Hideki Kamiya, ex-diretor da PlatinumGames, afirmou em entrevista recente ao VGC que o fracasso de Scalebound pode estar ligado à diferença cultural entre desenvolvedores japoneses e ocidentais, apontando que trabalhar com uma empresa americana como a Microsoft dificultou a liberdade criativa durante o desenvolvimento.
O caso Scalebound e a Microsoft
Kamiya explicou que, em sua experiência com empresas como Sega, Capcom, Nintendo, Konami e Koei Tecmo, as publicadoras japonesas tendem a compreender melhor os processos criativos, sendo mais pacientes com ideias inovadoras e protótipos experimentais. Já empresas ocidentais, segundo ele, preferem projetos com formatos já testados, e esperam ver resultados concretos rapidamente.
Scalebound começou a ser desenvolvido em 2013, com a proposta de permitir ao jogador controlar um humano e um dragão simultaneamente. Porém, por não existir um modelo de jogo semelhante no mercado, a proposta causou dúvidas. Kamiya acredita que esse tipo de projeto teria mais apoio e liberdade para ser lapidado se estivesse sob uma publicadora japonesa, ainda que isso não garantisse o sucesso ou lançamento do título.
Mesmo com as críticas, Kamiya assumiu a responsabilidade pelo cancelamento: “O fracasso de Scalebound foi responsabilidade da PlatinumGames, inclusive minha como diretor”. No entanto, ele acredita que, com a experiência adquirida, poderia encontrar uma forma de unir os pontos fortes de ambas as culturas em projetos futuros.
Ele também voltou a expressar desejo de retomar o projeto um dia, marcando diretamente Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming, com um post: “Let’s do it, Phil!”