Isadora Basile, a apresentadora do canal Xbox Brasil desde setembro deste ano, anunciou na noite desta sexta-feira (16) através do seu Twitter que foi demitida pela Microsoft.
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Desde a sua contratação, Isadora tem sofrido constantes ataques e assédios, indo desde pessoas questionando a sua posição até ameaças de estupro e morte. Segundo a apresentadora, a Microsoft justificou o seu desligamento do cargo como “a melhor opção” para evitar que ela estivesse exposta a situações como essa.
“Graças ao apoio da minha família, namorado e amigos, aprendi a lidar bem com isso com o passar do tempo, mas isso não significa que não estava mais acontecendo. Devido a todos essas ataques, a Microsoft encontrou como melhor opção me desligar do cargo de apresentadora, para que não esteja mais exposta a situações como essas que se passaram”, escreveu em uma publicação no Twitter.
Não sou mais apresentadora da Xbox Brasil. pic.twitter.com/pytwIRhMIE
— Isadora Basile 🎮 (@IsadoraBasile) October 16, 2020
Posteriormente, em uma declaração cedida ao The Enemy, Isadora comentou sobre o caso, explicando que inicialmente a Microsoft e a GMD – agência responsável pela produção de conteúdo da marca Xbox no Brasil – deram apoio a ela para que pudesse lidar com a situação.
“Sim, eles sempre conversavam comigo pra me dar uma acalmada e ajudar a controlar a situação. Eu me blindei de ver algumas coisas, principalmente no Twitter, mas quando eu via algo muito pesado, eu sempre mandava pra eles.”
Entretanto, ela afirma que a sua demissão ocorreu por conta de uma “orientação do time global” não especificada, mas que aparentemente recomendava que não houvesse pessoas representando a marca Xbox em uma posição de exposição que poderia gerar esse tipo de ameaça.
“É um sentimento de impotência né? Abracei a marca com todo coração, fiz mais do que o necessário e amava meu trabalho. Perdi meu emprego porque as pessoas não sabem o que é respeito.”
Repercussão
Como era de se esperar, a demissão de Isabela gerou uma enorme repercussão e revolta no Twitter, com a sua publicação já tendo mais de 50 mil curtidas e 2 mil retweets. Além disso, os termos “Xbox” e “Microsoft” ficaram entre os assuntos mais comentados da rede social, com diversos usuários também aproveitando para marcar Phil Spencer, chefão da divisão Xbox, e o jornalista do Bloomberg Jason Schreier.
– contratam apresentadora
– ela recebe hate e ameaças de comunidade tóxica que é tolerada há anos sem que praticamente nada de efetivo seja feito
– em vez de respaldar a apresentadora ou policiar o comportamento tóxico… demitem a apresentadoranem sei o que dizer @XboxBR https://t.co/Mp3ZbyJOuj
— mikannn (@mikannn) October 16, 2020
Notícias que infelizmente não chocam. É nojento, não tem outra definição. O histórico do caso Xbox Mil Grau está aí pra provar como esta decisão se tratava de uma tragédia anunciada. Muita força, @IsadoraBasile. Você sai maior do que entrou. E a bolha gamer se diz inclusiva. Sei. https://t.co/iQ6icTwbl6
— Luiz Gustavo Queiroga (@lgqueiroga) October 16, 2020
Que perda, @XboxBR! A Isadora é uma pessoa e profissional incrível, super talentosa, com tanto para aprender e agregar ao cenário. Não entendo a lógica da vítima sofrer com uma atitude coletiva que pode (e deve) ser combatida pela marca — em respeito, especialmente, aos fãs. https://t.co/Y0nJgHTKA6
— Carol Costa (@_Carolmcosta) October 16, 2020
Meu quarto tá limpo, mãe.
*Coloca toda a bagunça em cima da cadeira e em baixo da cama*Que lindo :)
É por essas e outras que a gente continua tendo que lutar contra coisas absurdas, porque reforçam esse comportamento tirando as mulheres das posições e não limpando a sujeira. https://t.co/U6GHHve8Wu
— ju ❄🎵 #ACDMERPG #EspelhodePrataRPG #NevascaRPG (@juscochi) October 16, 2020
ATUALIZAÇÃO
Horas depois da publicação desta matéria, a Microsoft liberou um comunicado oficial no seu Twitter agradecendo a contribuição de Isadora e afirmando que as mudanças na equipe se tratam de uma “nova estratégia de conteúdo original” da marca no Brasil.
— XboxBR (@XboxBR) October 17, 2020
O caso de Isadora ocorre cerca de 4 meses após outra enorme polêmica envolvendo a empresa, em que os membros do canal Xbox Mil Grau foram abertamente, racistas, xenófobos, misóginos, homofóbicos e transfóbicos.
Nesse caso, uma enorme mobilização foi iniciada por Ricardo Regis, um dos fundadores de Nautilus, que contou com a participação de inúmeros usuários, incluindo Cory Barlog, o diretor de God of War, e Mark Hamill, o nosso eterno Luke Skywalker.
Após muita insistência, o canal do YouTube deles foi desmonetizado permanentemente, a conta Xbox Mil Grau foi banida da Twitch e eles perderam o direito de utilizar o nome da marca .