Durante a Brasil Game Show 2025, o Critical Hits conversou com Hideyuki Ambe, Diretor Executivo, CTO e Diretor de Desenvolvimento de Produtos da Arc System Works e Hiroshi Nagaki – Diretor de desenvolvimento de Double Dragon Revive, nova versão 3D do clássico beat ‘em up. A equipe falou sobre como manteve a essência da franquia, o equilíbrio entre nostalgia e modernidade, e até sobre as impressões da visita ao Brasil.

Entrevista Double Dragon Revive
Respeitando a identidade clássica e atraindo novos jogadores
Critical Hits: Como vocês balancearam a identidade clássica de Double Dragon e inovaram o jogo para torná-lo atrativo a novas audiências?
Equipe de desenvolvimento:
“Nós queríamos que Double Dragon Revive fosse reconhecido imediatamente pelos fãs antigos, mas também que novos jogadores se sentissem atraídos pelo jogo. Trabalhamos muito para respeitar a base da franquia — personagens, fases, músicas e toda a atmosfera — para que o público mais nostálgico sentisse essa familiaridade.
Por outro lado, tivemos muito cuidado em garantir que o sistema de combate e o equilíbrio das batalhas fossem dignos de um jogo de ação moderno e de alta qualidade. Mesmo quem nunca jogou um Double Dragon antes pode reconhecê-lo como um jogo sólido e divertido de ação. Esse equilíbrio entre o antigo e o novo foi o que mais exigiu dedicação da equipe.”
O sistema de Cyclone Assault e as recompensas por habilidade
Critical Hits: O sistema de Cyclone Assault e os elementos do cenário parecem recompensar jogadores mais habilidosos. Como vocês decidem quais dessas características são essenciais para o progresso e quais são apenas bônus?
Equipe de desenvolvimento:
“Todos os sistemas que criamos passam pela ideia de que o jogador deve compreender facilmente suas recompensas. Antes, em jogos clássicos, muitas dessas vantagens eram invisíveis — às vezes você tomava menos dano, ou ficava um pouco mais rápido, mas sem perceber.
Ao adotar o sistema de Vertical Assault, tudo ficou mais claro e performático. As ações ficaram bonitas de ver e, ao mesmo tempo, trazem a sensação de que o jogador fez algo certo. Não é apenas um pequeno bônus para quem tem mais habilidade — se todos conseguirem executar bem, todos se sentem recompensados. Queríamos que a sensação de domínio fosse algo visual e gratificante.”
O desafio de transformar personagens 2D em 3D
Critical Hits: Qual foi o maior desafio de transformar personagens clássicos 2D em um jogo 3D e em uma experiência moderna?
Equipe de desenvolvimento:
“Usar o 3D ampliou as possibilidades de expressão dentro do jogo. Foi uma decisão natural, porque queríamos entregar uma experiência de ação de altíssima qualidade. É claro que surgiram desafios — agora existe profundidade, então cada golpe precisa aproveitar o espaço tridimensional.
Mas, para nós, isso nunca foi um problema real, e sim uma oportunidade. Sentimos alegria em poder criar novas formas de ação, mantendo a essência belt-scroll action que define Double Dragon. Desde o início, sabíamos que o Revive deveria ser assim: uma homenagem aos fãs de longa data, mas também uma evolução natural da franquia dentro do nosso portfólio de jogos.”
A recepção no Brasil e o feedback dos jogadores
Critical Hits: Como vocês avaliam a reação dos brasileiros ao jogo e o feedback que têm recebido nos eventos?
Equipe de desenvolvimento:
“A recepção tem sido excelente. Durante a BGS e outros eventos, sentimos um entusiasmo enorme do público brasileiro. Poucos jogadores têm a oportunidade de testar o jogo e mandar feedback diretamente para a equipe, então valorizamos muito cada opinião.
Obviamente, existem comentários com os quais concordamos e outros em que preferimos manter nossa visão original — mas sempre tentamos equilibrar essas perspectivas. Temos vontade, sim, de aplicar melhorias e atualizações baseadas no retorno dos fãs, mas isso vai depender também do desempenho comercial do jogo.
De qualquer forma, é muito animador ver esse carinho. Se Double Dragon Revive fizer sucesso por aqui, quem sabe não abrimos ainda mais espaço para a América do Sul no futuro?”
Primeiras impressões sobre o Brasil
Critical Hits: E falando em Brasil, como tem sido a experiência de vocês por aqui? E qual foi a comida brasileira que mais gostaram?
Equipe de desenvolvimento:
“Estamos muito felizes por estar no Brasil. O público é caloroso e apaixonado — dá pra sentir o quanto gostam de jogos de ação. Sobre a comida, todos experimentaram bastante coisa (risos). A feijoada e o pão de queijo chamaram muito a atenção da equipe, mas o que mais impressionou foi a hospitalidade. A visita tem sido inesquecível.”