O promotor Eliseu José Berardo Gonçalves, da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, teve a carreira marcada por um dos episódios mais controversos envolvendo uma das presas mais conhecidas do país, Suzane von Richthofen. Condenada em 2002 pelo assassinato dos pais, Suzane acusou o representante do Ministério Público de ter tentado seduzi-la durante encontros ocorridos quando ela estava presa na Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto.
O caso, revelado pela imprensa e posteriormente confirmado pela Corregedoria do Ministério Público Estadual, resultou na suspensão de 22 dias do promotor por “descumprimento de dever funcional”, decisão publicada no Diário Oficial do Estado. A investigação concluiu que Gonçalves não manteve a conduta compatível com o cargo, como exige a Lei Orgânica do Ministério Público.
As declarações de Suzane e o início da investigação

De acordo com o depoimento prestado por Suzane à Vara de Execuções Criminais de Taubaté, o promotor teria se aproximado dela em 2007, ano em que investigava denúncias de maus-tratos na penitenciária de Ribeirão Preto. Segundo a detenta, durante os encontros no gabinete do promotor, Eliseu teria demonstrado interesse pessoal, oferecido ajuda e até colocado música romântica enquanto conversavam.
Suzane afirmou ainda que o promotor a teria recebido a sós, sem algemas, e que chegou a declarar estar apaixonado por ela. As declarações foram consideradas graves o suficiente para motivar a abertura de um processo interno, conduzido sob sigilo pela Corregedoria do Ministério Público.
A versão do promotor e a repercussão pessoal

O promotor Eliseu Gonçalves sempre negou o assédio e disse que parte das acusações era exagerada. Em entrevistas concedidas à época, admitiu apenas que Suzane permaneceu por longas horas em seu gabinete durante o depoimento e que, diante da demora, chegou a comprar um lanche para ela. Também confirmou ter cumprimentado a detenta com um beijo no rosto, gesto que classificou como “cordialidade”.
Ao saber da punição, Gonçalves se declarou “triste” e “surpreso”, afirmando que jamais teve intenções sentimentais em relação à presa (via G1). Ele lamentou o impacto que o episódio teve em sua vida pessoal e revelou que o caso abalou seu relacionamento conjugal. “Nunca mais quero ouvir falar dessa moça, mas não sinto raiva”, disse o promotor, referindo-se a Suzane como “a moça”, em tom de distanciamento.
A defesa e a confirmação da punição
O advogado de Suzane, Denivaldo Barni, afirmou que o processo tramitou em sigilo dentro do Ministério Público e que não teve acesso aos autos. Segundo ele, a decisão de suspender o promotor confirma que houve comprovação de conduta inadequada. “Ficou constatado que ela foi vítima, tanto é que ele foi punido”, declarou o defensor.
A Corregedoria não deu detalhes sobre a investigação, limitando-se a confirmar que a pena de suspensão foi aplicada por quebra de conduta. Durante o período, o promotor ficou afastado de suas funções e sem receber salário.
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