam implementados nas próximas versões, como a UE 5.6, a engine pode deixar de ter a fama de “bonita, mas pesada” e passar a ser vista como poderosa e estável desde o lançamento.