A produção Tremembé, do Prime Video, chegou ao streaming despertando enorme curiosidade sobre as histórias reais que inspiram seus personagens. Baseada nos livros do jornalista Ulisses Campbell, autor de Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido e Suzane: assassina e manipuladora, a série mistura fatos e ficção ao retratar o cotidiano da Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, no interior de São Paulo.
O local ficou conhecido como o “presídio dos famosos”, por abrigar nomes como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni.
Entre os personagens apresentados, uma figura em particular chamou a atenção do público: Poliana, interpretada por Letícia Tomazella, que se torna amiga de Suzane na trama. Apesar do nome fictício, a personagem é inspirada em Luciana Olberg, protagonista de um dos crimes mais brutais e menos conhecidos do país.
O crime que chocou até criminosos

Luciana Olberg foi condenada em 2013 a 29 anos de prisão por gravar os abusos sexuais sofridos por suas meias-irmãs gêmeas de apenas três anos. O caso envolvia também o marido de Luciana, dono de uma academia de boxe, e um aluno, com quem ela mantinha um relacionamento a três.
Durante um fim de semana em que as crianças estavam sob seus cuidados, Luciana dopou as meninas ao embebedar as chupetas com tequila, o que as deixou inconscientes. Os dois homens então cometeram os abusos, enquanto ela filmava as cenas, posteriormente compartilhadas em fóruns de pedofilia na internet.
O crime veio à tona quando um dos participantes desses grupos denunciou o vídeo à polícia, horrorizado com o que havia visto. A denúncia levou à prisão do trio.
Segundo o livro Tremembé, de Ulisses Campbell, o caso teve pouca repercussão na época, mas voltou a ser lembrado após o lançamento da série do Prime Video, que incluiu a história sob forma ficcional.
Amizade com Suzane von Richthofen

Cumprindo pena na penitenciária feminina de Tremembé, Luciana acabou se aproximando de Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos próprios pais. A amizade entre as duas ultrapassou os muros do presídio e envolveu também a família de Luciana.
Seu irmão, Rogério Olberg, conheceu Suzane durante as visitas à penitenciária e acabou iniciando um relacionamento com ela. O casal chegou a planejar casamento e até um livro autobiográfico em conjunto. Em entrevista à Veja São Paulo (via Correio Braziliense), Rogério relatou que o contato começou a pedido da irmã e teria um suposto propósito de “evangelização”.
O relacionamento terminou em 2020, após Rogério descobrir que Suzane mantinha uma conta secreta com cerca de R$ 120 mil, segundo ele próprio contou à revista. Mesmo após o rompimento, a família Olberg manteve contato com Suzane durante o período em que ela planejava publicar um livro sobre sua trajetória.
O destino das envolvidas
Depois de cumprir parte da pena, Luciana Olberg progrediu para o regime semiaberto e mantém vida reservada. Seu caso segue sendo um dos exemplos mais perturbadores de abuso infantil no país.
Suzane von Richthofen, por sua vez, está em liberdade desde 2023. Ela se casou com o médico Felipe Zecchini Muniz e vive atualmente em Águas de Lindóia (SP). Em 2024, teve um filho e passou a usar o nome Suzane Louise Magnani Muniz, unindo o sobrenome do marido ao da avó materna.
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