A segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, disponível na Amazon Prime Video, continua a sugerir fortemente que o personagem conhecido como Estranho pode ser Gandalf, o famoso mago de O Senhor dos Anéis. Interpretado por Daniel Weyman, o Estranho permanece uma figura misteriosa, especialmente quando comparado a personagens conhecidos da obra de J.R.R. Tolkien, como Galadriel, Elrond e Sauron. O final da primeira temporada sugeriu que ele poderia ser Gandalf com a frase “siga seu nariz”, uma referência direta à fala de Gandalf em A Sociedade do Anel. No entanto, sem uma confirmação clara, o debate sobre a verdadeira identidade do Estranho persiste, principalmente porque, de acordo com os textos de Tolkien, Gandalf só teria chegado à Terra-média na Terceira Era.
A segunda temporada se passa no final da Segunda Era, o que, em princípio, tornaria improvável a presença de Gandalf. Contudo, a série já demonstrou que não se prende estritamente à cronologia original de Tolkien, ajustando certos eventos e personagens para servir à narrativa. Isso sugere que, em vez de entregar uma reviravolta surpreendente, os roteiristas estão lentamente construindo a evolução do personagem que se tornará o Gandalf que o público conhece.
Escolha entre Nori e o treinamento com Tom Bombadil
Um dos momentos mais reveladores da segunda temporada ocorre quando o Estranho é confrontado com uma escolha crucial: retornar para Nori e os Grados, ou permanecer com Tom Bombadil para aprender a usar seus poderes de forma mais eficiente. Tom Bombadil, uma figura mística que conhece mais sobre o poder do Estranho do que o próprio, sugere que ele deve se preparar para enfrentar Sauron no oeste e o Mago Negro no leste. No entanto, o Estranho teme que, ao deixar Nori e os Grados desprotegidos, eles possam ser feridos antes que ele tenha aprendido o suficiente para protegê-los.
Essa decisão, ainda a ser resolvida nos últimos episódios da temporada, parece destinada a definir a identidade do Estranho. A escolha de retornar para Nori indicaria um caráter mais próximo ao de Gandalf, conhecido por valorizar a bondade e os pequenos atos de coragem. Em O Hobbit e O Senhor dos Anéis, Gandalf demonstra grande afeição pelos hobbits, muitas vezes colocando suas vidas e valores acima de considerações mais estratégicas ou utilitárias, como a guerra ou o poder.
A referência ao “Grand-Elf” e a etimologia de Gandalf
Outro momento importante acontece quando Nori e Poppy falam do Estranho para os Grados. A líder dos Grados, Gundabel, chama o Estranho de “Grand-Elf”, tentando identificar sua origem. Embora não haja uma raça chamada “Elfo Grande” nas obras de Tolkien, muitos fãs interpretaram isso como uma referência direta ao nome Gandalf, cuja etimologia significa “Elfo da Varinha” ou “Elfo da Bastão” na língua dos homens da Terra-média. Gandalf, sendo imortal, era frequentemente confundido com um elfo, apesar de se assemelhar fisicamente a um homem. Assim, esse diálogo parece ser uma preparação para a eventual revelação do nome Gandalf.
O “Fogo Secreto” e o poder do Estranho
Um dos elementos mais significativos que conectam o Estranho a Gandalf é a menção ao “Fogo Secreto”, um conceito chave na mitologia de Tolkien. Durante uma conversa com Tom Bombadil, o “Fogo Secreto” é mencionado várias vezes, sugerindo que o poder do Estranho está ligado a essa força. No filme A Sociedade do Anel, Gandalf faz referência ao “Fogo Secreto” durante seu confronto com o Balrog na Ponte de Khazad-dûm, proclamando-se “servo do Fogo Secreto e portador da chama de Anor”. Nos textos de Tolkien, o “Fogo Secreto” está associado ao poder criativo de Ilúvatar, o deus supremo do universo de Tolkien. Assim, a série parece sugerir que o Estranho, sendo um Istar, pode empregar parte desse poder em sua magia.
A palavra “gand” e a evolução do Estranho
Em outro momento revelador da segunda temporada, Nori usa o termo “gand” para se referir a um bastão, dizendo que o Estranho precisa de um “gand” para controlar melhor seus poderes. Embora a palavra “gand” não seja parte do vocabulário comum, ela faz uma referência direta à origem do nome Gandalf, cujo prefixo “gand” deriva do nórdico antigo e significa “varinha” ou “bastão”. Isso indica que a série está se encaminhando para um momento em que o Estranho finalmente encontrará seu cajado, o que também pode marcar o momento em que ele assumirá oficialmente a identidade de Gandalf.
O afeto crescente do Estranho pelos harfoots
Outro ponto que sugere a conexão do Estranho com Gandalf é seu afeto crescente pelos harfoots, os antecessores dos hobbits. Em O Hobbit e O Senhor dos Anéis, Gandalf tem uma profunda ligação com os hobbits, considerando-os fundamentais em sua missão de combater o mal na Terra-média. A série Os Anéis de Poder parece estar estabelecendo essa conexão de forma mais concreta, mostrando como o Estranho passa a ver os harfoots como seres importantes e valiosos, apesar de sua natureza simples e pacífica.
Esse desenvolvimento é um dos pilares do arco do Estranho na segunda temporada. Sua admiração e carinho pelos harfoots, representados principalmente por Nori e Poppy, servem para aproximá-lo ainda mais da figura de Gandalf, conhecido por valorizar os pequenos atos de bravura e bondade dos hobbits, muitas vezes em detrimento de estratégias militares ou políticas mais amplas.
Discussão sobre o poder dos nomes
Finalmente, há uma discussão importante sobre nomes entre Nori, Poppy e o Estranho. A escolha de um nome é vista como uma parte crucial de sua jornada de autodescoberta, o que também pode estar preparando o terreno para que ele adote o nome Gandalf. O fato de o Estranho não querer escolher um nome de forma arbitrária, mas sim aguardar até que um nome seja “atribuído” a ele pelos poderes ou estrelas, reforça a ideia de que sua verdadeira identidade está sendo lentamente revelada.
Se passando milhares de anos antes dos eventos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, a série ocorre durante o período conhecido como a Segunda Era da Terra Média, mostrando a ascensão de Sauron ao poder e a criação dos Anéis do Poder. A produção foi criada por J. D. Payne e Patrick McKay com base na obra de J. R. R. Tolkien.
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