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Dragon’s Dogma 2 – Análise – Vale a Pena – Review

Dragons Dogma 2 é um dos RPGs mais aguardados deste ano, mas será que a espera realmente valeu a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.

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O primeiro Dragons Dogma foi um marco no mundo dos jogos e ele trouxe muita inovação sem medo de errar, sendo um jogo que conseguiu marcar a indústria e acabou deixando todos ansiosos por uma sequência. Dragons Dogma 2 chega com uma proposta de expandir a gameplay do primeiro e modernizar ela para a atualidade. Para o bem e para o mal, a sequência tenta repetir tudo o que o primeiro jogo fez.

Nós somos o Arisen (ou Nascen, como ficou no português brasileiro), o escolhido pelo dragão desse novo ciclo da história. O primeiro jogo deixou claro que existe um ciclo que não é fácil quebrar, e o Nascen é apenas mais uma peça no meio de todo esse xadrez divino que é o ciclo do dragão.

O jogo começa com uma criação de personagem excelente e uma das melhores do mundo dos jogos até agora. Logo em seguida, temos um rápido tutorial que te joga informações até demais na tela. A proposta do jogo é tentar ser o mais realista possível sem perder a diversão, tentando fazer o jogador pensar um pouco fora da caixinha, e pra isso muitas mecânicas interessantes no jogo foram criadas.

Gameplay e Mecânicas

Dragon's Dogma 2 - Análise – Vale a Pena – Review

O ponto forte do primeiro jogo era a gameplay livre que você tinha pra época, e aqui eles expandiram isso muito bem. O mundo aberto de Dragons Dogma 2 e a forma como o jogador interage com ele e conduz as coisas é o ponto forte do jogo.

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Assim que somos soltos no mundo aberto, podemos fazer o que quisermos, mas precisamos pensar bem no próximo passo para não sofrer jogando. O mundo é hostil e a cada esquina vão tentar te matar, o jogo possui cerca de mil npcs  com rotinas únicas, adicionando muita imersão no realismo do jogo.

Pode ser que a pessoa que você está atrás só frequente o bar durante a noite, mas caso você queira dormir para passar o tempo, algumas missões podem ser concluídas mesmo sem a intervenção do jogador. Então muito cuidado ao aceitar missões e planeje bem o seu dia, a lição que o jogo passa aqui é que o jogador é apenas mais uma peça nessa guerra que envolve política, seres celestiais e profecias divinas, as coisas vão acontecer independente da intervenção do jogador.

O combate de Dragons Dogma 2 segue a exata mesma receita do seu antecessor e isso faz ele ser um dos combates mais diferentes da atualidade. É possível escolher diversas classes únicas para você e seu peão principal, e cada uma delas tem uma gameplay bem diferenciada, o que adiciona um fator replay interessante pro jogo.

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Mas o que é estranho aqui é que o jogo não tem botão de travar a mira e nem uma esquiva padrão como estamos acostumados hoje em dia. Isso faz com que a dinâmica de combate seja bem mais truncada e devagar, o que definitivamente não vai agradar a maioria dos jogadores novos que nunca encostaram no primeiro game.

De inicio, o combate realmente gera uma estranheza, mas ele funciona muito bem, o meu conselho aqui é ir de mente aberta e tentar dar uma chance pra ‘novidade’ aqui, leia os tutoriais com calma e tente se acostumar com o estilo de gameplay. A indústria moderna de AAA tem muito medo de inovar, coisa que esse jogo não teve e acabou se saindo muito bem nesse sistema de combate que é igual ao do primeiro, mas aprimora e moderniza o necessário para se tornar um jogo atual.

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Os inimigos tem pontos fortes e fracos, existem classes que são melhores para lidar com certos tipos de inimigos do que outras, então sempre tente diversificar os peões do seu grupo e tente ao máximo estar preparado para  qualquer tipo de situação em combate.

