Que atualmente ainda temos grandes diferenças de salários entre homens e mulheres, todos sabemos. Claro que existem exceções, mas a indústria de games não é uma delas. Em pesquisa realizada pela Game Developer Magazine podemos visualizar como essa divisão ocorre:
Para começar, a pesquisa mostra que os salários dos homens é, em média, 23% mais alto. O que poderia significar isso? De acordo com o editor da revista, Patrick Miller, pode ser pelo sexismo presente na indústria de games e também pelo baixo número de mulheres com experiência nesse ramo. Eu discordo em parte, pois acho que ambos os motivos são resultados de sexismos, ou você acha que dizer que vídeo-games é coisa de meninos e bonecas coisa de meninas não influencia na formação de uma pessoa? Meninos são encorajados a gostar de games, ao contrário das meninas. Isso pode ser um dos motivos de não ter tantas mulheres no ramo e com qualificação inferior aos homens. Elas estão, provavelmente, começando somente agora a conquistar seu espaço nessa indústria.
Mas vamos continuar sobre a pesquisa: As mulheres são apenas 11% dos designers, 23% dos produtores, 4% dos desenvolvedores de som, 7% de testadores, 18% de áreas de negócios e área jurídica e 16% de artistas de produção. E com participações tão baixas, não seria surpresa que elas tivessem salários mais baixos que os homens. Eles recebem 29% a mais por ano como artistas, 23% a mais como designers, 8,3% a mais como produtores, 65% a mais como desenvolvedores de áudio, 24,9% mais como testadores e 31% a mais na área de negócios e jurídico.
Bem, esse é um retrato comum do mercado de trabalho, não sendo exclusivo do mundo dos games. Com certeza mulheres sofrem algum tipo de resistência ao tentar entrar nesse ramo de vídeo-games por ser um ambiente, ainda, bastante sexista. Basta sair um pouco do âmbito de empregos e ver os próprios jogos. Quantos deles você tem uma mulher como protagonista? E quantos deles não puxam para a sexualidade da personagem? São poucos os jogos que não atendem a esses “requisitos”. (podemos mencionar Metroid nesse caso).
Aos poucos espero que possamos mudar esse aspecto relacionado aos vídeo-games. Qualquer tipo de segregação por causa de gênero não é nem um pouco saudável. Os dados atuais são apenas reflexos do comportamento da sociedade, onde ensinaram as meninas a serem delicadas, brincarem de boneca e casinha, e aos meninos a praticarem esportes, brincarem com vídeo-games, e, acima de tudo, que um não poderia gostar do que era destinado ao outro. Que possamos viver em um mundo onde não existam esses estereótipos de gênero.
Por isso discordo da opinião do editor da Game Developer Magazine, onde Miller disse que o fato de homens receberem um salário maior era porque eles possuíam mais experiência. O fato de não ter tantas mulheres no ramo e elas não serem tão qualificadas quanto os homens deve-se ao fato do forte sexismo que em algum momento trouxe barreiras à carreira delas, seja por não incentivar elas a jogarem desde criança, quanto ao entrar em uma vaga e escutar “nossa, uma menina que gosta de games” de seus colegas.
Bem, deixo aqui minha opinião, e espero que no futuro possamos ver mais mulheres envolvidas no desenvolvimento e produção de jogos, e com condições de trabalho iguais para os homens, sem diferenciação de sexo.
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