Starfield foi o primeiro novo universo da Bethesda Game Studios em mais de vinte e cinco anos, mas não conseguiu conquistar os fãs com a mesma força que The Elder Scrolls e Fallout. Bruce Nesmith, veterano que trabalhou em títulos como Fallout 3, Fallout 4, Oblivion e Skyrim, afirmou que, embora o jogo seja bom, ele está em um patamar inferior aos grandes sucessos do estúdio.

Em entrevista ao site FRVR, Nesmith, que deixou a Bethesda no fim de 2021 e hoje é autor de ficção científica, explicou que o problema não está no espaço em si, mas na forma como os planetas foram criados. Segundo ele, o espaço é “inspirador, mas inerentemente entediante”, e o que realmente deveria cativar os jogadores seria o conteúdo presente nas superfícies planetárias.
Planetas sem vida e inimigos repetitivos
Nesmith afirmou que o grande erro de Starfield foi a falta de variedade nas atividades e nos inimigos encontrados. Para ele, a Bethesda não conseguiu tornar a exploração recompensadora, já que os planetas “começam a parecer todos iguais” e não oferecem experiências marcantes.
O ex-desenvolvedor ainda criticou o fato de a maioria dos oponentes ser composta por humanos, enquanto as criaturas alienígenas aparecem apenas como ameaças menores, comparáveis aos lobos de Skyrim. “Elas estão lá, mas não acrescentam nada, não criam histórias, não geram momentos memoráveis”, disse.
Muitos fãs da Bethesda destacaram que a sensação de exploração, tão presente em Elder Scrolls e Fallout, não se repete em Starfield. Nos jogos anteriores, o prazer vinha de simplesmente andar pelo mapa e descobrir novos locais, dungeons e eventos aleatórios. Em Starfield, o uso de geração procedural acabou tornando os mundos genéricos e previsíveis, algo que até outros desenvolvedores já apontaram como um problema.
Nesmith acredita que o estúdio não conseguiu equilibrar o realismo espacial com a diversão do jogador. Para ele, a decisão de manter planetas vazios por motivos narrativos e técnicos acabou afastando o público que buscava experiências mais ricas e dinâmicas.
Apesar das críticas, a Bethesda não abandonou Starfield. O estúdio confirmou que está trabalhando em uma nova expansão de história, além de reformular a jogabilidade espacial e adicionar novos sistemas. Rumores apontam que o novo conteúdo deve ser lançado em 2026, junto com a aguardada versão de PlayStation 5.
A desenvolvedora também pretende tornar as viagens pelo espaço mais interativas e recompensadoras, corrigindo um dos pontos mais criticados desde o lançamento.
O futuro de Starfield ainda está em jogo
Mesmo com as promessas de melhorias, muitos fãs permanecem céticos. Para Bruce Nesmith, o jogo tinha potencial, mas falhou em capturar o espírito de descoberta que sempre foi a marca registrada da Bethesda. O espaço pode ser vasto e misterioso, mas, sem planetas interessantes, a exploração perde o sentido — e foi exatamente aí que Starfield perdeu sua audiência.