Por falar nos peões, eles funcionam da mesma forma que no jogo anterior. No começo do jogo você monta do zero o seu peão principal e então pode conjurar mais 2 peões das fendas, esses peões podem ser pré-prontos pela própria CAPCOM ou peões que outros jogadores montaram e ficam disponíveis para você contratar.

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Os peões são essenciais na gameplay e você depende muito deles para conseguir vencer batalhas difíceis, então aprenda a coordenar bem eles com os comandos, eles também são uteis para te orientar quando você estiver perdido, muitos deles conseguem te mostrar o caminho para chegar no ponto da missão que você está no momento.

Mas um problema sério aqui é a burrice artificial desses peões, que se manifesta nos piores momentos possíveis. Nós somos muito dependentes deles pra tudo e quando a IA falha é extremamente frustrante, porque você sabe que não foi você que jogou mal aquela batalha e sim o seu peão que deu uma de tonto e se jogou do precipício, precisando ser resgatado. Isso aconteceu com muita frequência durante a gameplay, tanto que comecei a ficar apreensivo quando via que uma batalha ia começar em lugares estreitos.

Quando encontramos chefes e mini-chefes durante o jogo é que o sistema de combate realmente brilha, é muito divertido escalar inimigos com uma classe corpo a corpo para tentar chegar ao ponto fraco dele e causar mais dano, é quase como se shadow of the colossus fosse um RPG de ação e isso é de longe a parte mais divertida do combate.

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Infelizmente o jogo carece de variedade de inimigos comuns, do inicio ao fim do jogo você vai enfrentar Goblins, Saurianos e Aves a todo momento. Mesmo quando eles reaparecem com uma skin diferente, o padrão de combate é o mesmo e acaba empobrecendo a exploração do jogo. Isso é um defeito ainda maior devido ao fato de que o jogador vai ficar pra cima e pra baixo o tempo todo passando pelas mesmas áreas pra completar missões secundárias, já que o jogo não tem um sistema de viagem rápida intuitivo pra facilitar as coisas e também não tem uma montaria, que ao meu ver é um erro grotesco.

Dragon's Dogma 2 - Análise – Vale a Pena – Review

O diretor de desenvolvimento chegou a falar que o jogo não precisa de cavalos porque o mundo é divertido demais de explorar. Em certo ponto ele até fala a verdade, as 2 primeiras vezes que você passa numa área, sempre acaba descobrindo algo que não tinha visto antes, mas o jogo vai te forçar a fazer aquele caminho pelo menos umas 5 vezes, e se você estiver fazendo muitas missões secundárias, se prepare para enfrentar os mesmos inimigos repetidos infinitas vezes em caminhadas que vão durar 30 minutos sem necessidade alguma.

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Como dito anteriormente, o jogo tenta prezar pelo realismo sem tentar tirar a diversão de um videogame, e apesar de fazer isso de uma forma legal as vezes, em outras vezes é simplesmente irritante demais e serve só pra fazer você perder tempo desnecessário.

Eu sei que muita gente gostava disso no primeiro jogo e pode ser que simplesmente não seja pra mim esse realismo extremo, por isso preciso deixar claro aqui no review que esse jogo não é pra todo mundo, ele tem muita coisa boa que vai fazer as pessoas perderem horas se divertindo, mas muita gente vai achar uma perda de tempo ter que passar 40 minutos na mesma estrada que você já esteve antes mais de uma vez porque o jogo não quis fazer um sistema de viagem rápida prático e funcional.

Ao meu ver, forçar o jogador a revisitar a mesma área que ele já foi várias vezes só porque ele aceitou uma missão secundária nova é uma tentativa de dar um ar de grandiosidade ao jogo ao mesmo tempo que mascara o quão pequeno ele realmente é.

