A Ascensão do Ronin é um dos jogos exclusivos de Playstation 5 mais aguardados do inicio deste ano, e nós tivemos o privilégio de jogar e poder trazer as impressões iniciais para vocês aqui!
Um jogo ambientado em um período histórico caótico
O novo jogo da Team Ninja se passa no tumultuado período Bakumatsu no Japão, marcado pela transição e conflitos entre o velho e o novo. O jogo, diferentemente de outros títulos do estúdio, explora um mundo aberto, colocando os jogadores numa imersão profunda nessa era crítica da história japonesa.
O período histórico é marcado pelo isolacionismo japonês, com a expulsão de estrangeiros em 1825, até o confronto de ideologias dentro do país sobre a adoção de tecnologias ocidentais, culminando na forçada abertura do Japão aos comércios externos sob a ameaça do Comodoro Matthew C. Perry.
A Ascensão do Ronin promete se aprofundar no embate entre tradição e modernização, representada pela filosofia sonno joi e a rebelião para derrubar o Xogunato, visando restaurar a soberania japonesa.
Dado o contexto histórico do jogo que é extremamente importante, A Ascensão do Ronin começa com você criando 2 personagens jogáveis, e aqui vale ressaltar o quão bem feita é a criação de personagens e quantos detalhes você pode dar para ambos.
Após criarmos os personagens, nós somos jogados direto no tutorial, onde aprendemos o básico do combate, que se assemelha muito a Wo Long, Ghost of Tsushima e até mesmo uma pitada de Sekiro.
Temos várias opções de armas para escolher no inicio do jogo e cada uma delas escala com um atributo diferente que você escolheu na hora de criar o personagem, por exemplo, temos a clássica Odachi usada em todos os jogos da Team Ninja para personagens focados em força.
Mundo aberto e combate
Ao sermos liberados no mundo aberto pela primeira vez, é notável o quão bem feita a ambientação do jogo é e como você realmente se sente imerso nesse Japão da era Bakumatsu. A partir do momento que você é jogado no mundo, você pode fazer o que quiser, mas existe um caminho óbvio a ser seguido que o jogo te indica.
Logo na primeira vila que você liberta de bandidos já é possível adquirir o cavalo que vai facilitar sua exploração, o jogo também tem um sistema de encontros aleatórios onde você pode ou não ajudar pessoas em perigo que aparecem conforme você explora.
De inicio, eu achei que era informação demais sendo jogada na minha tela, mas aos poucos eu fui entendendo como a exploração e o combate funciona.
Você pode equipar até dois tipos de arma principais (que no meu caso foi uma Odachi e uma Katana), e cada arma também tem os tipos de postura que você pode utilizar com elas, algo bem parecido com o sistema que temos em Ghost of Tsushima.
Certos tipos de inimigos serão mais fracos contra um certo tipo de postura ou tipo de arma e cabe a você fazer a melhor decisão pra situação.
Todas as ações que você toma em combate consome um pouco da barra de stamina, e saber manejar ela é um dos pontos chaves para ter sucesso contra os inimigos. O combate desse jogo é realmente desafiador, joguei no modo normal de dificuldade e mesmo assim os inimigos não perdoam seus erros.
Outro ponto chave do combate é conseguir acertar os parrys, apelidados aqui de ‘contrafulgor’ pelo jogo, é um sistema de alto risco e alta recompensa que vale a pena você investir seu tempo pra tentar aprender os timings dos inimigos. Um parry bem encaixado vai arrebentar a barra de stamina do seu inimigo e vai abrir ele pra receber um ataque crítico que derrete a vida dele.
Outro ponto do combate que faz ele ficar mecanicamente intensivo é que é possível recuperar parte da sua barra de stamina ao apertar R1 logo após um ataque, mas você precisa ter dedos rápidos para isso. Manejar sua barra de stamina que é consumida por qualquer ação e ainda tentar recuperar ela rapidamente através dessa mecânica não é algo simples, mas recompensa os bons jogadores.
