A série O Eternauta, da Netflix, apresenta uma visão singular sobre invasões alienígenas, rompendo com os clichês habituais do gênero e apostando em uma abordagem mais tática e simbólica. A primeira temporada, marcada pelo suspense e pela destruição em escala crescente, traz aos poucos revelações sobre os misteriosos invasores que ameaçam a Terra. Ainda que muitas perguntas permaneçam sem resposta, as pistas deixadas ao longo da trama permitem vislumbrar as intenções dos alienígenas e o papel simbólico que eles ocupam na narrativa.
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Os besouros alienígenas: armas biológicas de destruição
Os gigantescos insetos que surgem após a devastadora nevasca inicial rapidamente se tornam uma ameaça ainda mais letal. Envolvendo humanos em uma espécie de teia, esses besouros, à primeira vista, parecem ser os invasores principais. No entanto, um momento revelador mostra os insetos recuando diante de um soldado, o que indica que eles estão sob o controle de uma força superior.
Na verdade, esses seres funcionam como armas biológicas, acionadas após o colapso da infraestrutura humana. Eles representam a segunda etapa do plano de invasão, responsável por eliminar a resistência restante e consolidar a dominação. Sua função é clara: erradicar os sobreviventes e abrir caminho para os verdadeiros controladores alienígenas.
A origem e os objetivos dos alienígenas
A série evita deliberadamente explicar de onde vêm os alienígenas ou qual é sua motivação exata. No entanto, o material original de O Eternauta, a aclamada história em quadrinhos argentina, apresenta esses seres como metáforas para regimes autoritários e a imposição imperialista. Essa leitura política também está presente na adaptação da Netflix, com diversas referências à manipulação militar, à perda de autonomia e à centralização do poder.
Com o avanço da invasão, os alienígenas passam a controlar o exército humano e até mesmo crianças, como a filha de Juan Salvo. Dessa forma, instauram um sistema de opressão e controle que remete à ascensão de regimes totalitários. Apesar do contexto de ficção científica, é impossível ignorar os paralelos com realidades políticas e sociais.
O ataque da neve tóxica: o primeiro golpe
A nevasca inicial em O Eternauta é mais do que um evento climático bizarro. Ela marca o início do ataque alienígena e demonstra a sofisticação de sua estratégia. Segundo Favalli, personagem que interpreta um engenheiro elétrico, a Terra teria passado por uma inversão dos polos magnéticos, desencadeando uma reação entre a radiação dos cinturões de Van Allen e a neve, tornando-a mortal.
A hipótese de Favalli se confirma com a descoberta de bússolas desorientadas. Esse ataque invisível e silencioso aniquila rapidamente meios de transporte e comunicação, colocando os humanos em desvantagem total. De forma simbólica, o fenômeno representa forças corruptoras que se infiltram na sociedade sem serem notadas até que já seja tarde demais.
O alienígena com múltiplos dedos e a hierarquia invasora
No desenrolar da temporada, O Eternauta revela que os besouros não são os principais inimigos. Há humanos sob controle mental, provavelmente por meio de implantes cerebrais, que obedecem comandos de um ser estranho com várias mãos. Esse alienígena ocupa um nível mais alto na cadeia de comando e utiliza sons enigmáticos para manter o controle dos manipulados.
Essa estrutura hierárquica sugere uma organização altamente estruturada, onde cada elemento tem sua função na conquista do planeta. Nos quadrinhos originais, esse ser de mãos múltiplas também é subordinado a uma força ainda mais poderosa, conhecida como Ellos (“Eles”), que pode surgir na segunda temporada da série.
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