Deathloop foi anunciado lá em 2019, durante a E3, e apesar de ter chamado atenção por apresentar alguns conceitos interessantes de gameplay, não parece ter chamado tanta atenção quanto deveria.
Particularmente, me considero um fã assíduo do estilo dos jogos criados pela Arkane e nem sei dizer quantas horas dediquei à Dishonored e Prey. Mesmo assim, Deathloop não me pegou de primeira, e neste post eu pretendo te contar por que minha concepção sobre o jogo estava totalmente equivocada.
Deathloop é muito mais do que um Roguelike
Num primeiro momento Deathloop pode parecer uma mistura esquisita entre Dishonored e Prey, com algumas mecânicas roguelike. Mas ele é muito mais do que isso. Podemos dizer isso com toda propriedade já que tivemos o privilégio de participar de uma apresentação fechada com os desenvolvedores do jogo na semana passada.
Logo de cara o diretor do jogo, Dinga Bakaba, e o diretor artístico Sebástien Mitton, fizeram questão de explicar as mecânicas de gameplay e deixaram bem claro que Deathloop é com certeza, o projeto mais ambicioso da Arkane até hoje.
O ciclo de gameplay gira em torno de Colt, o protagonista do jogo. Nos primeiros trailers do game, tudo dava a entender que Deathloop era só um roguelike com gráficos mais arrojados – algo que tenho focado bastante no texto até agora. Mas após o término da conferência minha concepção passou a ser outra.
Comecei a ver o loop das mortes como uma espécie de Dia da Marmota Assassino, algo que de um certo ponto de vista me parece muito mais interessante pois se mescla de maneira muito mais estimulante.
Mas qual é a premissa básica de Deathloop?
Tudo gira em torno de Colt, o protagonista que por algum motivo ainda não plenamente explicado, se vê preso em um loop diário. Toda vez que morre, Colt volta para o início do dia. Entendeu agora o porquê do Dia da Marmota?
Para fugir deste ciclo, Colt precisa cumprir um objetivo que aparentemente é simples: assassinar oito alvos distintos espalhados pela ilha de Blackreef. Tudo isso em um único dia, ou seja, em um único loop.
Foi ai que minha concepção sobre o jogo mudou completamente. E talvez esperando por isso, o diretor do jogo Dinga Bakaba deixou bastante claro que o objetivo do loop do jogo não é de limitar o jogador de nenhuma forma, mas sim de servir como alicerce para o jogador construir seu próprio plano de ação.
Dessa forma, o tempo de um dia que no início soava como algo limitador, passou a soar somente como um lembrete, o apito de um cronômetro que te lembra do tempo em que a volta deve ser completada para que o objetivo seja cumprido.
O jogador terá a liberdade de escolher a forma como executará cada alvo, bem como a ordem e o estilo. Mas existem um pequeno detalhe que pode deixar as coisas um pouco mais complicadas:
Juliana
Juliana é um dos alvos de Colt, mas diferente dos demais ela não é passiva e não ficará esperando que o jogador venha ceifa-la no final do dia. Ela é uma personagem tão interessante quanto Colt e que inclusive pode ser controlada por outro jogador no modo multiplayer.
O principal objetivo de Juliana é atrapalhar Colt de todas as maneias possíveis. Ela também está ciente do loop temporal e poderá surgir quando você menos espera para acabar com a sua corrida praticamente perfeita.
Mortes não significam o fim
Morrer reinicia o dia e limpa a memória de todos os personagens com exceção de Colt e Juliana. Mas outro detalhe interessante sobre a morte é que ela não leva embora todos os seus itens e habilidades duramente conquistados.
Estilo e humor
Bakaba também afirma que um dos objetivos de Deathloop, é embalar a trama da guerra entre os assassinos com uma enxurrada de humor e estilo baseado nas décadas de 60 e 70.
Apesar disso, todo o gameplay demonstra-se fluído como qualquer jogo mais recente de última geração. Deathloop aposta na já conhecida – porém ainda não batida, mecânica de utilidades distintas para cada uma das mãos e conta com uma infinidade de armas e habilidades diferentes, cada uma para uma finalidade diferente.
Até agora, o ponto que mais me chamou atenção são as pequenas surpresas espalhadas pelo mapa. Aparentemente, é possível encontrar tesouros e outros itens importantes espalhados pelo mapa somente ouvindo rumores e diálogos dos NPC’s.
Um grande quebra-cabeça
O que torna Deathloop uma experiência tão interessante de se aguardar é a constatação de que no fim das contas, ele promete ser um grande quebra cabeça onde as peças movem-se constantemente e onde o jogador precisa saber adaptar-se às mudanças.
Mesmo assim, ainda há grandes chances de que o loop possa soar repetitivo. Saber a totalidade de medias que a Arkane tomou para contornar estas situações, por hora é quase impossível.
Até o momento, pelas palavras de Bakaba e pelo material mostrado na apresentação fechada da semana passada, Deathloop de fato tem tudo para ser o projeto mais ousado da Arkane e um dos jogos mais diferentes dos últimos tempos.
Dessa forma, podemos até imaginar que caso dê certo, Deathloop pode acabar iniciando uma nova vertente de jogos com a mesma pegada, com menos “trilhos” e mais liberdade. Caso contrário, provavelmente figurará como mais um bom título preparado pela Arkane que morreu na praia.
Pessoalmente, mal posso esperar para ver qual vai ser o resultado completo de Deathloop e constatar a experiência completa que a Arkane parece ter preparado com tanto zelo para ser um dos games mais interessantes do últimos anos, tanto para quem busca um tiroteio sem fim, quanto para quem busca uma experiência de assassinato silencioso mais clássica.
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