Mesmo sendo amplamente reconhecida como criadora do gênero Soulslike, a FromSoftware pode não se considerar a responsável direta por sua invenção. Em entrevista à Game Informer, o diretor Hidetaka Miyazaki explicou que a empresa apenas deu forma a algo que o público já desejava, criando jogos em que a morte e o aprendizado fazem parte do ciclo principal de jogabilidade.
Desde Demon’s Souls em 2009, a FromSoftware consolidou um estilo marcado por combate estratégico, exploração aberta e picos acentuados de dificuldade. No entanto, para Miyazaki, esses elementos já estavam no imaginário dos jogadores, e a desenvolvedora apenas conseguiu oferecer a resposta certa no momento certo.
Ideias antigas que deram origem ao Soulslike
Antes de Demon’s Souls, Miyazaki trabalhava em Armored Core, mas solicitou a transferência para o novo projeto, que na época era visto com ceticismo pelos superiores da empresa. Ele trouxe influências de King’s Field, série de RPGs em primeira pessoa desenvolvida pela From nos anos 1990, e integrou elementos como morte permanente, recuperação de almas e mecânicas online persistentes.
O resultado foi um sistema de risco e recompensa que se tornou a base de toda a linhagem Soulsborne, incluindo Dark Souls, Bloodborne, Sekiro e Elden Ring. A experiência de perder milhares de almas por descuido e tentar recuperá-las apenas para morrer novamente se tornou emblemática do gênero.
Mais sobre a visão de Miyazaki
Para Miyazaki, o sucesso do gênero não veio de uma invenção isolada, mas sim do alinhamento entre o estilo de design da FromSoftware e uma lacuna no mercado. “É como se tivéssemos descoberto que é aceitável fazer jogos em que a morte faz parte do núcleo da jogabilidade. E a nossa resposta acabou ressoando com vários públicos”, explicou o diretor.
Mesmo sem reivindicar a criação do gênero, a FromSoftware continua sendo referência no desenvolvimento de jogos desafiadores e atmosféricos. A frustração de morrer repetidas vezes tentando recuperar progresso se tornou o símbolo da experiência Soulslike, independentemente de quem tenha cunhado o termo.

