Na última quarta-feira (13), horas depois da tragédia em Suzano, que deixou 10 mortos na Escola Estadual Raul Brasil, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, deu uma declaração bastante polêmica, afirmando que parte da culpa dos assassinatos estava ligada aos videogames.
“Na minha opinião (…) vemos essa garotada viciada em videogames (…) videogames violentos. Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí. Quando eu era criança, jogava bola, soltava pipa. A gente não vê mais essas coisas. Lamento profundamente tudo o que ocorreu” (via Correio Braziliense)
Além de não ter qualquer embasamento cientifico para esta afirmação, a declaração do vice-presidente causou uma grande revoltar na comunidade jogadores, que no início desta quarta-feira (14) começou a subir no Twitter a hashtag #SomosGamersNãoCriminosos.
Em poucas horas, a hashtag já estava nos Trending Topics Mundiais e no momento em que esse texto foi escrito é o segundo assunto mais falado no Twitter brasileiro, perdendo apenas para o trailer de Vingadores: Ultimato.
⚡ Após ataque em Suzano, adeptos de jogos debatem relação entre games e violência através da tag #somosgamersnaoassassinos https://t.co/5eLIwLWKCu
— Twitter Moments Brasil (@MomentsBrasil) March 14, 2019
Na hashtag o que não faltam são depoimentos das mais variadas pessoas que afirmam jogar desde a infância, e como isso não afetou de forma negativa no seu comportamento.
https://twitter.com/iarleybermudes/status/1106204881403199491
https://twitter.com/cahrowl/status/1106255693932384256
The Sims nunca me fez arquiteta, FIFA e PES nunca me deram uma carreira de jogadora, Surgeon Simulator nunca me tornou médica. Parem de colocar a culpa da negligência de vocês por uma juventude doente na válvula de escape e diversão de muitos.#somosgamersnaoassassinos
— Amy ⓟ (@badgal_amy) March 14, 2019
Alguns usuários também apontaram para a verdadeira origem do problema, que está bem mais relacionada a educação precária do nosso país, a falta de assistência a crianças vítimas de bullying e o fácil acesso a armas de fogo.
https://twitter.com/messjc/status/1106196942294605824
-Joguei Mário e não sai por aí comendo cogumelo e entrando em tubulações
-Joguei GTA e nunca roubei um carro
-Joguei Minecraft e nunca fui pro meio do mato tentar sobreviver
-Jogo Fortnite e não virei pedreira
-Joguei CS e não virei terrorista#somosgamersnaoassassinos pic.twitter.com/AhkjvBpxsa— K I T S U N E (@byKitsune_) March 14, 2019
Para corroborar estas afirmações, recentemente foi divulgada uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford, que contou com a participação de carca de 2 mil jovens que jogam frequentemente, e não encontrou qualquer relação dos jogos com o comportamento agressivo.