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Jogador de Dark Souls conta história emocionante e épica sobre a amizade

Dark Souls é um jogo com um componente online bastante diferente do qual estamos acostumados. Apesar de sozinhos no mundo do jogo, somos rodeados de outros jogadores que estão passando pelas mesmas experiências que nós estamos passando. Alguns deles visitam os nossos jogos, seja para nos ajudar contra chefes difíceis demais para lidarmos sozinhos, seja para atrapalhar a nossa vida e nos matar. Tem gente ainda que gosta de jogar o jogo com algum amigo, com ambos enfrentando os chefes juntos e vencendo essa difícil jornada a dois.

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No post de hoje, trazemos a história do usuário do Reddit TartarusRex0707_, que tinha um amigo com quem ele jogava Dark Souls online e que acabou falecendo recentemente, logo após o lançamento do terceiro jogo da franquia. Prepare o seu lenço, pois a história é bastante triste, porém épica.

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“Nossa última invocação

Meu melhor amigo e eu somos fãs Dark Souls.

Ele nunca tinha tentado o jogo, e um ano atrás, eu introduzi o jogo a ele, assim como eu fizcom Skyrim bem antes disso (e provavelmente para a irritação da namorada dele, novamente). Assim que ele começou a jogar, foi difícil para ele deixar o jogo. Assim como o Reddit, assim que você começa, isso fica dentro de você.

A série é a minha favorita de todos os tempos. Nós começamos a comprar itens dentro do jogo um para o outro só por diversão. Nós jogamos Drunk Souls (quando você joga Dark Souls bêbado) seguidamente. Foi a maneira que encontramos para passarmos tempo juntos quando nos mudamos para estados diferentes.

Apesar de eu ter dado o ponta pé inicial nele para Dark Souls, o que nós jogamos mesmo foi Dark Souls 2, esperando impacientemente para que Dark Souls saísse via retrocompatibilidade para o Xbox One (nós dois temos o console).

Nós acabamos com Dark Souls 2 como dois profissionais. Eu ensinei e liderei a nossa aventura enquanto ele aprendia e melhorava. Ele até adotou o meu próprio estilo de jogo (Ultra Black Knight Greatsword e piromancia pra vida).

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Quando ele empacou e não conseguia vencer o Vendrick no NG+1, eu fui persistente e enchi o saco dele pra continuar tentando. Bater a cabeça na parede até que ela quebrasse. Ele conseguiu e me agradeceu por incentiva-lo a fazer isso. Ele finalmente se sentiu como todo jogador de Dark Souls se sente. Triunfo por meio de esforço. Eu estava tão orgulhoso e, apesar de não ter conseguido te convencer a fazer 100% do jogo comigo (faltava tão pouco!) eu estava muito feliz com a nossa experiência e tempo juntos mesmo assim (por causa dos horários dele, isso nos levou quase um ano pra concluir).

Depois disso, Dark Souls finalmente tornou-se retrocompatível. Nos nos armamos para vencer o jogo o máximo possível até que Dark Souls 3 fosse lançado e mergulhamos no jogo. Finalmente, depois de um ano preparando-o para isso, eu finalmente pude compartilhar meu jogo favorito com ele.

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Nós fizemos o máximo possível do jogo e eu planejei te ver assim que eu fosse pro Norte, para vencermos Dark Souls e começarmos Dark Souls 3 no dia do lançamento, alguns dias apos o meu aniversário.

Eu mal sabia que ele ele estava ficando doente. O trabalho estava mais difícil, ele precisava dormir mais e o jogo só cansava ele, como ele faz com todo mundo, mas eu achei que não fosse o caso com ele.

Esperando para pegar um voo para a casa dos meus pais, eu recebi uma mensagem dele dizendo “Desculpe não poder voltar pra jogar na noite passada, eu tive que ir pro hospital. Te conto mais depois”. Eu respondi “Puta merda, cara, tá tudo bem?”, “Sim, não é nada demais”, “Você precisa de uma visita quando eu for pro norte?”, eu perguntei “Não precisa, valeu”. O meu amigo ia pro hospital de tempos em tempos pra fazer exames por causa de uma doença que envolvia risco de vida que ele teve quando era criança, então eu achei que não fosse nada demais.