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O sistema de viagem rápida de Dragons Dogma 2 é parecido com o do primeiro, existem alguns monumentos em pontos específicos do jogo e você pode usar uma pedra consumível para se teletransportar até eles. O problema é que essa pedra consumível é escassa e extremamente cara, o jogo não quer que você a use com frequência apenas por comodidade e prefere que você vá mais uma vez naquela estrada matar mais goblins pela décima vez. Também é possível colocar seu próprio monumento de ponto de viagem rápida, mas é um recurso ainda mais raro e escasso no jogo.

Também existem carroças que viajam entre cidades e você pode pagar para utiliza-las, mas elas também não são um jeito prático de viajar. Mesmo que você aperte o botão de dormir durante a viagem, existe a chance dela ser atacada no meio do caminho e você vai precisar parar para lutar contra (advinha só) mais goblins. E ainda existe a chance relativamente alta de sua carroça ser destruída durante a batalha e você ser forçado a terminar o trajeto a pé.

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Até o gerenciamento de inventário do jogo é especialmente desenhado pra te fazer perder tempo com o realismo inútil.

Dragons Dogma 2 é um jogo que se propõe a ir na calma e admirando as pequenas coisas que ele tem a oferecer, mas ele entra em contradição quando te incentiva a ir atrás das secundárias e explorar o mundo e não te dá uma opção de deixar as coisas mais práticas quando tu já ta cansado de matar os mesmos inimigos de novo e de novo. Os defeitos que falei agora aparecem especialmente para aquele jogador que ta tentando fazer as missões secundárias a todo momento, isso  rapidamente vai saturar qualquer pessoa.

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A impressão que tenho é que eles tentaram replicar tanta coisa do primeiro jogo pra meio que criar a ‘fórmula de como um Dragons Dogma deve ser’ que acabaram copiando até os defeitos sem necessidade. É possível se manter a fórmula original de algo e ao mesmo tempo melhorar a qualidade de vida do jogador, mas eles não fizeram isso aqui.

Seria como se a From Software tivesse replicado os defeitos de Dark Souls 1 em Elden Ring porque queriam que o jogo fosse fiel as suas raízes, mas sabemos que a From Software foi todo ano melhorando a qualidade de vida do jogador e sem perder a essência da formula Souls. Quem jogou Dark Souls 1 e desceu até Ash Lake sem o Lord Vessel sabe do que to falando, um erro grotesco que só irrita o jogador e não está presente em nenhum dos títulos recentes da empresa.

A história de Dragons Dogma 2

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No inicio, a história cativa e te lembra bastante a história do primeiro Dragons Dogma, quando chegamos a primeira grande cidade conhecemos os personagens principais da trama e todo o caos que está acontecendo.

Existe um falso Nascen que tomou seu lugar por direito e você começa a trabalhar junto com as pessoas que querem desmascarar quem ele realmente é. O mistério inicial de como esse falso Nascen consegue controlar os peões como um verdadeiro te mantém interessado no desenrolar dessa história e ela realmente funciona muito bem até aí.

O problema é que se você perder uma parte muito importante a história do jogo parece abrupta e acaba do nada. Mas fazendo o final verdadeiro, você descobre que o que você jogou até agora é praticamente um prólogo apenas, e aí a história o jogo desbloqueia outro mapa e uns 50% a mais de história, sendo este o caminho que todo mundo deveria seguir, só que o jogo obviamente não te diz isso e vai frustrar várias pessoas que tentam jogar as coisas sem olhar guias e tutoriais na internet. (mas caso você queira, temos o tutorial sobre o final verdadeiro).

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Todo mundo que jogou o primeiro jogo sabe do ‘final secreto’ que tem nele, eu procurei por horas até finalmente entender o que tinha que fazer. A busca pelas respostas na história foi satisfatória quando descobri, mas preciso dizer que é frustrante perder tanto tempo com algo que o jogo nunca te deu uma dica legal.

Reforcei aqui nesse review como o jogo continua adotando práticas de 10 anos atrás como se fossem coisas boas, deixar o jogador de fora de algo tão importante como o final verdadeiro porque ele não fez algo muito especifico é uma dessas práticas. Se ao menos os 2 finais normais fossem satisfatórios isso não seria um problema tão grande, mas não é o caso aqui.

