A Electronic Entertainment Expo (E3) anunciou oficialmente o seu encerramento. Este evento icônico, que começou em 1995, foi um marco para a indústria de jogos nos Estados Unidos e globalmente, oferecendo um palco central para lançamentos e inovações. No entanto, uma série de desafios levou ao seu fim.
Stanley Pierre-Louis, presidente e CEO da Entertainment Software Association (ESA), a associação comercial sem fins lucrativos que representa os interesses da indústria de jogos nos EUA, declarou que a decisão de encerrar a E3 foi motivada por uma combinação de novos competidores, retirada de parceiros, mudanças nos hábitos do público e interrupções causadas pela pandemia. Esses fatores culminaram na incapacidade de revitalizar a E3, apesar de anos de esforços.
O impacto da pandemia e a transição para conferências de notícias online, que permitem que as empresas se comuniquem diretamente com o público sem os custos associados às feiras, como taxas de estande e despesas de viagem, foram fatores decisivos. Nintendo, com seu formato “Direct” em 2011, e a saída da Sony PlayStation em 2018, iniciaram uma reação em cadeia de outras empresas retirando sua participação.
As edições recentes da E3, incluindo o último evento presencial em 2019, abriram as portas para o público geral numa tentativa de gerar mais interesse. No entanto, as quarentenas forçaram vários editores de jogos a adotarem o formato de conferência de notícias online. Geoff Keighley, ex-colaborador da E3 e jornalista, deixou a ESA e desde então tem organizado seus próprios eventos, como o Summer Game Fest e o Game Awards.
Antes da E3, os jogos eram apresentados na Consumer Electronics Show em Las Vegas, mas a indústria era marginalizada. A ESA criou a E3 como uma feira comercial para varejistas se encontrarem com editores e criadores de jogos. Com o tempo, a E3 se transformou em um evento de mídia massiva, introduzindo ao público grandes personalidades dos jogos e revelando consoles como o Wii, PlayStation 3 e Xbox 360.
Pierre-Louis refletiu sobre o encerramento da E3, destacando que o negócio de videogames “floresceu de diferentes maneiras”. Agora, as grandes empresas podem criar vitrines individuais e se associar a outros eventos da indústria, explorando novas maneiras de engajar o público. Embora o Game Awards tenha capturado parte do poder cultural da E3, ele enfrenta críticas pelo seu foco em anúncios e marketing.
O fim da E3 marca o fim de uma era importante para a indústria de jogos, mas também sinaliza uma evolução e adaptação aos novos tempos, onde a interação direta com o público e a flexibilidade dos formatos digitais se tornam cada vez mais essenciais.