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Depois de ser liberado do hospital alguns dias depois, ele me contou sobre o coágulo que ele tinha no pulmão. “Não é nada demais”, ele disse, “Só me faz ficar mais cansado”. “Cara, isso aprece ser bem sério”, eu disse. Ele ficou cada vez mais cansado, mas continuou a aventurar-se por Anor Londo e nós rapidamente vencemos Ornstein e Smough como os profissionais que éramos. Ele perguntou se eu podia visita-lo mais cedo já que eu não tinha visto ele desde o natal e ano novo. Eu respondi que sim, até porque o meu monitor novo havia chegado mais cedo.

Eu não via o meu amigo desde o fim do ano, mas ele nunca tratou a minha ausência de maneira diferente. Nós não nos falávamos pessoalmente há mais de um ano, eu fiz um esforço pra fazer as coisas entre nós serem iguais eram antes, mas ele simplesmente agiu como se isso nunca tivesse acontecido. Nós nos falamos todos os dias depois disso.

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Nós montamos a nossa estação como havíamos planejado, sem precisar de Party Chat, nós podíamos fazer high five quando vencêssemos. Nós jogamos Fibbage 2 (outro jogo que eu adicionei à vida dele) e também Jackbox Party pack 2 com a namorada dele.

Então ele travou de novo e fez algo irreversível com o jogo, e acabou deixando-o de lado. O que eu não sabia, era que ele estava bem mal, e não aguentava mais, então ele me assistiu vencer Dark Souls pelo resto do dia. Eu continuei com o nível mais baixo do que deveria, caso ele quisesse voltar à partida. Além disso, eu não estraguei o melhor final, e fiz o final “ruim” quando venci Gwyn. Ele continuou me pedindo desculpas por causa do cansaço dele, o que era ridículo. Ele fez uma piada sobre como Dark Souls 3 estressava ele demais que ele ia acabar vendo a frase YOU DIED nos últimos momentos dele. Ele acabou ficando acordado comigo bem mais tarde do que a hora de dormir dele, e me acompanhou quando eu fui embora. “Te vejo em uma semana”.

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Acho que nos abraçamos nessa despedida.

Ele me disse que ia tentar ao máximo ficar acordado das 9 às 11 para que pudéssemos jogar juntos no dia do lançamento. Ele conseguiu. O patch demorou um bom tempo para baixar, e ele conseguiu vencer Iudex Gundyr lá pela meia noite para me alcançar. Ele estava exausto. Eu podia ouvir o cansaço dele pelo microfone. Eu continuei jogando depois dele ir dormir, desapontado com a condição dele, já que ele estava tão ansioso por esse dia há tanto tempo. De novo, eu continuei abaixo do nível recomendado para que pudéssemos jogar o jogo juntos, como sempre fizemos.

Mas ele não voltou. Ele não conseguiu sair da cama no dia seguinte. Ele disse que estava com dor. Eu disse a ele para ir ao hospital para ver um médico. Ele disse que eles não podiam fazer nada mais e que me mandaram pra casa. “Não espere por mim, só jogue”, ele disse. “Nem pensar, eu vou esperar como sempre fiz”, eu respondi.

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Ele não voltou.

Eu mandei uma mensagem para ele: “Como você está se sentindo hoje, cara?”

A namorada dele me ligou na tarde. Ele faleceu no hospital na manhã seguinte, mais ou menos na mesma hora que eu fui dormir.

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Eu vou sentir saudades do seu sinal de invocamento. Eu vou sentir falta de reclamar da vida e do maldito sistema de invocação do jogo com você. Eu vou sentir saudades de te guiar pelo nosso jogo favorito.

Você me salvou de mim mesmo e da minha solidão duas vezes, e eu nunca vou esquecer disso.

Você era a pequena chama, verdadeiramente clara e incandescente dentro do abismo.

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Você era um guerreiro na sua própria vida, e um irmão de armas na minha.

Eu vou te amar e sentir a sua falta, e espero que eu te veja na próxima vida e na seguinte”

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.