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Pra ser mais preciso, todos os principais problemas do jogo parecem vir de uma falta de tempo pra pensar melhor certas mecânicas ou talvez do orçamento do jogo que era pequeno mesmo. Se parar pra pensar, faz sentido o jogo não ter montaria pra dar um ar de grandiosidade maior do que ele realmente é e te fazer gastar mais tempo durante a estrada. Colocar um mini chefe que demora 10~15 minutos pra matar a cada esquina que tu vira faz a quantidade de tempo que você demora pra explorar o mapa inchar artificialmente.

O mapa parece ser gigantesco, mas não é tanto assim, ele é denso e isso realmente é algo muito positivo, mas faltou variedade de inimigos fazer essa densidade do mapa valer realmente a pena, já que tu vai cansar de ficar matando ogro e goblin em toda esquina.

Gráficos, dublagem, trilha sonora e bugs

Dragon's Dogma 2 - Análise – Vale a Pena – Review

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Já na parte audiovisual de Dragons Dogma 2, ele comete poucos pecados, a trilha sonora é realmente muito boa, a dublagem dos personagens em inglês está ótima, mas infelizmente não temos dublagem em português brasileiro, pelo menos temos a legenda, que torna o jogo acessível para nós.

Já os gráficos é uma mistura de sentimentos, a direção de arte desse jogo é magnifica, conseguiram trazer um nível de fotorealismo muito bom. Mas ao meu ver, a qualidade dos gráficos não está justificando a falta do modo performance nos consoles e problemas de desempenho também aparecem.

A análise foi feita em um PS5, nos consoles o jogo não tem trava de FPS, mas na maior parte do tempo o jogo rodava ali entorno de 30, com várias quedas abaixo disso acontecendo quando você está em combate com muitos  inimigos na tela.

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O jogo é bonito, mas não é nada extraordinário ao ponto de justificar as quedas de desempenho e a falta de 60 fps, muitos outros jogos multiplataforma conseguiram entregar um gráfico bonito e fotorealista nos consoles com modo performance, sendo Alan Wake 2 o exemplo mais recente.

De novo, parece que a falta do modo performance está ligada ao projeto ter menos orçamento da CAPCOM e ter sido tratado como algo secundário, o que acabou fazendo com que os desenvolvedores tivessem menos tempo para fazer esses tipos de ajustes.

O desempenho do jogo não chega a ser terrível, mas acho um descaso entregarem o jogo sem modo performance e mesmo assim ele apresentar quedas de desempenho regulares.

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Na questão de bugs, Dragons Dogma 2 não apresenta nada capaz de quebrar o jogo, a gameplay nesse sentido fluiu muito bem durante todo o tempo em que joguei para fazer o review, mas NPCs aparecendo do nada na sua frente e texturas não carregando como deveria aconteceu de forma regular, principalmente dentro de grandes cidades povoadas com inúmeros NPCs.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela Publisher.

Resumo para os preguiçosos

Dragons Dogma 2 traz muitas novidades interessantes para a franquia, mas em muitos aspectos parece ser uma versão piorada do primeiro jogo, que deixa muito a desejar.

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Quem é fã do primeiro jogo certamente conseguirá se divertir aqui, mas quem não gostou de Dragons Dogma 1 não vai gostar desse, já que o novo jogo se apega tanto a fórmula original que acaba copiando e trazendo até mesmo os defeitos do primeiro jogo.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Combate
  • Chefes memoráveis
  • Rotinas de NPC
  • Mundo denso
  • Boa criação de personagem
  • Reviravolta legal na história

Contras

  • Péssima IA de combate
  • Realismo entediante
  • Falta de modo performance
  • Desempenho do jogo
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Valteci Junior
Valteci Juniorhttp://criticalhits.com.br
Me chamo Valteci Junior, sou formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.