Mesmo com o crescimento das discussões sobre o uso de inteligência artificial em jogos, a maior parte dos consumidores permanece indiferente ao tema. Foi o que afirmou Jacob Navok, CEO da Genvid e ex-diretor de negócios da Square Enix, em uma publicação recente. Segundo ele, essa apatia está acelerando a adoção da tecnologia na indústria, especialmente entre estúdios independentes.
A análise de Navok foi sustentada pelo sucesso do jogo Steal a Brainrot no Roblox, que utiliza modelos gerados por IA e alcançou picos de até 30 milhões de jogadores simultâneos. O ex-executivo argumenta que, para o público da geração Z, o uso de IA não representa um problema. Na prática, essa aceitação do mercado faz com que mais estúdios recorram a ferramentas como Claude, mesmo que em fases iniciais de desenvolvimento, como o design de personagens ou geração de código.
Indiferença do público acelera uso da IA
For all the anti-AI sentiment we're seeing in various articles, it appears consumers generally do not care.
The biggest game of the year, Steal a Brainrot, had 30m concurrents or approximately 80x the ARC Raiders concurrents, and is named after/based on AI slop characters. (All… https://t.co/B3mexTjBcK
— Jacob Navok (@JNavok) November 16, 2025
Enquanto o uso ético da IA ainda divide opiniões entre desenvolvedores, o impacto sobre as vendas é outro. Navok destaca que mesmo jogos com IA de baixa qualidade conseguem gerar receitas significativas. O próprio Steal a Brainrot já arrecadou entre 80 e 90 milhões de dólares e segue entre os mais jogados, superando em alcance produções mais cuidadosas como ARC Raiders, que utilizou IA para criar falas adicionais, mas com remuneração justa aos dubladores originais.
O caso de Where Winds Meet, da Everstone Studio, também mostra um uso mais criativo da IA, com NPCs que respondem com base em chatbots, resultando em interações inusitadas. Por outro lado, há exemplos polêmicos, como Call of Duty: Black Ops 7, criticado por usar imagens genéricas de IA em seus cartões de jogador.
Com as novas gerações demonstrando menos preocupação com a origem do conteúdo, a tendência é que o uso da inteligência artificial em jogos se torne cada vez mais comum, mesmo que nem sempre bem recebido por uma parcela da comunidade mais tradicional.

