Quem aí ainda tem sua coleção de cartas de Pokémon, Yu-Gi-Oh (cards do demônio) ou qualquer outra guardada numa caixinha? É bem difícil se livrar delas mesmo após tanto tempo não é? Mesmo aquelas amassadas que conseguimos batendo no recreio da escola têm um valor especial que quase se iguala às coleções completas que algumas pessoas ostentam. E se até nós custamos em nos livrar de nossos queridos cards, imaginem a reação de quem tem sua valiosa coleção roubada.
Foi o que aconteceu com o pequeno Bryce, de nove anos, que num belo dia descia sua rua em direção à casa de um amigo, em Cleveland, portando seu fichário com seu tesouro particular: uma coleção completa com todas as cartas de Pokémon. Alguém, cuja identidade o garoto desconhece, então rouba sua coleção e foge. Ele fica devastado e sua mãe chama a polícia.
O policial que atende o chamado é James Grotenrath, cujo nome serviria muito bem em um Pokémon solo/pedra overpower (olha aí a ideia Nintendo) e seu parceiro Ken Kirk, e após uma breve procura, eles, Bryce e seu amigo reencontram o fichário com o ladrão mirim. Infelizmente algumas cartas haviam desaparecido e nem o policial, nem o garoto conseguiram encontrá-las.
E foi aí que o policial Grotenrath foi além de suas obrigações e tomou para si as dores e injustiça que o garoto sofria, decidindo recompletar a valiosa coleção… com a sua própria. Ele foi até sua casa, deve ter chorado um pouco lembrando de sua infância e depois dirigiu-se à residência de Bryce, o presenteando com as várias cartas que faltavam e mais algumas extras que compunham sua coleção.
Falando com a imprensa local, o policial disse que “cresceu com Pokémon“. “Amava de coração Pokémon quando era criança e ficaria de coração partido se a minha coleção fosse roubada de mim“.
https://www.youtube.com/watch?v=VYFwQVKCe58
E para o caso de você estar achando que a coleção foi preenchida com uma série de Ratata’s, cartas de energia e quem sabe um Kuriboh, saiba que não, o garoto e o policial confirmaram que algumas das várias cartas desaparecidas e outras que James doou eram ultra raras. Para se ter uma ideia, esses tipos de cartas são quase como encontrar lendários shiny, sendo que pouquíssimas delas são fabricadas, conforme disse Bryce: “há apenas cerca de dez cartas como essa no mundo e eu tenho uma delas“.
A mais rara delas, um Mew dourado, pôde ser recuperada, mas algumas outras não. Obviamente o nome das cartas não foi divulgado, para o caso de alguém achá-las e querer vendê-las a outro colecionador e faturar uma bela grana ao invés de devolvê-las ao dono.
O policial foi perguntado sobre a dificuldade de doar uma coleção tão valiosa e respondeu: “É algo que não tem preço, mas é melhor ver alguém sorrir vendo meu livro. É como meu parceiro diz, somos mais felizes vendo cidadãos sorrirem do que sempre passando direto ou olhando para o outro lado“.
Segundo os policiais, o garoto que roubara as cartas era apenas um pouco mais velho do que Bryce e após uma conversa e alguns puxões de orelha, ele foi liberado sem nenhuma complicação com a lei (devem ter comido a mente do moleque).
Mesmo caso você não tenha crescido com essa prática ou apenas tenha o coração de um Glalie, acho que não há como não ficar tocado com tal gesto. Esse é um daqueles exemplos de histórias que mostram como coisas simples crescem conosco e são maiores do que marcas, empresas ou cartas de papel. São valores que nós mesmos construímos e guardamos por toda uma vida (como o policial James de 26 anos) apenas porque sabemos que podemos tirar algo de bom daquilo.
E mesmo que você tenha perdido esta época, saiba que não é tarde demais para começar sua própria coleção, principalmente este ano em que Pokémon está comemorando seu vigésimo aniversário e o TCG original foi relançado e já está sendo vendido pela Copag aqui no Brasil.
Gotta Catch ‘Em All!
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