O polêmico Markus Persson, criador de Minecraft, voltou aos holofotes após mais uma declaração contundente sobre a indústria dos jogos digitais. Segundo ele, se as empresas insistem em vender jogos como um “serviço” — que podem ser desligados a qualquer momento —, então piratear esses jogos não pode ser considerado roubo. Essa nova crítica surgiu em meio à campanha Stop Killing Games, que tenta impedir que jogos comprados legalmente se tornem inutilizáveis por decisões unilaterais dos desenvolvedores.
A polêmica frase de Markus Persson
Em uma publicação recente, Markus Persson escreveu:
“Se comprar um jogo não é uma compra, então piratear não é roubo.”
A fala ecoa sua postura já conhecida desde 2011, quando declarou na Game Developers Conference que a pirataria não era roubo, pois “roubar um carro significa que há um carro a menos no mundo, enquanto piratear um jogo só cria mais uma cópia e, quem sabe, um novo fã”. Em 2012, ele chegou a responder a um fã dizendo: “Apenas pirateie. Se ainda gostar quando puder pagar, compre depois. E não esqueça de se sentir mal.”
Agora, em 2025, Notch contextualizou sua crítica ao comentar o crescimento da iniciativa Stop Killing Games, que já conta com quase 1,3 milhão de assinaturas e busca obrigar estúdios e publicadoras a manterem os jogos acessíveis mesmo após desligarem servidores oficiais.
O que é a iniciativa Stop Killing Games
A petição foi criada para pressionar parlamentos europeus e do Reino Unido a aprovarem uma lei que impeça empresas de desligarem completamente jogos que dependem de servidores para funcionar. O movimento ganhou força depois que a Electronic Arts anunciou o encerramento definitivo dos servidores de Anthem, da BioWare, para janeiro de 2026, tornando-o injogável.
Apesar do apelo dos jogadores, representantes da indústria já se manifestaram dizendo que manter jogos antigos ativos seria “proibitivo em termos de custos”, o que muitos fãs interpretaram como uma ameaça velada de aumento de preços.
Além de criticar as práticas atuais, Markus Persson defendeu que as empresas poderiam, ao menos, permitir que os próprios jogadores hospedem servidores, como ocorria com muitos jogos antigos. Segundo ele, isso prolongaria a vida útil dos títulos e manteria a comunidade engajada mesmo sem suporte oficial.
No início deste ano, Persson também provocou os fãs ao perguntar se eles gostariam de vê-lo trabalhar em um sucessor espiritual de Minecraft. Embora a recepção tenha sido positiva, ainda não há informações concretas sobre a produção de um novo jogo ou uma possível data de lançamento.