A partir da meia-noite desta sexta-feira, dia 26 de julho, começou oficialmente a greve dos atores de videogames nos Estados Unidos. A paralisação foi autorizada pelo sindicato Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists e envolve tanto os profissionais de voz quanto aqueles que atuam em captura de movimentos.
Segundo um levantamento realizado pelo SAG-AFTRA, mais de 2 mil profissionais estão trabalhando sem um contrato de mídia alternativa desde 2022. Isso significa que esses trabalhadores não possuem proteção contra o uso não autorizado de suas vozes ou movimentos por tecnologias avançadas. Astros de jogos renomados como The Last of Us, Mass Effect e The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom assinaram petições apoiando a greve e estão preparados para aderir completamente ao movimento.
Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe do sindicato, declarou: “A indústria de videogames gera bilhões de dólares em lucro anualmente. A força motriz por trás desse sucesso são as pessoas criativas que projetam e criam esses jogos. Isso inclui os membros do SAG-AFTRA que dão vida a personagens de jogos memoráveis e amados, e eles merecem e exigem as mesmas proteções fundamentais que os artistas de cinema, televisão, streaming e música: compensação justa e o direito de consentimento informado para o uso de IA de seus rostos, vozes e corpos. Francamente, é impressionante que esses estúdios de videogame não tenham aprendido nada com as lições do ano passado – nossos membros podem e vão se levantar e exigir tratamento justo e equitativo com relação à IA, e o público nos apoia nisso.”
A greve não tem previsão de término e deverá impactar o desenvolvimento de vários jogos previstos para lançamento nos próximos meses. Assim como ocorreu com a indústria cinematográfica no ano passado, os estúdios de videogames terão que negociar com os representantes dos trabalhadores para resolver a situação e evitar atrasos significativos.
Esta é a primeira greve desse tipo desde 2017 e surge após meses de negociações entre o sindicato e as grandes empresas de jogos. Os profissionais buscam melhorias nas medidas de segurança no trabalho e proteção contra o uso abusivo de tecnologias de inteligência artificial (IA).