Stellar Blade – Análise – Vale a Pena – Review

Stellar Blade é a nova aposta de jogo exclusivo da Sony para o PlayStation 5. Combinando uma heroína cheia de atitude a um combate dinâmico e um mundo pós-apocalíptico repleto de ciborgues e criaturas ameaçadoras. Mas será que o jogo vale a pena? É o que nós vamos descobrir hoje.

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Em Stellar Blade, você controla Eve, uma androide que foi enviada à Terra pela colônia para ajudar a acabar com a ameaça dos Naytibas, criaturas monstruosas que colocaram a humanidade à beira da extinção.

Logo no começo da missão, Eve acaba sendo gravemente ferida e salva por Adam, um dos habitantes de Xion, a última cidade habitada por humanos, e os dois, juntos com Lily, devem destruir os Naytiba Alpha e acabar com essa guerra de uma vez por todas.

Logo de cara você vai notar que apesar de Stellar Blade ter se vendido como uma mistura entre Bayonetta e Nier, o jogo é controlado muito mais como um soulslike do que como essas duas franquias. Na verdade, dá até pra chamar o jogo de “Souls Lite” já que, apesar de usar toda a estrutura que os jogos da From Software estabeleceram, ou seja, local de descanso que revive os inimgos, itens de cura limitados mas que se recarregam nos locais de descanto, ataque e defesa, aparo, e assim por diante, o jogo é consideravelmente mais fácil do que o normal do gênero.

Conforme você avança no jogo, Eve vai desbloqueando novas habilidades, como fazer que o drone que a acompanha atire nos inimigos, novos ataques, modos de poder e assim por diante.

Apesar de eu ter chamado o jogo de “Souls Lite”, Stellar Blade não tem apenas chefes fáceis. O jogo começa realmente bem fácil, mas conforme você entra no arco final do jogo, ele dá uma pisada no acelerador e você vai acabar encontrando tanto inimigos quanto chefes que vão te desafiar um pouco mais, mas nada que vá fazer você perder uma ou duas horas batendo com a cabeça num muro até que ele acabe se quebrando.

Aqui, entretanto, vale ressltar que os quick time events ao final de alguns chefes são uma escolha bem questionável da desenvolvedora. Tudo bem que o quick time event não vai falhar caso você aperte o botão errado antes de apertar o botão certo, mas depois de dar o sangue para vencer um chefe e estar comemorando, a última coisa que eu quero é ter essa minha vitória condicionada a apertar R1 ou Triângulo uma última vez, ainda mais se eu já soltei o controle.

Outro ponto interessante de Stellar Blade é que o jogo, apesar de adotar a estrutura Soulslike em boa parte dele, traz uma boa variação no desafio também, oferecendo áreas fechadas, áreas maiores estilo mundo aberto pra você explorar, fazer quests e tarefas (que variam de complexidade, tendo algumas boas e outras bem básicas) para os NPCs de Xion, além de algumas fases onde você perde completamente o acesso à sua espada e deve usar apenas o drone para enfrentar os inimigos.

Esses cenários, aliás, foram os meus favoritos dentro do jogo, já que Stellar Blade vira algo meio como um “survival horror” que apesar de ser bem básico e que dificilmente se sustentaria como um jogo completo (lembrando até aquelas tentativas da geração do Xbox 360 de se competir com Resident Evil), são uma adição muito bem-vinda a um jogo que se fosse só bater, andar e explorar, acabaria ficando mais ou menos também.

Os inimigos de Stellar Blade se alternam em basicametne dois tipos: monstros e robôs, ou a combinação dos dois. Tanto os inimigos normais do jogo como os chefes possuem uma barra de vida e uma barra de escudo, e alguns inimigos, assim comos os chefes, possuam pontos de equilíbrio, que conforme você apara os golpes desses inimigos, esses pontos vão desaparecendo, e quando zeram, possibilitam que você execute um ataque devastador neles, em alguns casos inclusive executando o adversário à la Sekiro.

Um outro detalhe que merece destaque é que você precisa encontrar outros androides mortos pelo cenário para aumentar tanto a sua vida quanto a sua energia beta, gasta nos especiais. Os level up que você ganha servem apenas para desbloquear novas habilidades dentro do jogo, e aqui a desenvolvedora escolheu bloquear coisas básicas pra caramba dentro desses upgrades, como esquiva dupla, aparo de golpes e assim por diante.

O jogo oferece uma boa quantidade de adversários conforme você avança pelos cenários dele, e apesar do game não ter tantos cenários assim e ser relativamente curto (eu levei cerca de 25 horas para completá-lo com uma boa quantidade de sidequests feitas) estes inimigos não são só uma repetição de “cavaleiro com espada” sendo inimigos bem criativos no geral.

Para completar, o jogo ainda tem desafios de plataforma e algumas outras surpresas que quebram um pouco a mesmice do Souslike. Nem todas elas funcionam perfeitamente, mas é legal ver que a desenvolvedora realmente tentou coisas diferentes e que elas se somam ao jogo.

A história de Stellar Blade, apesar de não ser lá muito original, principalmente para quem jogou a franquia Nier, certamente vai agradar os fãs. A Shift Up usou várias referências à mitologia cristã dentro do jogo, algo bem interessante ainda mais levando em consideração que eles são coreanos, um país que não é exatamente ao cristianismo.

Os personagens do jogo não são nada demais, e aqui é importante ressaltar que apesar de Eve não ser sem carisma, ela também está bem longe de ser uma Bayonetta ou uma 2B, mas acaba não sendo uma personagem desinteressante também, só fica acabaixo delas.

Por falar em Bayonetta, é importante ressaltar que, apesar das físicas de gelatina nos corpos das personagens, Stellar Blade não é um jogo que fique usando ângulos de câmera mais “ousados” como acontece em Bayonetta, ou seja, fãs que estejam preocupados com a sexualização da personagem podem ficar tranquilos quanto ao conteúdo do jogo e as cutscenes em si. Apesar do corpo da personagem balançar todo, isso e trajes opcionais são basicamente o que você vai encontrar dentro do jogo nesse sentido, ou seja, acaba sendo um conteúdo opcional mesmo, aproveita quem quer, ignora quem assim preferir.

Graficamente, Stellar Blade é um jogo bastante bonito, com belos efeitos de luz e física e cutscenes bem legais, ainda que alguns movimentos da personagem, principalmente quando ela está nadando, são bem estranhos. Eu joguei praticamente o tempo todo no modo performance, e apesar de um slowdown pontual que outro, o jogo entregou uma performance boa praticamente o tempo todo, principalmente nos combates e nas boss fights, que são o que mais conta mesmo.

A trilha sonora de Stellar Blade é um dos destaques do jogo. Apesar dela lembrar bastante a trilha sonora dos Nier, ela tem personalidade e umas músicas muito boas, que podem tranquialmente fazer parte de uma playlist do Spotify de quem jogar o jogo.

Ainda vale ressaltar aqui que o jogo vem completamente dublado em diversos idiomas, incluindo o português, e que a dublagem é bastante competente.

Mas e aí, Stellar Blade vale a pena?

Stellar Blade é um ótimo jogo de ação que certamente vai agradar quem gostou de jogos como Bayonetta, Nier e é fã do gênero Soulslike, mesmo não oferecendo o mesmo desafio que os jogos do gênero costumam oferecer.

Apesar da protagonista não ser a personagem mais carismática do mundo, o jogo oferece um mundo rico e cheio de exploração para os jogadores, que certamente vão aproveitar bem as 20 e poucas horas de conteúdo que ele tem a oferecer.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.