O Lollipop Chainsaw original, lançado em 2012, foi uma mistura bizarra de humor, violência exagerada e uma narrativa única e peculiar. Combinando as mentes excêntricas de Suda51 e James Gunn, o resultado foi um jogo que dividiu os jogadores. Agora, mais de uma década depois, Lollipop Chainsaw RePOP retorna com uma versão remasterizada, oferecendo aos fãs antigos a chance de reviver o caos e convidando novos jogadores a experimentar essa loucura pela primeira vez. Mas será que este remaster vale a pena ou é apenas uma reciclagem de uma jogabilidade datada? É o que vamos descobrir na análise de hoje
Uma motosserra na mão e uma cabeça falante na outra
A protagonista é uma líder de torcida chamada Juliet Starling, que é secretamente uma caçadora de zumbis especializada em matar eles com uma motosserra. Logo no início, Juliet está apenas tentando aproveitar seu aniversário de 18 anos com seu namorado, Nick, quando o apocalipse zumbi explode em sua cidade. O que começa como um dia comum se transforma em uma luta pela sobrevivência, onde Juliet, com a ajuda de sua motosserra e seu namorado (agora reduzido a uma cabeça falante pendurada em sua cintura), deve salvar o dia.
O enredo em Lollipop Chainsaw RePOP é uma das características mais marcantes do jogo. ele é exagerado, cheio de diálogos absurdos e repleto de referências da cultura pop da época em que o original foi lançado. O humor pode não agradar a todos, principalmente porque muitos dos trocadilhos e piadas são datados, mas existe um charme em sua abordagem despretensiosa e escrachada.
A relação entre Juliet e Nick também traz uma dinâmica interessante, com momentos cômicos, mas que, surpreendentemente, também apresentam alguma profundidade emocional em meio ao caos.
Gameplay e Combate
Lollipop Chainsaw RePOP é um hack-and-slash em sua mais pura forma, Juliet pode alternar entre golpes de líder de torcida para atordoar inimigos e ataques com sua motosserra para cortá-los em pedaços. A combinação dessas mecânicas cria um sistema de combate com bastante estilo, mas que exige prática para dominar.
Mas infelizmente, a jogabilidade é cheia de problemas para um jogo atual. Alguns segmentos do jogo introduzem minigames, como o “Zombie Basketball” e “Zombie Baseball”, que embora interessantes em conceito, acabam se tornando longos, monótonos e chatos.
Além disso, o jogo introduz algumas mecânicas mais desajeitadas, como a condução de tratores e um percurso em estilo arcade que obriga o jogador a começar do início após um erro. Embora essas seções não sejam difíceis de completar, elas duram muito mais do que deveriam.
No decorrer do jogo, você pode coletar medalhas que servem como moeda para melhorar as habilidades e estatísticas de Juliet. Esse sistema de upgrade é bem implementado, com um senso real de progressão ao longo da campanha.
Mas a pior coisa da jogabilidade desse remaster é que ele não faz muito esforço para atualizar os controles datados de 2012, Lollipop Chainsaw RePOP ainda é meio truncado na hora de fazer combos e você percebe na hora que é um jogo antigo. Um pouco mais de esforço poderia ter sido feito nessa parte, já que o combate, apesar de ter ideias bem legais, não envelheceu bem.
Já os chefes em Lollipop Chainsaw RePOP também são um ponto fraco, enquanto seus designs são interessantes e seus diálogos são legais, a dificuldade deles deixa a desejar. A maioria das batalhas contra chefes é bem simples, com padrões fáceis de entender e fraquezas evidentes.
Na verdade, as hordas de inimigos regulares frequentemente apresentam mais desafio do que os próprios chefes. é uma pena que um jogo com tanto estilo e personalidade não aproveitou essas batalhas para entregar momentos épicos.
Apresentação audiovisual
Uma das maiores questões sobre Lollipop Chainsaw RePOP é: o que mudou em relação ao original? Melhorias foram feitas na câmera, na velocidade dos ataques e em alguns movimentos específicos de Juliet. Além disso, os Quick Time Events agora possuem um modo automático, e o jogo também apresenta novos penteados e artes na galeria.
Outra novidade é o modo “RePOP”, que altera o estilo de arte dos efeitos de dano para um visual mais pop e menos violento. Embora isso possa atrair alguns jogadores que não são fãs do estilo sanguinolento do original, a mudança parece contradizer a visão inicial do jogo, que era abraçar completamente seu excesso de violência e fanservice.
Agora entrando no quesito trilha sonora, o jogo segue sendo excelente, as músicas eram parte do que fazia esse jogo ser especial e continua assim na versão RePop, a trilha sonora é boa e mantém o jogador engajado na completa loucura e insanidade que acontece na tela.
Infelizmente, o trabalho de localização do jogo para o português brasileiro é um dos piores que já vi em qualquer jogo. As legendas estão completamente dessincronizadas em vários trechos e muita coisa sequer foi traduzida.
O que parece que aconteceu foi que os desenvolvedores apenas traduziram o texto bruto do jogo, mas não se deram ao trabalho de vetorizar as imagens em inglês pra traduzir também, o que fez com que até mesmo o próprio menu ficasse em inglês, um trabalho que é muito mais um desserviço completamente preguiçoso.
Mas e aí, Lollipop Chainsaw RePOP vale a pena?
Lollipop Chainsaw RePOP é um jogo que carrega suas raízes na década de 2010, tanto para o bem quanto para o mal. Sua narrativa absurda, diálogos e personagens memoráveis são uma diversão à parte, mas sua jogabilidade está datada e nem todo mundo vai se acostumar.
Mas para aqueles que querem algo rápido e divertido, com cerca de seis a oito horas de duração, Lollipop Chainsaw RePOP ainda tem muito a oferecer. Se você é fã do original ou se gosta de jogos que abraçam o absurdo e a violência exagerada, pode ser que tenha algo aqui para você.
Resumo para os preguiçosos
Lollipop Chainsaw RePOP é um remaster do jogo original de 2012, trazendo de volta a combinação peculiar de humor, violência exagerada e fanservise. A protagonista, Juliet Starling, enfrenta um apocalipse zumbi usando sua motosserra, enquanto o jogo oferece diálogos absurdos e referências à cultura pop. No entanto, apesar do charme, algumas piadas e mecânicas ficaram bem datadas. O combate é estiloso, mas possui problemas de ritmo devido a minigames longos e interrupções que afetam a fluidez da ação.
O remaster apresenta melhorias pontuais, como mudanças na câmera, movimentos de Juliet e um novo modo de arte menos violento, mas não consegue atualizar a jogabilidade datada, com controles e combos ainda truncados. A trilha sonora continua sendo um destaque, enquanto a localização para o português brasileiro deixa muito a desejar. Apesar de seus problemas, o jogo ainda pode oferecer diversão para fãs do original e jogadores que buscam uma experiência rápida e escrachada.
Prós
- Combate tem boas ideias
- Humor escrachado e divertido
Contras
- Gameplay datada
- Trechos chatos
- Tradução PTBR mal feita