Tudo isso faz o combate de A Ascensão do Ronin ser intenso, mas extremamente divertido, o sentimento é de que você realmente está com uma espada na mão e acertar um parry num inimigo é simplesmente maravilhoso. Esse é o tipo de combate que é prazeroso aprender as nuances e detalhes dele, por mais difícil que possa parecer as vezes.
Junte esse combate primoroso com uma exploração dinâmica onde você pode andar de cavalo e até mesmo planar por aí (Zelda fazendo escolinha) e você tem uma fórmula de sucesso para um jogo mundo aberto. Encontrar um acampamento inimigo e tomar ele para ganhar recursos e desbloquear a viagem rápida a partir dali é algo divertido que você faz naturalmente enquanto joga, essa área inicial do jogo é uma aula de como montar uma boa estrutura de mundo aberto e eu torço muito para que essa qualidade se estenda durante o jogo todo.
O único ponto negativo notável no inicio do jogo em relação ao combate é inteligência artificial dos inimigos, eles são completamente cegos ao ponto de incomodar e quebrar a imersão, ao mesmo tempo que de repente eles conseguem de enxergar a quilômetros de distância, não existe coerência no stealth do jogo. Parece uma reclamação boba, mas ao jogar você percebe que é realmente incomodo pelo nível absurdo e a quantidade de vezes que isso acontece.
Apresentação Audiovisual
Já na parte audiovisual do jogo é onde está um dos maiores acertos e um dos maiores erros ao mesmo tempo. Primeiro vamos começar falando do que tem de bom: a trilha sonora do jogo é espetacular e adiciona ainda mais imersão a boa ambientação do jogo. Além disso, temos uma dublagem completa em pt-br, um cuidado que a Sony quase sempre tem com seus jogos aqui no Brasil e é algo que sempre deve ser elogiado.
Infelizmente, os gráficos e texturas do jogo não acompanham a qualidade da direção de arte e da trilha sonora. Pelos trailers e material promocional que a própria Playstation já revelou isso já tinha ficado claro, mas é estranho ver que o jogo parece ter menos polimento nessa parte do que Wo long, jogo da mesma produtora que saiu em 2023 e fazia um trabalho melhor nessa parte.
Especialmente na modelagem de personagens, que é o ponto que mais quebrou a imersão para mim, os personagens secundários são claramente mal desenhados e muitas vezes causam aquela sensação ruim do vale da estranheza.
A ambientação, direção de arte , efeitos sonoros e tudo mais fazem esse jogo ficar visualmente bonito, mas as texturas e qualidade técnica as vezes quebra a imersão e segura o verdadeiro potencial do jogo.
Eu sei que virou moda ultimamente reclamar de qualquer problema bobo na parte técnica de jogos, mas dessa vez o jogo realmente parece que foi feito para rodar em um Playstation 4, mas ele é na verdade um exclusivo de PS5.
Preciso deixar claro aqui que não estou jogando a versão final do game ainda e a Team Ninja já prometeu patchs para o lançamento do jogo e essa não vai ser a versão que virá a público. Então pode ser que essa parte esteja melhor na versão final de A Ascenção de Ronin, mas acho válido ressaltar isso aqui já que nos trailers eu também tive a mesma impressão.
Considerações finais do Preview
No geral, as impressões iniciais do jogo são excelentes, o mundo aberto parece estar muito bem feito e o combate é prazeroso de jogar, estou bem empolgado para continuar jogando e torcendo muito para que o jogo mantenha essa qualidade até o final.
Os únicos pontos negativos que merecem atenção neste preview é a parte técnica e a inteligência artificial dos inimigos, eu realmente não entendo como o jogo pode ser mais feio que o jogo anterior da própria desenvolvedora no ano passado. Por sorte a ambientação e montagem de cenários está impecável, o que acaba mascarando um pouco esse problema, mas ele ainda está lá e é notável.