David Berkowitz, conhecido como o “Filho de Sam”, foi preso em 1977 após aterrorizar Nova York com uma série de assassinatos que resultaram em seis mortos e sete feridos. Embora ele tenha se declarado culpado pelos crimes, uma teoria persistente sugere que Berkowitz não agiu sozinho. O documentário da Netflix Conversando com um serial killer: O Filho de Sam revisita essa polêmica e lança luz sobre a investigação conduzida pelo jornalista Maury Terry, que acreditava firmemente na existência de uma conspiração.
Maury Terry e a hipótese de múltiplos assassinos
O jornalista investigativo Maury Terry foi uma das vozes mais insistentes ao questionar a versão oficial do caso. Após entrevistar David Berkowitz, Terry passou a defender a ideia de que os crimes atribuídos ao “Filho de Sam” teriam sido cometidos por um grupo, e não por um único homem. Segundo ele, Berkowitz teria revelado que participou de uma rede de assassinos que escolhia suas vítimas em conjunto. De acordo com essa teoria, Berkowitz teria matado apenas três das seis vítimas confirmadas, enquanto cúmplices teriam executado os outros crimes.
Essa linha de investigação foi registrada em detalhes no livro de Terry, “The Ultimate Evil”, no qual ele expande sua teoria para incluir ligações com práticas ocultistas e cultos satânicos. O livro, lançado nos anos 1980, ganhou notoriedade em meio à crescente paranoia social conhecida como pânico satânico.
A influência do pânico satânico nos anos 1980
Durante as décadas de 1980 e 1990, os Estados Unidos vivenciaram um período de intensa preocupação com cultos satânicos, que, segundo rumores e manchetes sensacionalistas, estariam envolvidos em seitas, abusos e assassinatos ritualísticos. Nesse contexto, a teoria de Terry encontrou eco em uma sociedade já alarmada com o suposto crescimento do ocultismo.
O jornalista chegou a afirmar que o grupo ao qual Berkowitz pertenceria era parte de um culto que realizava sacrifícios em nome de Satanás. Essa hipótese ganhou força especialmente após Berkowitz se converter ao cristianismo e confirmar, em parte, a versão do jornalista. No entanto, ele também chegou a desmentir sua própria declaração, afirmando que teria dito o que Terry queria ouvir.
A confiabilidade do próprio David Berkowitz
O que dificulta ainda mais a compreensão do caso é o perfil instável de Berkowitz. Ao longo dos anos, ele apresentou versões contraditórias sobre seus motivos e participação nos crimes. Desde o famoso argumento de que um cachorro possuído ordenava os assassinatos até sua recente retratação sobre a suposta seita, suas falas mostram um padrão de manipulação e desejo de protagonismo.
Mesmo os registros obtidos em vídeo e apresentados no documentário não garantem uma versão definitiva dos fatos. Especialistas e autoridades consideram improvável a existência de outros responsáveis, especialmente porque os assassinatos cessaram após a prisão de Berkowitz. Além disso, evidências físicas e genéticas não corroboram a hipótese de múltiplos autores.
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