Suzane von Richthofen, condenada em 2002 por planejar o assassinato dos próprios pais, viveu momentos de terror em uma rebelião ocorrida em 2004 na Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo. O motim, que durou cerca de 22 horas, terminou com uma presa morta, 11 funcionárias feitas reféns e a transferência de 12 detentas, entre elas Suzane e Aurinete Carlos Félix da Silva, conhecida como Netinha, apontada como o estopim da revolta.
De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da OAB (via Folha de S.Paulo), a rebelião teve início após uma ordem para matar Netinha, mulher de César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, ex-líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). O casal havia rompido com a facção e fundado o Terceiro Comando da Capital (TCC), o que motivou a sentença de morte contra ambos. Ao saber da transferência de Netinha para o presídio feminino, integrantes do PCC ordenaram sua execução.
O caos começou quando outras presas tentaram cumprir a ordem, e a situação rapidamente saiu do controle. A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou que o motim começou com uma tentativa de homicídio entre detentas, mas evitou citar nomes.
Suzane foi alvo de facções e precisou ser escondida

Embora não tenha sido feita refém, Suzane esteve entre os principais alvos do motim. Por ter se tornado uma figura conhecida nacionalmente, sua presença dentro da unidade gerava desconfiança entre as demais presas, principalmente entre aquelas ligadas ao PCC.
A agente penitenciária Marisol Ortega, que trabalhava no local na época, revelou que Suzane foi escondida pelas funcionárias para evitar que fosse atacada. Segundo ela, a jovem foi levada a uma área isolada do presídio e permaneceu escondida durante toda a rebelião.
As autoridades confirmaram que Suzane foi retirada do local por motivos de segurança e posteriormente transferida. O episódio, contudo, deixou marcas profundas e consolidou o clima de tensão que acompanharia a detenta pelos anos seguintes.
A trama por trás do motim

A investigação posterior indicou que a rebelião não foi apenas um conflito interno, mas uma demonstração de força das facções criminosas. Integrantes do PCC, presos em outra unidade do mesmo complexo, teriam dado a ordem para a execução de Netinha. Dentro do presídio feminino, a facção mantinha forte influência, ainda que as estruturas internas não seguissem a divisão rígida existente nas prisões masculinas.
Segundo relatos reunidos pelo jornalista Ulisses Campbell (via aventurasnahistoria), autor dos livros que inspiraram a série Tremembé do Prime Video, o plano da facção era assassinar Netinha e Suzane, utilizando o duplo homicídio como forma de reafirmar o poder do PCC sobre o sistema carcerário.
No entanto, Suzane conseguiu escapar graças à intervenção de uma funcionária, que a escondeu em um armário metálico dentro do almoxarifado. Quando as detentas tentaram alcançá-la, não conseguiram abrir o compartimento. A resistência do móvel acabou salvando sua vida.
Rivalidades, ameaças e sobrevivência

Durante o tempo em que permaneceu presa na capital, Suzane acumulou desavenças com outras detentas, incluindo uma mulher apelidada de Maria Bonita, ligada à liderança do PCC na unidade. Após o motim, Maria Bonita passou a ameaçá-la constantemente, o que levou Suzane a pedir proteção e a transferência de pavilhão.
A rivalidade se estendeu para outros presídios, e só diminuiu quando Suzane foi transferida para a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista. Lá, ela encontrou um ambiente mais controlado, longe da influência direta das facções, e passou a cumprir sua pena sob vigilância constante.
A penitenciária de Tremembé ficou conhecida como o “presídio dos famosos”, abrigando nomes envolvidos em crimes de grande repercussão, como Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá e Roger Abdelmassih.
A história que inspira a ficção
O episódio da rebelião é um dos momentos mais tensos da trajetória de Suzane e serviu como uma das inspirações para a série “Tremembé”, produção original do Prime Video que estreou nesta sexta-feira (31). A trama recria os bastidores da penitenciária onde Suzane e outras detentas de notoriedade nacional convivem, explorando as dinâmicas de poder, manipulação e sobrevivência que marcaram o cotidiano real do presídio.
Na produção, Marina Ruy Barbosa interpreta Suzane von Richthofen em uma abordagem que mistura drama e realismo. A série também conta com Carol Garcia, Bianca Comparato, Lucas Oradovschi, Letícia Rodrigues e Anselmo Vasconcelos no elenco.
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