Russell Crowe reacendeu a discussão sobre o rumo de Gladiador II ao expressar forte descontentamento com a forma como a continuação releu a trajetória de Maximus. O ator, premiado com o Oscar pelo papel em 2000, afirmou que a nova produção não compreendeu o elemento que, em sua visão, transformou o filme original em um clássico moderno.
Durante entrevista à rádio australiana Triple J, Crowe explicou que o diferencial da primeira obra nunca esteve na grandiosidade visual, nas batalhas ou na escala épica, mas sim em um núcleo moral que guiava cada decisão de seu personagem.
A defesa de um protagonista movido pela honra
Segundo Crowe, preservar a integridade de Maximus foi um processo árduo desde o início. O ator recordou que, durante as filmagens do primeiro longa, houve discussões recorrentes para impedir que o protagonista fosse sexualizado ou que sua lealdade conjugal fosse questionada. Para ele, a força emocional da narrativa nasceu justamente da devoção inabalável à esposa assassinada, elemento que justificava sua jornada de vingança.
Ainda na entrevista, o ator disse que sugerir envolvimentos românticos paralelos retiraria o poder do personagem e diluiria a motivação que sustentou o filme original.
A polêmica em torno da paternidade de Lucius
O ponto mais controverso para Crowe está na revelação de que Maximus teria um filho secreto com Lucilla, personagem de Connie Nielsen, o que faz de Lucius, vivido por Paul Mescal, herdeiro direto do gladiador. Para o ator, essa escolha narrativa rompe a linha emocional estabelecida há mais de duas décadas e reescreve aspectos essenciais da história que o público conheceu em 2000.
Crowe considera que associar Maximus a um caso extraconjugal enfraquece sua bússola moral e contradiz a base dramática do original, construída sobre a perda da esposa e do filho legítimo.
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