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Por que Marvel’s Spider-Man é um game exclusivo de plataformas PlayStation?

Lançado no dia 7 de setembro de 2018 no PlayStation 4, Marvel’s Spider-Man se tornou rapidamente um dos jogos mais bem-avaliados e vendidos da plataforma. Atualmente, o jogo da Insomniac, junto com sua sequência Miles Morales, já comercializou mais de 33 milhões de cópias ao redor do mundo — número que podia ser ainda maior caso ele tivesse chegado a mais plataformas.

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Mas, afinal, por que o game não chegou ao Xbox? Embora a Insomniac atualmente faça parte do PlayStation Studios, essa não era a situação na época em que o jogo estava sendo criado. Além disso, diversos outros capítulos da franquia também chegaram às plataformas da Microsoft no passado e venderam relativamente bem nelas, dando mais um motivo para o qual a exclusividade pode parecer um pouco estranha.

Porque Spider-Man é um jogo exclusivo das plataformas PlayStation

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Enquanto há teorias de que isso pode ser explicado pelo fato de a Sony deter parte dos direitos do herói no cinema, as coisas são ao mesmo tempo mais simples — e um tantinho mais complicadas — do que isso. Na prática, enquanto a dona do PlayStation não detém os direitos sobre o herói no mundo dos games, ela tem a exclusividade sobre todos os jogos produzidos pela Insomniac estrelados pelo personagem.

A era Activision

Por que Marvel's Spider-Man é um game exclusivo de plataformas PlayStation?

Entre os anos 2000 e 2014, a Activision foi a única empresa que podia produzir games licenciados de Spider-Man para o mundo dos consoles. Durante essa longa época, a empresa desenvolveu desde jogos bastante lembrados, como o Spider-Man 2 de PlayStation 2, Xbox e Game Cube, até outras experiências menos elogiosas, como Spider-Man: Battle for New York e Spider-Man: Friend or Foe.

Fato é que, durante esse período, as coisas não andavam muito bem para os jogos do cabeça-de-teia no mundo dos games. Os títulos que chegavam às lojas até que vendiam relativamente bem, mas a Activision os tratava da mesma forma que diversas outras adaptações de filmes e quadrinhos: ou seja, os produtos tinham orçamento limitado, prazos apertados e eram feitas por estúdios pertencentes ao “time B” da publicadora.

Mesmo quando os games eventualmente passavam pelas mãos de empresas como a Treyarch e a Vicarious Visions, ficava bastante claro que faltava capricho nos produtos que chegavam às lojas. Não à toa, games como o Spider-Man 3 do PlayStation 3 e Xbox 360 acabaram gerando memes famosos graças a alguns momentos bastante constrangedores.

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Enquanto questões do tipo eram perdoáveis na época em que games eram vistos como brinquedos e o negócio da Marvel era vender quadrinhos, as coisas mudaram muito com o desenvolvimento do Universo Cinemático da empresa (MCU). Em 2014, ela decidiu que era hora de dar mais atenção ao mundo dos jogos, com a intenção de transformá-los em uma parte integral de seu império de entretenimento — e é aí que surge a figura da Sony.

Microsoft podia ter os direitos de Spider-Man

No livro The Ultimate History of Video Games, Volume 2, o jornalista Steven L. Kent afirma que, após uma série de jogos com qualidade variável, a Marvel não estava mais contente com a Activision. Assim, ela decidiu encerrar seu contrato com a publicadora e procurou uma empresa capaz de lidar com o Spider-Man da forma considerada mais adequada.

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A primeira escolha de Jay Ong, vice-presidente executivo e chefe da Marvel Games, foi a Microsoft. Na época, a companhia (que já estava sob o comando de Phil Spencer) afirmou que, enquanto apreciava a oportunidade, teria que negá-la. Segundo Ong, a companhia justificou a decisão dizendo que preferia se focar no desenvolvimento de propriedades intelectuais próprias.

A IGN explica que a oportunidade não passou batida por Adam Boyes e John Drake, que na época lidavam com o relacionamento da Sony com empresas terceiras. Sabendo que a Marvel estava em busca de parcerias, a vice-presidente de desenvolvimento de produto da dona do PlayStation, Connie Booth, se reuniu com a Insomniac para ver se ela estava interessada em criar um jogo baseado em uma propriedade intelectual da editora.

As coisas ficam um pouco nebulosas nesse ponto, mas a história dá a entender que, antes disso, a Sony e Marvel já haviam conversado sobre um possível acordo antes de o estúdio ser consultado. Livre para escolher seu herói de preferência,  a Insomniac decidiu apostar em Spider-Man, em um projeto que foi financiado pela Sony — e daí vem o caráter exclusivo do game de 2018 e suas sequências.

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O resultado disso todo mundo sabe: um sucesso absoluto tanto de críticas quanto de vendas, num mercado que carecia jogos de super herói mais complexos do que simplesmente esmurrar tudo o que ousar aparecer na tela.

Sony não é dona de Spider-Man nos games

Por que Marvel's Spider-Man é um game exclusivo de plataformas PlayStation?

Enquanto a dona do PlayStation tem direitos exclusivos sobre Marvel’s Spider-Man, vale destacar que ela não detém os direitos exclusivos sobre o uso do herói no mundo dos games. Enquanto é improvável que a Marvel o licencie para outras empresas criarem suas próprias aventuras no momento, isso fez com que ele pudesse aparecer em experiências tão distintas quanto Marvel’s Midnight Suns e Marvel Ultimate Alliance 3, por exemplo.

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Essa dinâmica não deve mudar em um futuro próximo, especialmente dado a popularidade que os games estrelados pelo herói tiveram desde 2018. O relacionamento entre a empresa e a Sony só tende a se reforçar nos próximos anos, especialmente no caso de o aguardado Marvel’s Spider-Man 2, programado para o fim de 2023, fazer tanto sucesso quanto as duas companhias esperam.

Embora os termos do acordo entre a Marvel, a Sony e a Insomniac não sejam públicos, a expectativa é que eles se repitam no game de Wolverine que está sendo produzido pelo estúdio. Ou seja, enquanto ele deve sair somente nas plataformas PlayStation (e, possivelmente, no PC), o personagem deve continuar livre para aparecer em games multiplataforma envolvendo os X-Men e em outras aventuras nas quais sua presença faça sentido.

Dessa forma, o único cenário que vemos Spider-Man deixando de ser exclusivo do PlayStation, é se Spider-Man 2 fracasse em vendas ou em crítica, algo que é um tanto quanto difícil de imaginar, mas que pode acabar acontecendo também, afinal, acidentes de percurso acontecem.

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