A edição de 2022 da Pesquisa Game Brasil (PGB), maior levantamento sobre consumo de jogos eletrônicos no país, recentemente divulgou os seus dados, mostrando que 74,5% dos brasileiros jogam jogos eletrônicos, o que representa um crescimento de 2,5 pontos em relação ao ano anterior e a maior marca desde o início do estudo.
Assim como nas edições passadas, o levantamento deste ano reforçou que as mulheres são a maioria do público de jogos eletrônicos no Brasil, representando 51% dos brasileiros. “Essa predominância se relaciona aos smartphones, plataforma com mais adeptos de jogos no Brasil e com volume ainda maior do público feminino (60,4%), mas também com as características gerais da população do Brasil”, explica Guilherme Camargo, sócio do Sioux Group e professor na pós-graduação da ESPM.
Sobre a etnia dos jogadores, a pesquisa aponta que a maior parte do público gamer se identifica como parda ou preta (49,4%, na soma) seguida por pessoas que se declaram brancas (46,6%). Já em relação à faixa etária, pessoas entre 20 e 24 anos representam a maioria dos gamers brasileiros com 25,5%, seguidos por adolescentes de 16 a 19 anos (17,7%) e pessoas de 25 a 29 anos (13,6%).
“Ainda assim, o que o levantamento nos diz é que não existe idade para jogar jogos eletrônicos, uma vez que a diferença percentual entre as mais variadas faixas de idades é equilibrada. Pessoas entre 30 e 34 anos, por exemplo, representam 12,9% dos jogadores no Brasil, e quem tem de 35 a 39 anos representa 11,2% do público”, acrescenta Carlos Silva, sócio da GoGamers.
Além disso, olhando para a classe social dos entrevistados, a maioria dos jogadores são de classe média (B2, C1 e C2), com 62,7%. Pessoas de classe média alta (B1) representam 12,3% do público, de classe A 13,5%, e as classes D e E ficam com 11,6%. Os dados coletados condizem com a renda familiar média dos jogadores, com a maioria (29,1%) possuindo uma renda entre R$ 2.090,01 e R$ 4.180, procedida por pessoas com renda até R$ 2.090 (27,5%) e com renda entre R$ 4.180,01 e R$ 10.450 (26,7%).
Outra tendência que se solidificou ainda mais neste ano é a completa dominância do smartphone como a plataforma favorita dos jogadores, agora com 48,3% dos entrevistados, um crescimento de 6,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Na segunda colocação temos os computadores com 23,3% e os consoles ficam em terceiro lugar com 20%.
O estudo ainda aponta que um dos fatores que pode ter contribuído para o aumento do consumo de jogos pelos brasileiros foi a pandemia e o isolamento social, com 72,2% dos participantes afirmando terem jogados mais durante esse período, e 57,9% marcaram mais sessões de partidas online com amigos enquanto estavam em casa.
Uma novidade da PGB deste ano foi a introdução dos NFTs (Tokens Não Fungíveis) e do metaverso, com 50,8% dos gamers ainda não estando familiarizados com NFT, enquanto 32,1% daqueles que estão por dentro do termo possuem NFTs. Já o metaverso parece ser bem mais popular, com 63,8% dos jogadores sabendo o que é e 59,3% se mostrando favorável à ideia de ter eventos sociais dentro dos jogos.
A PGB é um estudo desenvolvido pelo Sioux Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM. Na edição de 2022, a pesquisa ouviu 13.051 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal entre os dias 11 de fevereiro e 7 de março.