Tudo o que você precisa saber sobre o chocante documentário Meu Pai, o Assassino BTK

Kerri Rawson descobriu em 2005 que seu pai, Dennis Rader, era um dos assassinos em série mais temidos da história dos Estados Unidos. Até então, ela levava uma vida tranquila, recém-casada e prestes a ser mãe, sem imaginar que o homem que a criou com carinho e disciplina escondia um passado sombrio. Rader era o responsável por dez assassinatos brutais cometidos entre 1974 e 1991 na cidade de Wichita, Kansas, sob o apelido de BTK, sigla para Bind, Torture, Kill (“Amarrar, Torturar, Matar”).

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O novo documentário da Netflix, Meu Pai, o Assassino BTK, dirigido por Skye Borgman, mergulha nesse trauma familiar e apresenta o ponto de vista de Kerri, que busca compreender como o pai exemplar que ela conhecia se transformou em um assassino frio e meticuloso.

Um retrato íntimo da dor e da reconstrução

Tudo o que você precisa saber sobre o chocante documentário Meu Pai, o Assassino BTK

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Mais do que um relato criminal, o documentário é uma jornada de autodescoberta e cura. Ao revisitar os crimes que paralisaram a comunidade de Wichita, a produção dá voz à filha de um assassino em série que tenta ressignificar sua própria história.

A diretora Skye Borgman, conhecida por trabalhos como American Murder: The Family Next Door, destacou que o maior desafio foi conquistar a confiança de Kerri. “Ela passou boa parte da vida sob o peso dos crimes do pai. Era essencial respeitar seus limites e garantir que ela tivesse controle sobre como sua história seria contada”, afirmou (via TUDUM).

Com entrevistas exclusivas, imagens de arquivo e trechos das confissões de Dennis Rader, a obra equilibra a frieza dos fatos com a humanidade de quem sobreviveu emocionalmente à devastação.

A filha que virou parte da investigação

Ao longo dos anos, Kerri não apenas enfrentou o estigma de ser filha do BTK, mas também colaborou com investigadores em buscas por possíveis novas vítimas de seu pai. Essa colaboração, embora motivada pelo desejo de justiça, reacendeu dores antigas e a obrigou a reviver lembranças que preferia esquecer.

Borgman explica que essa dualidade foi o ponto central do filme. “Kerri sente uma responsabilidade moral em ajudar outras famílias a encontrar respostas, mas cada passo nessa direção também reabre feridas profundas”, contou a diretora. A obra mostra como Kerri tenta equilibrar o dever ético e o instinto de autoproteção, em uma luta constante entre memória e superação.

O relacionamento com o pai após a prisão

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Em uma das passagens mais marcantes do documentário, Kerri relata uma visita ao pai na prisão, onde o confronto entre ambos se torna tenso e emocional. Durante a conversa, ela o questiona sobre outros possíveis crimes, mas a falta de arrependimento de Rader deixa clara a distância que os separa.

Segundo Borgman, desde esse encontro, Kerri decidiu manter o contato mínimo possível. “Ela compreendeu que sua cura não pode depender do que o pai diga ou confesse. Romper esse vínculo é parte fundamental de sua recuperação”, explicou.

A diretora também revela que, para Kerri, o documentário simboliza uma despedida pública dessa história. Participar do documentário foi, para ela, uma forma de encerrar um ciclo, assumindo a narrativa que por muito tempo foi dominada por tabloides e investigações policiais.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.