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Dolmen – Review

Todo fã de Dark Souls já está acostumado a acompanhar lançamentos de outros jogos que se baseiam no mesmo sistema de combate e movimentação. Dolmen, um game que pode ser considerado, no mínimo, ambicioso, tenta ser relevante numa geração que já começou elevando parâmetros após o lançamento de Elden Ring. Logo a pergunta que fica é: será que Dolmen vale a pena?

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Produzido pelo estúdio brasileiro Massive Work Studio, o projeto chama atenção pela ambição e criatividade. A premissa de te colocar em uma experiência que parece uma mistura de Dark Souls com Dead Space é realmente interessante e prende a atenção logo nos primeiros momentos. É uma pena que algumas características frustrantes acabem minando seu entusiasmo logo depois.

Mas afinal, o que Dolmen tem de diferente?

Acredite se quiser um dos pontos altos de Dolmen é fazer o que todo mundo faz, só que diferente. Podemos começar falando do enredo onde basicamente, repete-te a mesma premissa de tantos outros jogos de horror espacial que vemos por aí: um lugar longe pra caramba começa a apresentar sinais de que algo não está certo e um infeliz desafortunado é enviado para verificar o que está acontecendo.

No nosso caso, o local esquisito é o planeta Revion Prime. Lugar onde a humanidade encontrou cristais capazes de acessar outras dimensões e adivinhe? Deu tudo errado. Os cristais Dolmen afetaram o tecido da realidade e juntar duas dimensões em uma só, fazendo com que a nossa realidade fosse invadida por criaturas “peculiares”, horrendas e mortais.

“Onde foi que já vi isso antes?”, você deve estar se perguntando. Bem, provavelmente você já viu algo parecido em Dead Space, Alien: Isolation, Metroid…, o ponto aqui não é esse. Dolmen brilha por encontrar neste enredo tão batido, uma premissa para justificar o uso de mecânicas bem diferentes. Afinal, são os cristais Dolmen que te permitem reviver, recuperar vida, invocar aliados e etc.

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Reprodução: Massive Work Studio

Dolmen também empolga quando você percebe que pode sair no braço com os inimigos na base da pancada, ou atirando à longa distância. No começo tudo parece indicar que Dolmen é um grande jogo, mas bastam alguns minutos de gameplay para perceber que nem tudo é tão bom quanto parece.

A mecânica de combate, apesar de interessante, peca e muito em algumas características básicas. Tanto as hitboxes quando as dinâmicas de defesa e esquiva parecem esquisitas. Talvez o termo correto seja “pouco refinadas”, o que atrapalha demais em um estilo de jogo onde cada movimento necessita ser pensado com antecedência.

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Reprodução: Massive Work Studio

É como se o combate tivesse um atraso ao mostrar que seu ataque realmente causou dano e qualquer tipo de efeito. As vezes senti como se estivesse experimentando um game online com alta latência de servidor, o que torna difícil se acostumar com a mecânica de Dolmen.

Outro ponto negativo é o visual. Apesar da construção visual do cenário e design de monstros ser muito bem feito, alguns aspectos cansam rápido demais. Não há muita variação nos inimigos e as vezes tive a sensação de que não se dedicou tempo suficiente para pensar a localização dos inimigos no cenário, o que deixa a experiência desbalanceada.

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As armaduras, armas e acessórios também não tem muito apelo visual, o que desanima em um jogo onde um dos pontos mais altos é ir atrás do loot. Encontrar itens raros não é uma tarefa realmente satisfatória.

Reprodução: Massive Work Studio

Dolmen também conta com um modesto sistema de craft que também parece não atender à todas as expectativas. Junte isso ao mapa um tanto confuso e o resultado é sentir que você anda sem saber para onde e coleta itens sem saber realmente o porquê.

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No fim, fica claro que infelizmente Dolmen não foi capaz de atender à todas as expectativas que o próprio jogo cria. A experiência que promete ser algo diferente acaba sendo comprometida por falhas de construção que abalam a imersão do jogo, além de dar a impressão de que alguns detalhes poderiam ser pensados de maneira diferente.

Reprodução: Massive Work Studio

Pessoalmente, sinto que a expressão “bruto” definiu a minha experiência com Dolmen. É impressionante ver um estúdio independente brasileiro produzindo algo tão ambicioso, mas é uma pena que infelizmente não se conseguiu refinar o resultado da forma como merecia. E quando eu falo impressionante, quero realmente dizer que o pessoal da Massive Work Studio mandou muito bem no projeto, ainda mais quando consideramos que Dolmen consegue impressionar em alguns aspectos visuais, tanto quanto alguns jogos AAA da geração atual.

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Tenho certeza de que não será a última vez que ouviremos falar da Massive Work Studio e torço para que o universo de Dolmen volte em breve.

Resumo para os preguiçosos

Dolmen é um game brasileiro produzido pelo pessoal da Massive Work Studio e que conta com a premissa ambiciosa de misturar o gênero souls-like com uma pegada mais horror. Infelizmente, apesar da proposta interessante, Dolmen não consegue ser tudo aquilo que promete e peca em questões como combate, movimentação e balanceamento. Ainda assim, consegue impressionar pela produção e pelo visual.

Nota final

60
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Proposta interessante de mesclar souls-like com terror;
  • Enredo desperta interesse;
  • Permite mesclar combate à curta e a longas distâncias.

Contras

  • Combate pouco refinado;
  • Pouca variedade de inimigos;
  • Sistema de craft deixa a desejar.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.