O cantor Ney Matogrosso é o centro emocional e narrativo do filme Homem com H, cinebiografia dirigida por Esmir Filho que percorre as várias fases de sua vida, desde a infância até se tornar um dos maiores ícones da música e da contracultura brasileira. O longa, estrelado por Jesuíta Barbosa, não se limita à trajetória artística de Ney, mas mergulha também em suas relações pessoais, paixões e perdas que deixaram marcas profundas.
O impacto da epidemia de HIV/AIDS nos anos 1980 e 1990
Homem com H retrata o período sombrio da epidemia de HIV/AIDS, especialmente entre os anos 1980 e 1990, quando o vírus devastou parte da comunidade artística brasileira. Ney Matogrosso, que viveu esse contexto de perto, perdeu amigos e amores, incluindo figuras centrais como o cantor Cazuza, com quem teve uma relação marcada por admiração e afeto.
Outro personagem retratado é Marco de Maria, parceiro de Ney na vida íntima e artística. A perda de Marco, mostrada no longa, remonta ao luto silencioso de uma geração marcada pelo estigma e pelo medo, mas também pela resistência e pela celebração da liberdade de ser quem se é.
A despedida de Luisinho, amigo e confidente
Entre os momentos mais tocantes do filme está a notícia da morte de Luisinho, secretário e grande amigo de Ney Matogrosso, interpretado por Bruno Parmera. A relação entre os dois ultrapassava os limites profissionais. Nos anos 1970, chegaram a dividir o mesmo apartamento, numa convivência baseada na confiança e no carinho mútuo.
Luisinho aparece no filme não como um coadjuvante qualquer, mas como uma presença constante na vida do artista, alguém que testemunhou suas conquistas e angústias. Sua morte, mostrada com sensibilidade no longa, é mais uma das perdas que moldam o lado mais íntimo e vulnerável de Ney.
O reconhecimento de Bruno Parmera por interpretar Luisinho
Ao comentar sua participação em Homem com H, o ator Bruno Parmera expressou gratidão por dar vida a Luisinho. Em publicação no Instagram, afirmou: “Viver o Luisinho foi sentir o sol de uma vida inteira. Aqueceu aqui dentro e sigo agora com mais essa energia”. Parmera também destacou a importância simbólica de Ney Matogrosso em sua formação pessoal e artística: “Você abre caminhos e em um desses, o meu, pude no nosso ofício artístico dar vida a um secretário e amigo pessoal seu. Que honra pra mim poder contar essa história”.
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