A franquia Atelier sempre foi muito popular no oriente, mas nunca conquistou um público realmente grande por aqui. Atelier Yumia chega com a promessa de ser o jogo mais acessível da franquia, mas será que realmente vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
Atelier Yumia tem a proposta de mudar radicalmente algumas mecânicas que são marca registrada da franquia, mas sem perder a essência do que é um jogo Atelier: uma aventura com amigos, explorando ruínas e descobrindo diversas receitas através da alquimia.
A história de Atelier Yumia

Em um mundo onde a alquimia é considerada um tabu, Yumia Liessfeldt, uma jovem alquimista, começa uma jornada para desvendar os segredos de um continente arruinado. Séculos atrás, o Império Aladissiano floresceu graças à alquimia, mas uma misteriosa catástrofe levou sua civilização ao colapso, deixando apenas ruínas e um conhecimento proibido.
Após perder sua mãe em um acidente, Yumia descobre sua linhagem alquímica e começa a questionar a história oficial: o que realmente aconteceu com Aladiss? Por que a alquimia foi demonizada? Será que essa arte é realmente maléfica?
Dotada da habilidade de enxergar e manipular mana, a energia vital que carrega as memórias daqueles que partiram, nós vamos explorar a terra esquecida, buscando respostas e utilizando seu dom para sintetizar itens, combater inimigos e reconstruir o que foi perdido.

A história segue um rumo mais maduro do que estamos acostumados a ver na franquia, mas ainda é um jogo Atelier, onde o foco é a conexão entre os personagens e o desenrolar dos mistérios do mundo.
Yumia é carismática e a interação dela com os outros membros da party, como Isla e Nina, é divertida de ver. A nova protagonista consegue cativar com sua história, que melhorou muito em relação a Atelier Ryza, o último jogo lançado da franquia.
Os membros da Party também são bem interessantes e conseguem prender a atenção do jogador, fazendo dessa a melhor história da franquia para pessoas novas que querem conhecer o rico mundo de Atelier.
Sistema de Alquimia

Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land traz a clássica fórmula da série de um jeito mais simples, introduzindo mecânicas de síntese simplificadas e construções de base mais convencionais de jogos de mundo aberto.
Sintetizar itens com alquimia agora está bem mais fácil, e diferente de Atelier Ryza, aqui tudo o que você precisa fazer é juntar alguns poucos itens, separar eles por qualidade e pronto, sua nova arma ou poção está pronta para ser usada.
A complexidade em fazer alquimia em jogos anteriores tinha seu charme, mas afastava novos jogadores da franquia, pois precisava de muito tempo para realmente entender o sistema. Nesse sentido, foi uma decisão acertada de simplificar tudo para que o jogo se torne mais acessível de forma geral.
Gameplay, combate e exploração
Atelier Yumia é o primeiro jogo da franquia a adotar um mapa realmente mundo aberto, e isso fez muito bem pro ciclo de gameplay de forma geral. Yumia recebe missões tanto da história principal como de missões secundárias e precisa explorar ruínas, assentamentos de inimigos, ativar pontos de descanso e resolver vários puzzles pelo mapa enquanto coleta itens para fazer alquimia em seu Atelier.
Apesar de simples e clichê, o mapa do jogo é bem montado e tem diversas atividades para fazer, a todo momento tem algum ponto de interrogação logo no horizonte para o jogador se sentir tentado a ir dar uma olhadinha, encorajando a exploração. O mapa também está recheado de inimigos e no geral é bem divertido ir matando todos no caminho para ficar mais forte.
E por falar em inimigos, Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land mantém a base de jogos de turno com elementos de ação e estratégia em tempo real. Durante as batalhas, você deve escolher rapidamente suas ações, decidir como reagir aos ataques inimigos e ajustar a distância para causar mais dano.

O time pode ter até seis personagens, com três ativos na linha de frente e três no suporte, permitindo trocas estratégicas durante o combate. Além disso, os personagens podem alternar entre ataques corpo a corpo e à distância, dependendo do inimigo.
No geral, o sistema de combate é bem fácil, mas divertido. Yumia tem diversas habilidades e você pode adquirir muitas outras através da alquimia, também é possível fazer combos com aliados e dificilmente o combate cai na monotonia dessa forma.
O único problema grave aqui é a repetição constante de inimigos, faltou mais diversidade de inimigos comuns pelo mapa, e o uso de re-skins que só mudam a cor para parecer outro é exagerado. O sistema de combate em si anima, mas chega uma hora que cansa enfrentar o mesmo inimigo toda hora.
Apresentação audiovisual
Já no quesito audiovisual, Atelier Yumia tem uma direção de arte competente, mas a qualidade das texturas e dos gráficos de forma geral é sem dúvida o ponto mais fraco do jogo. E se olharmos as plataformas que o jogo está sendo lançado, fica claro o motivo.
Muito se fala sobre os jogos que são feitos para nova geração e depois completamente capados para rodar no Switch, mas aqui é um exemplo claro de que aconteceu o oposto. Fica óbvio que o jogo foi feito pensando no Switch e depois foi dimensionado para rodar em outras plataformas, como o PS5 e Xbox Series.
Isso faz com que ele não fique bonito visualmente em uma tela grande, com várias texturas com resolução baixíssima pipocando na tela. A análise foi feita no PS5 e é óbvio que o trabalho para dimensionar o jogo para 4K não foi bem feito. Apesar disso, a direção de arte competente faz você esquecer disso com o passar do tempo, já que é fácil ficar imerso dentro do mundo de Yumia.

No quesito áudio e trilha sonora, o jogo entrega o que promete, especialmente a dublagem dos personagens que está muito boa. A voz da Yumia combina muito bem com ela e os vilões realmente dão um ar de superioridade que ajuda bastante na imersão.
Infelizmente, o grande defeito do jogo nesse quesito é a falta de legendas em português brasileiro, que é um erro terrível. Especialmente nesse jogo que foi todo pensado para atingir um público novo para a franquia, é inadmissível não ter sequer uma legenda PTBR.
Atelier Yumia é publicado pela Koei Tecmo, que costuma ser bem inconsistente com os brasileiros, mesmo sendo uma grande publisher (recentemente também publicou o novo Dynasty Warriors sem PTBR).
Mas e aí, Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land vale a pena?
Atelier Yumia é o jogo mais acessível da franquia para novos jogadores, a abordagem de mundo aberto fez muito bem para a gameplay e a história é interessante, apesar do combate ficar repetitivo por falta de inimigos comuns para batalhar.
A falta de PTBR é um grande problema que vai afastar o público brasileiro. Mas caso você saiba inglês e goste de JRPG, Atelier Yumia é sem dúvidas uma excelente recomendação.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Atelier Yumia é o mais acessível da franquia para novos jogadores, tem um bom combate, boa exploração e boa história, mas não tem ptbr e a falta de variedade de inimigos pode incomodar bastante.
Prós
- História madura
- Bons personagens
- Exploração
- Combate dinâmico
Contras
- Variedade de inimigos
- Gráficos
- Sem PTBR
- Combate fácil demais